2- Família

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Lá estava ela, a minha tia com 16 anos havia saído de seu país para morar com o pai e socorrer a sobrinha que precisava de companhia.

Foram poucas as vezes que vi a minha tia, mas eu nunca poderia imaginar que ela faria uma coisa dessas só por querer estar ao meu lado.

Eu não a reconheci quando a vi, admito até que achei que meu avô tinha arranjado uma namorada nova.

Cá entre nós, ela era incrível mesmo sendo tão nova. Eu não podia nem acreditar que ela estava lá.

Bom, continuando...

|Flashback on|

•••24 de fevereiro de 2006•••

- Já vou, já vou! - gritei irritada indo em direção à porta.

Assim que abri a porta dei de cara com uma mulher negra e com cabelos negros como a asa da Graúna, olhos escuros penetrantes e um sorriso encantador.

- Oi, eu sou Juliana... Santos, a sua tia, você deve ser a Dhália.- ela disse abrindo um grande sorriso dócil e me estendendo a mão.

-Minha tia? Como assim? Minha tia mora no Brasil.- disse incrédula.

A minha tia não poderia ter se deslocado de lá só por causa de mim, não é possível.

- Sou eu Dhália, eu vim morar com você.- ela deu um dos maiores sorrisos que eu jamais havia visto.

Com seu short amarelo e blusa estampada que combinavam perfeitamente ao tom de sua pele e muitas malas por detrás de seu corpo, eu não conseguia acreditar de modo algum que uma menina de 16 anos decidiu ir morar com pai apenas para sanar a carência de uma sobrinha.

Eu fiquei estática tentando entender tudo aquilo e quando eu menos esperava ela me deu um abraço super apertado, isso não é muito comum aqui, não para quem você não tem intimidade.

- Então... Não vai me deixar entrar?-ela disse me soltando do abraço e ficando um pouco sem graça.

- Desculpe... É que... Eu... Entra por favor.- disse um pouco retraída.

Ela entrou trazendo suas milhares malas pratas e olhando em volta da casa enquanto eu simplesmente permanecia ali, pensando que finalmente consegui uma amiga.

|Flashback off|

Não vou dizer a vocês que eu e Juliana viramos super amigas logo de cara, mas eu havia percebido que após a morte de minha mãe e a ida de meu pai para a Itália eu me senti totalmente sozinha.

É claro, eu tinha o meu avô mas ele já é um senhor calejado da vida e mesmo assim ele não desistiu de mim.

Ah, eu já ia esquecendo, vocês devem estar se perguntando porque minha tia é negra se meu avô é branquíssimo feito Liquid Paper, bom é simples.

A mãe de Juh é negra retinta, e meus caros, ela é uma das mulheres mais lindas e fortes que eu já conheci.

Minha mãe me contou uma vez que quando meu avô soube que viria mais uma filha para a conta dele, ele voltou para os EUA para que a dona Cristina não o encontrasse.

Vocês acreditam que ela achou ele? E ainda disse em chamada pelo Skype que ela não fez filha com o dedo, que se tivesse feito talvez tivesse sido até mais gostoso.

Depois disso minha mãe colocou juízo na cabeça dele, e é claro ela adorava a ideia de ter uma irmã.

Depois disso minha mãe colocou juízo na cabeça dele, e é claro ela adorava a ideia de ter uma irmã

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O dia em que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora