4- Amor

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Essa jogada toda me trouxe ao apartamento de Matthew, em que eu durmo quase todos os dias depois de uma noite espetacular com ele, mas acordo sozinha todo o amanhecer.

Você pode pensar que eu fiquei louca ou qualquer coisa assim, mas eu amo este homem e não nego que as noites são incríveis.

Me espreguiço e como sei que estou sozinha não me preocupo em cobrir qualquer parte de meu corpo que está à mostra.

Pego meu cordão de ouro, em formato de coração, e coloco em meu pescoço.

Abro o mesmo e observo a foto de minha mãe por um longo tempo.

- Como sinto tua falta mãezinha.- digo tentando segurar a lágrima solitária que tenta se fazer presente em meu rosto.

Decido por fim colocar uma blusa de Matthew, já que a minha roupa é super colada, vim direto do trabalho para cá.

Vou até a cozinha, faço um café, preparo torradas e frito ovos.

Quando tudo estava pronto e eu coloco o café para mim, sinto alguém segurar minha cintura e uma respiração em meu pescoço.

- Eu por algum acaso deixei pegar alguma blusa minha?- me atentei a cada palavra pronunciada por essa voz grossa em um tom brincalhão.

- Você não precisa deixar, eu praticamente faço parte da mobília desta casa.- disse me virando e tomando um gole de café.

O seu cheiro doce continua me embriagando cada vez mais.

- Lia querida, você sabe que por mim você seria dona disto tudo.- ele falou enquanto me colocava sentada na bancada e roubava uma de minhas torradas.

- Ser dona do seu coração pra mim já é suficiente, Sr. Fujimoto.- disse enquanto mexia em seu colarinho.- agora vai me dar a minha torrada com ovos ou não?- disse tomando a torrada e mordendo.

- Eu preciso ir para a empresa, Srta. Martinelli. Não se esqueça de ficar linda hoje, vamos almoçar com meus pais.- ele disse colocando o terno e me dando um beijo.

Merda, mais um almoço de Matthew tentando fazer os pais dele me aceitarem e acabar em discussão.- disse meu subconsciente totalmente irado com isso.

Ele foi embora e eu terminei de comer o meu café da manhã, a comida não desceu bem só de pensar em almoçar com os Fujimoto.

Da última vez que Matthew tentou isso deu em desastre, eu fui com uma roupa que não agradou a senhora Nara, me deram água para lavar as mãos e eu tomei como se fosse sopa, joguei um pedaço de lagosta no vestido da mãe dele e comi wasabi achando que era sorvete de pistache.

E o pior de toda essa situação foi o senhor Hiroshi me olhando com cara de "Você nunca vai casar com meu filho".

Dei um longo suspiro me preparando para o que vai vir.

Dei um último gole no pouco de café que sobrou em minha caneca, peguei as chaves do meu carro, troquei a roupa e fui para minha casa.

Ah, eu esqueci de dizer a você, eu mudei para a cidade de Nova Iorque junto com a minha tia, e o Matthew veio por causa da empresa.

Dirigindo pelas rodovias vazias a esse horário da manhã, eu coloco o rádio para tocar minha música favorita " Alguém me avisou" de Dona Ivone Lara, a Juh saiu do Brasil mas o Brasil nunca saiu dela e melhor, o Brasil também se tornou parte de mim.

Ela sempre coloca sambas, funks e todo e qualquer tipo de música brasileira para tocar, com ela não tem desculpa e acredito eu que até eu, Dhália Martinelli, tenho um pouco de Brasil em mim, graças a essa mulher incrível que refez a sua vida apenas para socorrer a sobrinha órfã.

O dia em que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora