Capítulo 10

65 13 5
                                    

"Tu és metade vítima, metade cúmplice, como todos os outros." ― Sartre

Meu agradecimento foi tremendo quando depois de horas Peter não conseguiu me achar, graças a densa vegetação de rosas que eu caí, consegui cortes dos espinhos por toda parte do meu corpo.
Agora enfim longe do seu alcance e longe da caverna eu trilhei meu caminho agora tendo certeza pra que lado ficava a cidade. Decidi contornar o caminho daquela parte do bosque aonde eu vi aquela mulher... Ela me assombrou por tempos.
Eu poderia voltar ao orfanato agora que estava livre, buscar Gemma, Evelyn as crianças... Levá-las a caverna. Vivermos em paz... Motivada com esse sentimento eu me apressei correndo pelo terreno depois de horas de caminhada, algumas paradas. Já era quase noite agora e o orfanato ele estava como eu o deixe só que, todas as luzes estavam apagadas... Já estava escurecendo totalmente e estava... Eu levei um susto. Me escondi nas costas do orfanato quando observei pela porta lateral, pude ver alguém sair sorrateiro como se fugisse. Era Norma... Ela somente vestiu um capuz e saiu pelo portão da frente correndo em direção ao fim da rua, entrando na floresta. O que aconteceu?
Não podia entrar pela porta da frente seria perigoso, a janela acima de mim estava aberta levantei a mesma para cima e entrei sorrateira dentro da casa. Estava silenciosa. Como se tivesse sido abandonada. Eu andei pela sala em direção a porta principal a escadaria parecia assombrosa mais do que nunca, subi as escadas e ouvi um ruído de caco de vidro vindo do corredor sul, a ala do escritório. A ala onde as freiras ficavam. Gemma. Mas poderia ser Délfin. Tudo ao meu redor estava destruído. Cadeiras, armários. Os santos... Todos pelo chão quebrados. Quem em mais sã consciência faria isso? Quanto mais eu me aproximava do ruído mais meu coração acelerava. Peguei um pedaço de vidro que se partiu do armário no corredor e entrei no escritório. Havia alguém no chão próximo a janela. Eu acendi a luz, segurando tão forte o vidro que cortei a mão.

- Gemma?

A luz me deu a visão, ela estava com uma estaca de madeira no estômago. A cara arranhada. Eu soltei o vidro e corri ao chão.

- Menina... Você não pode ficar aqui.

- Quem fez isso com você? Onde estão as crianças?

- Vá embora daqui... Você não pode ficar aqui. Eu falhei em lhe proteger.

- Não! Eu não posso deixar você aqui.

- Leia... Leia sua carta. Está noite. Leia.

Ela suava tanto, já estava gelada. Ela nem havia morrido e estava gelada. A respiração tão fraca, a mão já sem força. E se fixou a olhar para mim e sorriu com toda força que ainda tinha. E depois... Paralisou. Eu não pude fazer nada, não consegui. Eu abracei ela e chorei por não estar aqui quando ela precisou de mim, não consegui salvar quem cuidou de mim toda a minha vida. Eu demorei a me levantar, mas eu me levantei assustada e com medo. Meu luto ainda não havia vindo totalmente a tona, eu queria saber quem havia feito isso. Sai pela porta correndo até o quarto das crianças, tinha que salvar Evelyn e os outros. Mas assim que abri a porta ele estava simplesmente vazio, as camas intocáveis. Sem ninguém. O orfanato estava vazio... Sei bem que só uma pessoa estava aqui com a Gemma, Norma. E eu sabia aonde ela estava agora.
Eu desci as escadas correndo pela escuridão saindo pela porta e quase derrubando o portão de desespero. Eu estava coberta de sangue. As ruas vazias e isso não era comum de nossa cidade. Não sei como, mas me direcionei sentindo ainda a dor da morte de Gemma no peito, sendo refletida em raiva. Fui até o fim da rua e entrando na floresta comecei a gritar pelo nome de quem eu tinha certeza saber da morte da minha protetora. Eu tropecei, as lágrimas irritantes, me atrapalhavam a visão, ainda a somar com a escuridão e o terreno nada plano e eu cai e fiquei ali na terra chorando, cansada de ser tão fraca. Cansada. Eu queria vingança. Eu queria saber a verdade. A verdade... Lembrei da voz dela me dizendo pra ler.. ler a carta, ler esta noite. Tirei o envelope dobrado da saia e tirei a folha de dentro. Uma outra caiu, um mapa.

"Minha pequena garota... Escrevo a você agora antes que seja tarde demais para mim. Eu busquei refugiou com minha amiga Kenna mas temo que não possa confiar em mais ninguém. Eles tentam me pegar, querem controlar você, querem matar você, querem arranjar um jeito de terem mais do seu poder. Eu corro perigo também. Se o meu plano der certo, quando tiver idade deve procurar o seu pai, Vlad. Ele é sua única chance, eu não o vejo a alguns meses. Eles me proibiram, sei que ele busca incessante por mim. E eu tentei encontrá-lo. Inventam mentiras sobre ele, mas eu custo em confiar no nosso amor, e no dele por você. Eu fiz uma aliança com o povo da Kenna e me arrependo disso. Ela traiu a mim. Agora sou uma prisioneira e faltam duas luas para você nascer. Você é uma princesa e tem um poder ilimitado, eles querem cessar isso e eu não vou permitir. Eu fiz muitos sacrifícios para te manter viva e você ainda nem nasceu. Essa dor somente eu tenho que carregar. Não confie em ninguém... Este mapa vai te ajudar em sua jornada até a morada de seu pai. Lá você terá refúgio e proteção... Na colina. Em minhas outras cartas deixei histórias e relatos próprios sobre o que me aconteceu... Espero que nas próximas páginas você não me odeie. Fiz tudo o que pude por você. Com amor... Sua mãe."

Eu segurei o mapa, mostrava toda a área da floresta, além da caverna

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu segurei o mapa, mostrava toda a área da floresta, além da caverna. Milhares de povos subtitulado por nomes. Como aquilo seria verdade... Eu não faço ideia, mas uma pessoa me devia respostas e outra me devia vingança.
Eu me levantei. Tudo o que eu vi até agora, todas essas coisas não eram verdadeiras. Onde estava Vlad? Todo esse tempo ele sabia quem eu era...? Não me ajudou. Essa carta, ela mudava tudo. Mas eu ainda tinha que fazer justiça. Peguei os papéis e o envelope. A carta que minha mãe mencionou além dessa... As cartas, não estavam! Eu procurei e nada, mas uma vez enganada, mas uma vez sem toda a história em mãos. Achei que esta carta iria me responder todas as coisas que eu precisasse. Joguei a folha no chão e me levantei me virando furiosa quando me deparei com um jovem loiro encapuzado bem em cima de um galho da árvore bem na minha frente, ele me encarava sério e curioso, eu dei um passo para trás e ele saltou de lá de cima em minha direção mim, caiu sobre mim me derrubando no chão segurando minha boca para que eu me calasse. Tão pouco me adiantava revidar, pois ele era forte, hipnotizava com seus olhos azuis que não tinham maldade mais sim astúcia.

- Majestade...

E eu só me lembro então de levar uma pancada na cabeça e apagar... Não sabendo de mais nada depois disso...

" Saudações meus queridos... Espero que tenham gostado desse capítulo e não esquece aquele gostei bem caloroso em comemoração a minha conta que eu havia perdido mais recuperei e deixe o comentário do que você achou disso tudo! Se liga nos próximos cap, porquê vão estar de MATAR. Beijocas."

Série Era uma vez - Tocada Pela Lua #1Onde histórias criam vida. Descubra agora