Hope não quis voltar para o ginásio de imediato. As informações sobre os assassinatos haviam tomado a sua atenção de um jeito que, mesmo que ela quisesse, não conseguiria se concentrar em mais nada pelo resto do dia. Andar pelos corredores torcendo para que nenhum funcionário a flagrasse no meio daquela fuga indelicada no meio do memorial era tudo o que ela podia fazer para tentar se distrair.
Mas era difícil pensar em outra coisa.
Aquele assassino já havia levado alguém que ela conhecia, afinal.
— Uma pessoa, apenas?
Damon andava ao lado de Hope com as mãos nos bolsos do casaco desde que ela começara aquela excursão pelos corredores da escola. O demônio parecia estar acompanhando toda a linha de raciocínio dela desde o começo, mas não havia dito nada até ali.
Antes tivesse permanecido quieto.
— Como assim?
— O detetive White não estaria cogitando um assassino em série por causa de uma vítima. Tem que ter mais alguém por aí que eles acham que morreu por causa disso. Audrey, então, não pode ter sido a única.
Ela não soube o que dizer. Fazia... sentido. Muito sentido. Tanto que ela não conseguiu conter o impulso de andar apressada pelos corredores no momento em que pensou na única outra pessoa que tinha conhecimento sobre uma das recentes mortes daquela cidade.
Dylan.
Ele tinha conexão com Audrey e com o capitão do time, que também estava morto. Precisava achá-lo. E por mais que não tivesse a mínima ideia de onde o garoto estava, pensou que se depois de tanto tempo andando por aqueles corredores não o havia visto então ele deveria ter fugido para o lado de fora. Além do mais, ele era um maldito viciado que provavelmente havia saído para fumar.
Dito e feito, quando Hope seguiu para o exterior do prédio encontrou Dylan encostado contra a parede de tijolos vermelhos com um cigarro entre os lábios. Ele levantou os olhos para Hope quando o rangido da porta chamou a sua atenção, e não emitiu nenhum tipo de reação visível à presença dela.
Hope ouvia as vozes do detetive White e do seu filho ecoando dentro de sua cabeça, fazendo tudo parecer pior do que era. Teorias sobre um sádico simulando suicídios a transformava em uma cúmplice de assassinato, levando em consideração sua participação no evento com o capitão do time de futebol. Hope não conseguiu suportar. Era absurdo que depois de tanto tempo tentando tirar a própria vida de repente ela houvesse conseguido fazer aquilo com outra pessoa.
— Eu quero a verdade!
Dylan não pareceu surpreso nem quando Hope avançou passos apressados em sua direção, a voz entonada em algo perto do prepotente. Ele tragou o cigarro uma vez. Duas. Três. Então olhou para cima e fechou os olhos por breves instantes.
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Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)
ParanormalneCOMPRE O LIVRO FÍSICO: https://www.editoraobarco.com/ PLÁGIO É CRIME Quando Hope Christine Johnson acorda após tentar se matar, ela não está sozinha. Sentado em uma poltrona negra no canto do quarto, um demônio de olhos vermelhos e aparência...