O dia em que te conheci

6- Surpresa

Chris continua me enlaçando quando eu ouço uma voz grave ecoar pela boate.

- Dhália!?

Eu não acredito que ele está aqui, isso só pode ser brincadeira.

Me soltei de Christopher e fui em sua direção.

- Pai! Não acredito que você voltou.- disse dando um abraço.

- Filha, eu demorei mas estou aqui.- disse retribuindo meu abraço.

- Veio para ficar?

Por favor diga que sim, por favor.

- Não querida, eu vim apenas para chamar você e sua tia para o meu casamento, ele será em Vernazza.

Vernazza é a comuna de onde a família do meu pai mora a séculos, praticamente eles ajudaram a fundar aquele lugar.

- Que bom que está feliz pai, e quem é a noiva?- disse surpresa tentando digerir tudo isso.

Eu sei que minha mãe morreu tem anos mas eu não consigo imaginar meu pai com outra mulher, isso me é estranho demais.

- É uma mulher incrível, filha, o nome dela é Graziela Sartori.

Ele me mostra a foto de uma mulher incrivelmente linda, com olhos pretos profundos e cabelos castanhos lisos.

Eu estou triste por vê-lo casar com outra mulher após ter me deixado mas também estou feliz por ele estar seguindo em frente, com certeza mamãe iria querer isso.

Um leve sorriso surge em meu rosto.

- Ela é linda, quantos anos ela tem?

- Ela tem 50 anos, nem parece não é?

- Realmente não parece, ela é linda pai. Parabéns.- o abracei suavemente.- A quanto tempo a conhece?

- Vai fazer dois anos, nos conhecemos em Roma.- disse com um grande sorriso.

Meu pai vai se casar e conhece a mulher à dois anos e eu nunca soube de nada.

Por quê motivos ele veio me chamar para esse casamento? Ele nunca sequer ligou para saber se eu estava bem.

Sou cortada de meus pensamentos quando Chris quebra uma garrafa de Vodka do bar enquanto tentava fazer suas falcatruas como o barman que ele não é.

- Pai, eu preciso resolver isso, você se importa?- disse olhando em direção a saída.

- Claro que não, você precisa trabalhar né. Tchau minha flor.- ele disse me dando um beijo.

Assim que meu pai pronunciou "minha flor" eu imediatamente congelei, lembrei de toda a minha infância com minha mãe me chamando assim.

|Flashback on|

- Mamãe, por quê meu nome é esse?

- Porque quando eu e seu pai nos conhecemos eu trabalhava em uma floricultura, e nela haviam as flores mais lindas que eu já tinha visto e a minha preferida era a dália.

Enquanto ela escova meu cabelo eu decido perguntar mais uma vez.

- Por quê?

Ela dá um sorriso encantador de sempre.

- Porque essa flor é de várias formas e de várias cores, e mesmo assim ela consegue continuar a ser linda. Seu pai no nosso primeiro encontro me deu um buquê com várias dálias diferentes, não tinha como não se apaixonar.- ela gargalhou- Você é a minha flor.