Capítulo 33

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Em meio ao coreto eu finalizo a ligação, eu estava certo, a baronesa Victoria havia se aliado ao cartel, com certeza aquela vadia correria na primeira oportunidade, uma cinza do charuto entre meus dedos caiu no chão me fazendo olhar para baixo, me...

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Em meio ao coreto eu finalizo a ligação, eu estava certo, a baronesa Victoria havia se aliado ao cartel, com certeza aquela vadia correria na primeira oportunidade, uma cinza do charuto entre meus dedos caiu no chão me fazendo olhar para baixo, meu telefone apitou avisando que um carregamento de armas havia sido entregue então estava quase tudo pronto para o banho de sangue, virei meu rosto quando ouvi um galho ser quebrado, Willy parou a poucos metros do degrau e se curvou esperando que autorizasse:

— Só vim avisar que estamos prontos para transportar a senhorita Adams — Eu acenei e dispensei, ergui meu rosto até as portas da varanda do quarto dela, de onde estava não podia vê-la mas sabia que ela estava ali, desde o acidente a dois dias não conversamos, eu disse que era para proteção dela mas sinto que abri um espaço enorme entre mim e ela.

Aquele acidente foi como um despertar, eu sempre soube que minha vida era cercada por riscos e porra eu pouco me importava com isso mas agora... eu tinha ela, eu tinha alguém que sem querer eu me importava de verdade e que podia sentir que a amava de verdade, e isso era assustador para caralho, nunca pensei em como seria diferente ter um motivo para não morrer:

— O que faz aqui? — Olhei para trás vendo Jacques parado a poucos metros de mim, sei que nossa amizade estava abalada e que minhas acusações contra sua namorada foi realmente um separador de águas para nós: Achei que estaria com ela:

— Ela precisa de um tempo:

— E ela terá o bastante não acha? — Encarei ele e bufei, sei que estava sendo um babaca com ela, mas precisava pensar um pouco e também não queria assumir para mim mesmo que eu não queria que ela fosse embora ou que me sentia culpado por tudo que aconteceu com ela e encará-la era como uma constante lembrança de como eu falhei:

— Eu sei que sou um idiota em deixa-la — Falei virando para frente vendo o extenso campo a minha frente, o pequeno lago artificial a cabana ao final do campo tudo que eu construí: Mas olhar para ela é como uma eterna lembrança que eu falhei:

— Como todos nós falhamos — Falou se aproximando de mim ficando ao meu lado puxando o charuto da minha mão acendendo um para ele: Somos humanos, estamos fadados ao fracasso várias vezes durante nossa vida:

— Ela poderia ter morrido, eu desmaiei...:

— Mas ela só não está mais machucada por sua causa, pare de pensar que foi sua culpa quando não foi — Eu traguei o charuto deixando a nicotina perfurar meus pulmões: E acho que não foi somente isso que está fazendo você fugir dela:

— Eu a amo Jacques — Falei encarando meu amigo que não esboçou expressão mas vi quando ele respirar, falar aquilo em voz alta era realmente diferente para não dizer assustador, dizer aquilo pela primeira vez em voz alta foi como tirar algo que estava preso em minha garganta:

— Você nunca disse isso, nem se quer para Viola — Virei meu rosto encarando ele, e pela primeira vez depois de anos aquele nome me veio a mente e que ele estava certo, mesmo depois de tudo que passei com Viola meus sentimentos por ela nunca foram amor, para ser sincero, eu e meu irmão éramos viciados em Viola, na adrenalina e em como ela nos mantinham vivos mesmo em meio ao nosso treinamento árduo:

Entregue ao desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora