12- Mr. Bonitão

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- Dhália, Dhália Martinelli e... Não vou negar o convite senhor...

- Noah, Noah Cooper. É um prazer te conhecer.

Abro um pequeno sorriso e acompanho meu novo amigo até uma cafeteria aqui perto.

Chegando à cafeteria sentamos em uma mesa redonda com bancos altos, uma menina que aparenta ter seus humildes 18 anos nos pergunta o que desejamos. Peço um chocolate quente com marshmallow e o Noah pede um capuccino.

Passeio por um leve devaneio que me vem à cabeça.

Esta cafeteria me trás lembranças de minha mãe, ela sempre me trazia aqui antes do meu primeiro dia de escola.

Uma lágrima escorre delicadamente pelo meu olho esquerdo e me encontro surpresa quando sinto um leve calor por cima de minha mão que está sobre a mesa.

Retiro minha mão e com a mesma seco a lágrima.

- Desculpe Dhália, acho que fui um pouco evasivo.- ele diz em tom preocupado.

- Não... Não... Desculpe, eu só estava... Pensando.- busco cuidadosamente cada palavra.

- Tá tudo bem, me diz... O que você faz? Mora aqui em Auburn?- ele tenta puxar assunto.

- Eu trabalho como gerente da área VIP de uma boate em Nova Iorque, moro lá tem alguns anos. E você?

- Eu sou diretor de um hospital lá em Nova Iorque, mas estou aqui para substituir uma médica que entrou em licença maternidade.

- Espera... Você é médico?- digo tentando me lembrar do incidente em que fiquei chorando e interrompendo o médico achando que meu avô iria morrer.

- Sim, hoje foi meu último dia, liberei um senhor mais cedo e fui agarrado por uma moça no quarto.- ele disse rindo.

Jesus Cristo, que vergonha eu passei.

Agora lembro-me melhor, o médico era ruivo.

Fazendo idiotices como sempre, pequena Dhália, o mundo é muito pequeno para as vergonhas que você passa.- meu incrível subconsciente diz.

Dou um longo suspiro- E se eu dissesse que ela... Na verdade... Sou eu!?

Ele dá uma risada gostosa e contagiante.

- Que feliz coincidência, mas não se preocupe, você não foi a primeira é nem será a última. Na hora da preocupação as pessoas têm medo e buscam uma solução para que fique tudo bem.- ele passa o polegar pela minha bochecha direita e eu apenas fecho os olhos sentindo o seu toque.

- Aqui estão suas bebidas, senhores.- diz a jovem menina loura.

Nós agradecemos e assim que a jovem sai eu me delicio de cada gota do meu chocolate.

- Eu poderia sabe o porquê daquela lágrima a poucos minutos? Ou... Você não está confortável?- ele diz cuidadosamente.

- Não é nenhum segredo, mas eu preciso saber falar melhor sobre.

Ele abre um leve sorriso sem mostrar os dentes e eu observo cada floco de neve caindo na vidraça da cafeteria e me reporto ao tempo em que tinha apenas 10 anos.

O dia em que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora