9. Péssimos hábitos

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Isla saiu do banheiro da construtora arrumando a alça do vestido e rezando internamente para que tudo saísse como o previsto.

— Uau! — Polly comentou assim que viu a chefe no corredor.

— Você está perfeita, Isla! — Bianca, a designer da equipe, falou ao lado da secretária.

— Obrigada, eu realmente espero que vocês estejam corretas — a engenheira respondeu um pouco incerta.

Por sorte, Polly sabia de cada detalhe de confusão da vida da chefe e não fazia perguntas, enquanto Bianca era extremamente discreta.

Era sexta-feira, o dia do almoço com Nadja e ela não poderia estar mais brava consigo mesma por ter aceitado ajudar o Sr. Kyle. Tudo aquilo estava parecendo tão mais perigoso...

— Irei almoçar e volto para a reunião — Isla informou as duas mulheres antes de dar meia volta e caminhar em direção ao elevador.

O almoço seria em um restaurante chique na Quinta Avenida e ela não poderia estar se sentindo mais mal vestida na vida. O vestido branco era justo na parte de cima, mas tinha um caimento soltinho e não tinha um decote anormal. Era um vestido bonito, mas não bonito estilo Quinta Avenida.

Assim que saiu do táxi e pisou na calçada de frente com o restaurante, Isla lutou contra a vontade de entrar no veículo novamente e deixar o Sr. K se ferrar sozinho.

O restaurante era muito chique. Só a fachada já a deixava intimidada. As pilastras de mármore branco e o nome escrito em letras douradas eram um lembrete constante de que ela não deveria estar ali. Somente pessoas muito ricas frequentam aquele lugar.

Mandou uma mensagem para Christopher avisando que havia chegado. Não demorou nem um minuto e a porta de vidro do restaurante foi aberta por ele.

Ao contrário do que Isla pensava, o homem não estava formal como sempre, o paletó e a gravata haviam sido dispensados e a camisa social cinza deixava-o com uma aparência menos séria. Estava quase casual.

Christopher elevou as sobrancelhas e abriu a boca levemente, deu um sorriso de lado e se aproximou da mulher.

Isla não andava desleixada no dia a dia, mas estava usando uma maquiagem diferente da habitual e o vestido não era nada como os seus terninhos.

— Você está muito bonita, senhorita Britch — ele disse sincero e Isla agradeceu com um aceno.

— Vamos? — ela perguntou apontando para a porta do restaurante. Queria se livrar daquele favor de uma vez.

Christopher assentiu e os dois caminharam lado a lado. Isla olhou para o perfil do homem ao seu lado e falou baixinho:

— Coloca a mão na base das minhas costas.

O executivo colocou a mão um pouco incerto nas costas da mulher, como se estivesse guiando ela até a mesa.

Isla nunca tinha visto Nadja ou Lisa, mas não foi difícil identificar as duas mulheres. A mãe de Christopher exalava um ar de superioridade que seria capaz de sufocar Nova Iorque inteira, e Lisa parecia ansiosa, mas incomodada com algo que a mãe dizia.

Nadja tinha os olhos castanhos escuros como os do filho, os fios do cabelo eram de um preto marcante e estavam bem presos em um coque perfeito.

Lisa era quase uma cópia mais jovem da mãe, mas os olhos apesar de serem da mesma cor, transmitiam um olhar mais amável. Nadja parecia ser puro gelo.

— Essa é Isla Britch, minha namorada — Christopher disse sem tanta confiança e a engenheira notou que teria que mentir por dois ali.

— É um prazer conhecê-las, ouvi maravilhas de vocês — Isla disse com um sorriso simpático. A mulher sentiu o olhar analítico de Nadja sobre si.

As Mentiras de Isla Britch | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora