5. Negócio fechado

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Isla entrou no carro de Nora com um sorriso largo nos lábios e suspirando como uma adolescente apaixonada.

— Uau, que bom humor matinal... — a negra comentou colocando o cinto de segurança. — Nada usual para você.

A engenheira deu de ombros e tirou as sapatilhas. Não precisava resgatar nada no banco traseiro, porque tudo havia ficado com ela na sexta. A bolsa de pano era grande o suficiente para caber outra bolsa e os amados Laboutin.

— Querida, eu basicamente transei o fim de semana inteiro! — Isla disse rindo enquanto pegava seu tradicional copo de café expresso. — Sexo é a solução para o mundo, quem concorda respira — a morena riu e tomou um gole do café.

— O que é sexo? — Isla ouviu uma voz infantil conhecida e engasgou com o líquido quente na boca.

— E transar? — ouviu a segunda pergunta e virou para trás vermelha como um pimentão.

O casal de gêmeos estavam com sorrisos largos e os olhos castanhos brilhando. Lana mexia nas tranças e Liam apoiava a mão na cabeça.

— Oi, tia Isla! — disseram em um uníssono perfeito.

— As crianças estão no carro, Isla — Nora avisou séria, mas segurando uma gargalhada.

— Poderia ter avisado antes, querida — a engenheira falou enquanto lançava um olhar feroz na direção da chefe. — Bom dia, crianças! — Isla forçou um tom mais animado, ainda estava constrangida.

— O que é sexo? — Lana repetiu a pergunta do irmão.

— E transar? — Liam repetiu a pergunta da irmã.

— Responda as crianças, Isla — Nora disse com um sorriso largo nos lábios.

— Bom, é um tipo de exercício físico que só adultos podem fazer — a engenheira respondeu séria.

Nora virou o rosto para encarar o perfil da amiga com atenção.

— Meu Deus, você mente com extrema facilidade — sussurrou assustada.

— Eu não menti — Isla cochichou virando-se para frente. — É um baita exercício físico se você faz do jeito certo — alfinetou a amiga.

Isla pegou o saco de papel que estava ao lado do seu copo de café e sorriu ao descobrir o conteúdo.

— Eu te amo, Nora Bergman — disse mordendo um pedaço do brownie de chocolate. — Querem? — ofereceu para as crianças e agradeceu mentalmente pela negativa dos gêmeos.

— Então, sem problemas hoje? — Nora perguntou parando no trânsito.

— Nenhum que eu saiba — Isla respondeu dando de ombros.

— Que milagre de calmaria na vida de Isla Britch — a mulher comentou rindo baixo. — Dizem que depois da calmaria vem a tempestade...

— Deus me livre, Nora — Isla disse ofendida. — Que essa praga não caia sobre mim — a engenheira mordeu mais um pedaço do brownie.

xxx

Assim que chegou na obra, Isla notou que tudo estava na mais perfeita ordem. Desejou bom dia para os funcionários, olhou para a placa com seu nome apagado e sorriu.

Às vezes ela se surpreendia com tamanha esperteza e raciocínio rápido de sua parte.

A engenheira se concentrou no trabalho e permaneceu na obra a manhã inteira. Não pegava no pesado como os funcionários, mas fiscalizava cada detalhe com olhos de águia e conferia se tudo estava dentro do cronograma.

As Mentiras de Isla Britch | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora