Capitulo 2

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MANUELA NARRANDO

Ao chegar na entrada do morro, quis dar o único dinheiro que eu tinha na carteira, mais ele se recusou em pegar

__ Eu não sei o que houve com a senhora, mais que Deus te ajude minha filha - sorri de forma simpática

__ Obrigado, mas eu já nem sei se Deus ainda olha por mim - deixo lágrimas cair

__ Não diga isso minha filha, Deus, nunca dá um fardo se você não for capaz de carregar, acredite, Deus é contigo

Deixo lágrimas cair, olho para minha pequena que estava dormindo em meu colo, ajeito ela colocando sua cabeça sobre meu ombro, pego minha bolsa coloco no outro ombro, agradeço mais uma vez o Sr Raimundo, fecho a porta do carro, respirei fundo e caminhei até a ladeira do morro

__ Meu Deus me dê forças - respiração já ofegante, quando olho para frente vejo um vapor fazendo a guarda da entrada do morro

__ Oi, licença, eu posso por favor falar com o seu chefe?

__ Coe tia, aqui não tem pão veio não, rapa daqui anda - disse me empurrando pra descer a ladeira do morro, olhei pra ele com a cara mais feia possível, bufei de raiva

__Coe o caralho não to pedindo pão velho certo, eu quero bater um papo com o chefe, dá pra me levar até lá? - comecei a tremer, ele poderia me matar, mais pensando bem, eu já estaria morta mesmo, ele só iria acelerar a minha morte

Ele passou a mão no queixo, pegou o nextel que estava na sua cintura, disse que eu queria falar com o chefe, a outra pessoa que estava na linha respondeu, mais eu não consegui entender nada

__ Demorou então, borá lá o chefe liberou a sua entrada, mais é melhor parar de marra ou vai acabar no microondas em

Não disse nada, apenas assenti, mais confesso que congelei quando ele disse do microondas, pois eu sabia muito bem o que significava

Conforme eu andava por aquele morro eu não via quase nenhum morador na rua, só tinha vapores, e viciados comprando o pó do demônio.

Eu realmente estava horrível, parecia uma drogada naquela situação, mais eu preciso de um canto pra ficar, e eu sei que aqui eles vão me abrigar.

__ Tia é o seguinte tu sobe ae - apontou pra uma escada que era imensa, e tu vai chamar pelo BN, ele tá esperando por você

__ Obrigado - respirei fundo e comecei a subir aquelas imensa escadas com a Lívia no colo, depois de quase uns seis minutos subindo, bati na porta

__ Entra - uma voz grossa gritou, em um tom um pouco arrogante, empurrei a porta e entrei dentro daquela sala aonde eu pude ver vários saquinhos de drogas espalhado por ali, uma mesa, uma cadeira giratória, uma estante, um sofá, uma tv de plasma

__ Como você se chama? - disse o tal do BN

__ Me...cha....chamo Manu....ela - disse me tremendo e gaguejando quando vi um fuzil atravessado na suas costa

__ Tu não é estranha, já te vi em algum lugar - disse se ajeitando na cadeira - senta ae no sofá, sua menina deve tá pesando né

Eu apenas assenti e sentei no sofá - bom eu morei aqui, sou filha do Zoio, talvez você não se lembre, porque eu só vivia dentro de casa, era de casa pra escola, escola pra casa - disse tentando fazer um coque com o meus cabelos

__ Mano pdp, você é a loirinha daora que geral queria comer - deu uma risada - pow com todo respeito, tu tá acabada em, o que pegas?

__ Respirei fundo, ignorei o seu comentário e apenas respondi o que ele perguntou - eu apanhei do meu marido, o maldito que se dizia amar a filha deu uma madeirada na coxa dela - levantei o vestido da Livia aonde pude ver a marca que já estava ficando roxo - aquilo ferveu meu sangue então enfiei uma faca na barriga dele e fugi, por isso eu vim aqui, eu já estava chorando - por favor, eu imploro, me ajuda, se eu for embora ele vai me matar, e matar a minha filha se ele tiver vivo ainda

__ Relaxa mina, tu tem o meu respeito, e a minha consideração, o bagulho vai ser o seguinte, por hoje tu dorme lá no meu barraco, amanhã nós arruma um canto pra você e sua cria fecho? E quando eu encontrar esse cara, ele vai sofrer muito até morrer, isso é uma promessa

Assenti, seco minhas lágrimas - eu tenho R$ 60,00, pego na minha bolsa, toma é tudo o que tenho, acho que dá pra pagar por uma noite aqui

Ele olhou pra mim com um olhar que não sei decifrar e começou a rir - mina guarda teu dinheiro, não preciso de nada, tu vai ser a minha protegida, tudo que você consumir vai ser por minha conta até tu conseguir se manter jaé?

__ Muito obrigado - me levantei e dei um abraço dele como forma de agradecimento - obrigado de verdade

__ Não precisa dessa melação toda não - disse me fazendo se  afastar dele - agora vamo borá que sua cria tá dormindo aí no sofá e aqui não é lugar pra criança

__ Você tá certo - peguei a Lívia no colo e sai daquela sala que fedia a droga e a sexo, me dá náuseas credo.

FIM DA NARRAÇÃO

A Escolha Errada [ MORRO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora