CAPÍTULO SEIS

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DAKOTA

Limpo o rosto pela terceira vez olhando pelas janelas do carro. Eu me sinto uma patética chorando na frente dele. Dylan conseguiu me mostrar em alguns segundos o quanto eu fui cega em uma noite inteira. É impressionante como me sinto magoada e até agredida pela forma que ele me tratou. Por dois meses eu repeti as malditas palavras dele na minha cabeça depois de tudo que fizemos naquela sala, como eu ainda pude sustentar a esperança de que ele me entenderia. Era de se prever uma rejeição, eu não esperava que ele me aceitasse ou o bebê, entretanto não contava que seria julgada. Patricinha interesseira, foi esse o adjetivo que ele usou para me descrever. E olhando para mim como poderia ser diferente. Depois de todas as minhas atitudes essa deve ser a forma que a vida decidiu usar para me castigar, me dar tudo que eu mais almejei.. uma gravidez. Agora cá estou eu grávida de um cara que não me ama. Afinal não era isso que eu queria? Engravidar de um homem rico? Pelo visto eu consegui, Dylan sem dúvida é rico e eu me sinto uma idiota completa. Quanto mais tempo eu gasto com ele, mais o quero longe, eu não conheço o advogado frio e tatuado. É alguém completamente estranho para mim. Só conheço o Dylan descontraído, o cara que invadiu uma empresa de advocacia e trabalha como barman. Seria mais fácil lidar com o Dylan cafajeste que me desejou boa noite naquela época do que com o Dylan de agora.

Também não adianta chorar, há uma vida dentro de mim que precisa que eu seja melhor que isso. E é exatamente isso que eu vou fazer. Pensar no bebê. Seria mais fácil se eu não precisasse dele, mas não vou cair em tentação novamente. Sempre que ele estiver por perto do Dylan vou fechar os olhos e mandar esse desejo e essa atração devastadora que me consome para o inferno. Eu não preciso me apaixonar por ele. Vou fazer o máximo para manter meu coração protegido. A ligação da minha mãe a poucos minutos só fez confirmar minha decisão. Se ninguém se importa com essa criança ótimo, eu me importo e isso de alguma forma deve ser suficiente.

Assim que chegamos na cafeteria Thomás foi quem se apressou em abrir a porta do carro para mim. Virei à cabeça para o lado na direção dele e o vi sorrir. Ele realmente parece uma pessoa agradável e gentil. Eu queria ter as minhas entranhas quentes e formigando enquanto eu estou olhando-o, seria tão mais fácil se eu me sentisse atraída por qualquer outra pessoa, mas aparentemente o meu corpo têm essa resposta reservada para estúpidos tatuados.

— Obrigada. — sussurrei. — Desculpe pela ligação... eu hã...

Ele franziu a testa e balançou a cabeça.

— Não peça desculpas, todos temos problemas. E se me permite dizer aparentemente você consegue ficar mais atraente a medida que fica mais vermelha.

Ri de sua tentativa de fazer ser menos estranho minha pequena crise de choro e juntos caminhamos para dentro. Não me virei nem procurei por Dylan por mim que ele não venha.

— Dakota!

A voz dele quebrou o silêncio, e eu me virei automaticamente na sua direção e me amaldiçoei mentalmente em seguida. Dylan estava caminhando em nossa direção.

— Dylan.

Eu disse, um pouco ofegante quando olhei para ele. Merda! Novamente senti-me aquecer sob seu olhar intenso e me encolhi. Seu olhar então desciou de mim e passou por Thomás.

— Você pode ir Tom, eu preciso falar com ela.

Ele despachou a Thomás como se estivesse zangado com ele. Olhei para Thomás. Um desafio brilhou em seus olhos, e eu percebi que eu teria que intervir.

— Dylan nós estamos juntos... Foi ele quem me convidou!

Os olhos de Dylan deixaram os meus, e ele franziu o cenho para Thomás antes de se virar para mim.

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