Capítulo 9 - Vlad *

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"Quem usa o nome da justiça para defender seus erros é capaz de muito mais para desvirtuar um direito." ― Karl Marx

— Ousa vir a mim agora comunicar essa piada?! — Fechei os punhos com tamanha força que quebraria uma parede ao meio.

A criatura em minha frente sorriu como se já tivesse vencido alguma coisa, tamanha insolência do povo mágico me insultava. Eram as únicas criaturas das trevas que eu não conseguia obter um domínio eficaz e isso me motivava cada vez mais a querer eles mortos. Reduzidos a cinzas. Mas de algumas décadas pra cá, eles realizavam magias temporárias para camuflar as trevas assim não conseguia diferenciar os conjuradores da magia branca e os que praticavam a magia negra, seguindo e ditando as próprias regras. Desenfreados, tinha que ter alguém, realmente alguém no comando. E eu controlava todas as espécies, todo o sistema menos eles e seus exércitos que cresciam cada dia que se passava...
Voltar de uma caça e se deparar com um comunicado de guerra era revoltante, eles não podiam formar suas tropas contra mim, sei melhor que ninguém que eles só iriam atacar se tivessem com Loretta, mas ela estava segura.

— Pobre empalador... Drácula! Da casa do Dracul, comandando por séculos a escória. Você Filho do dragão, não é nem tão pouco diferente do meu povo. Queremos mais... E você não vai ter o domínio sob nossa magia. Mesmo tendo direito as trevas.

A mulher com um vestido azul escuro andou orgulhosa pelo meu salão do trono, o quicar do salto me saltava a raiva, sua presença me fazia querer partir sua alma ao meio. Ela passou a mão pela cortina e ergueu a mesma se colocando pra de trás dela enquanto soltava seu decreto, ela desapareceu de um segundo ao outro e reapareceu ao meu lado pondo-se a sussurrar em meu ouvido.

— Os meus me ordenaram a vir aqui majestade... Para avisar sobre a data de começo da nossa era. O senhor empalador. Deve saber, já esta fora...

Sua risada atingiu meus ouvidos e a mulher se afastou do trono descendo as escadas, eu me levantei e a segui virando a mesma pelo braço e segurando ela pelo pescoço, seus olhos cor de mel agora arregalados, até que outra risada escapou de sua boca debochando de seu próprio teatro.

— Você sabe quem eu sou? Eu podia tirar seu coração pela sua boca, agora. Num piscar de olhos. Acha que vai sair daqui tão fácil assim? Você e seu líder sabe que não pode me atacar, sua espécie não duraria nem um décimo do que meu exército aguenta contra suas mágicas de circo.

— Oh nós podemos... Podemos sim.

— Não seja tola.

— Se tivermos sua protegida... A criança que você escondeu por anos, a híbrida! Rei protetor... Não consegue proteger nem a garota.

Eu apertei seu pescoço com mais força, semicerrando meus dentes, ela empurrou meu braço, enquanto perdia o ar de seus pulmões e numa fração de segundos, praguejei enquanto joguei a mesma batendo seu corpo na parede, ela só podia estar testando minha paciência.

— Abra a boca pra debochar da minha pessoa, ou de Loretta. E eu arranco seus braços, deixo você com uma estaca na garganta bem no meio da floresta como um aviso de que vou matar cada um do seu povo nem que eu destrua os conjuradores da luz no processo!

— Você... Não imagina. Eu sou apenas um peão! Acha que sua protegida está a salvo? Você nem imagina...

— Vocês não estão com ela, suma da minha frente antes que eu a mate criatura!

Soltei seu pescoço e me virei andando em direção ao meu trono, se qualquer ação daquela mulher me tirasse do sério mais alguma vez eu mataria ela.

— A garota... Loretta.

Eu me virei e se pudesse teria partido ela ao meio pelo olhar, mas eu era um rei. Um vampiro de milhares de anos. Não podia deixar que uma conjuradora das trevas com a taxa de vida de um humano me tirasse do sério. Ela não tem nem noção das vidas que eu vivi. Apenas queria que ela se arrependesse de citar o nome dela assim... Eles não vão ter ela. Não vão.

— Ela já é nossa...

Avancei até mulher e antes que pudesse encostar na mesma um zumbido em meu ouvido me impediu, senti todas as veias do meu corpo queimarem de um jeito insuportável. Sua magia estava me afetando, impossível... Mas estava. Ela riu e num giro desapareceu da minha frente. O desconforto passou e eu me permiti descontar a raiva que sentia daquele ser no próprio chão com um murro, se esse por felicidade tivesse acertado aquela mulher. Agora ela estaria partida ao meio como eu queria.
Foi então que eu ouvi uma correria vinda dos corredores até o salão, um de meus guardas da noite entrou seu olhar vermelho como o sangue. Característica de nossa espécie quando estávamos famintos, ou furiosos.

— Meu rei! Trago notícias do Castelo dos vampiros na alta colina. Os conjuradores das trevas. Soaram a corneta de guerra. Quarenta Mil deles senhor, acampam ao redor da colina. O líder deles está exigindo que você deixe o trono e vá até eles com sua rendição.

— Todos do castelo... Vamos atacar na noite. Convoque os clãs. Esta noite quero todos sentados na mesa de sangue. Retorne ao castelo na colina.

— A menina?

— Meu rei. Não temos notícias do paradeiro da híbrida. O seu espião... Ela não está mais com o garoto.

A criatura não blefou... Não podia confiar em ninguém para fazer um trabalho que é somente meu. Sabendo disso eu tinha que saber onde ela estava. Meus olhos encararam o guarda eu fechei os punhos e me transformei em morcego, voando para fora das janelas do castelo, voando pela cidade. Voando até quem iria me ajudar a encontrar aquela garota.

"Olá pessoal, fiz uma coisinha diferente. Se gostou já sabe... Deixe seu gostei e comente o que achou desse mistério todo! Beleza? Beijocas"

Série Era uma vez - Tocada Pela Lua #1Onde histórias criam vida. Descubra agora