Extra

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Oi, gente. No último capítulo de Winter Camp eu comentei sobre a possibilidade de escrever um capítulo extra para contar o que realmente teria acontecido com Amelia e Benedict depois do reencontro, mas acabei deixando bastante tempo passar e já tinha desistido da ideia. Como eu voltei a escrever In My Life, achei que seria injusto não escrever esse capítulo, sendo que tantas pessoas pediram por ele (e ainda estavam pedindo) mesmo depois de eu ter dito que não escreveria.

Bom, vocês venceram, e aqui está o que seria (e deveria ser) o final de Winter Camp, mostrando com detalhes como foi o reencontro dos dois, mas sem alongar muito, porque o objetivo não é criar uma segunda parte de Winter Camp, pelo menos não agora (não, brincadeira, não se animem com a ideia).

Boa leitura!

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- Desculpe pela demora – Ela disse, cheia de culpa. – Eu não deveria ter demorado tantos anos, mas...

- Eu imagino os seus motivos – Ele cortou, sem desmanchar o sorriso enorme que continha no rosto.

- Eu não sei como não desistiu.

- Essa era a minha última tentativa.

- Mesmo?!

- Bom, foram anos e...

- Eu tive sorte de vir hoje, então. Se você tivesse desistido assim, eu nunca me perdoaria.

- Nem acredito que é você mesmo... – Ele pegou sua mão, e a acariciou. – Você está... tão linda.

- Obrigada – Ela sorriu. – Você fica lindo de cabelos grisalhos.

Ele sorriu tímido, da forma que fazia ela querer abraça-lo forte até que ele se queixasse de dores nas costelas.

- Vem, vamos sair daqui. – Ele disse.

- Ei, calma, sem pressa – Ela riu. – Eu sei que você precisa passar no camarim antes e pode fazer isso. Eu não vou sair correndo.

- Desculpe, é que eu estou um pouco ansioso.

- Eu posso imaginar, também estou, mas agora temos todo o tempo do mundo.

- Eu só vou dar uma passada no meu camarim e juntar minhas coisas. Não vai levar nem cinco minutos.

- Tudo bem, eu espero aqui.

- Eu já volto. – Ele disse, partindo contra o seu camarim o mais rápido que pôde.

Realmente não demorou nem cinco minutos para voltar, carregando consigo seus pertences dentro de uma pequena bolsa masculina pendurada no seu ombro direito.

- Onde vamos? – Ela perguntou.

- Hmmmmm – Ele checou as horas. – Acho que está um pouco tarde pra eu te chamar pra jantar.

- Ainda assim podemos dar uma volta no parque.

- Eu acho uma ótima ideia.

Ele a acompanhou até o seu carro, e dirigiu até Hyde Park, onde os dois se sentiram confortáveis o bastante para passear.

- E então, como anda a vida? – Ele perguntou, na tentativa de puxar um assunto.

- Ah, está tudo bem. Estou na faculdade, saio frequentemente com a Rose e a Melissa, além do James que... – E então se interrompeu.

- Algum problema? – Ele perguntou.

- Não, nenhum.

- Quem é James?

Ela enrolou um pouco, olhando ao redor, mas notou que ele ainda estava esperando por uma resposta, e não abriria mão dela.

- É o meu noivo.

- Noivo? – Ele perdeu o seu chão. – Ah.

- É um bom rapaz.

- Tenho certeza de que sim.

- Sabe, eu... tentei seguir minha vida.

- Não estou te cobrando nada, eu estou casado. – Ele mostrou a aliança, como se ela não soubesse.

- Sim, eu sei. E tem uma filha.

- Amelia Cumberbatch.

- Sua esposa odiaria saber da onde surgiu esse nome.

- Para ela, é o nome que eu escolhi pra minha filha desde a infância.

- E ela é uma boa filha?

- A melhor que eu poderia ter – Ele sorriu. – Me lembra tanto você. Quer dizer, não tanto na aparência, mas na personalidade.

- Talvez seja coisa do nome.

- Ou quem sabe Deus me ajudando a suportar esses anos sem você, com uma garotinha que tem os mesmos pensamentos que você.

Ela deixou que um sorriso aparecesse, e em seguida disse:

- Sabe, durante esse tempo, eu acompanhei arduamente sua carreira. Isso inclui assistir todos os outros filmes que você fez, além de acompanhar Sherlock até o final.

- Cumberbitch fiel.

- A maior dentre todas.

- E a minha favorita também.

- Você continua o mesmo.

- Em relação à que?

- Sabe exatamente o que dizer pra mim.

- Ah, eu só dou sorte.

- Não se desmereça assim – Ela riu. – Ei, não é arriscado você ficar andando por aí comigo? Quer dizer, você é casado, e há fotógrafos por todas as partes.

- Ah, com certeza é arriscado.

- Então por que estamos fazendo isso?

- Porque eu não me importo – Ele declarou. – Se quiserem nos fotografar, criarem manchetes, boatos, notícias... eu realmente não vou ligar.

- Mas, Benedict...

- O que importa é que eu estou com você.

- Isso pode acabar com o seu casamento.

- Não, eles não tem motivo para isso – Ele parou de caminhar, e se pôs à frente dela. – Quer dizer, não tinham.

Então ele puxou o corpo dela contra o seu, e a beijou de forma intensa e demorada. Ela correspondeu, foi como se o mundo a sua volta não importasse, como se fosse só ela e ele, e nada mais. Se comparado aos beijos que eles trocaram no acampamento de inverno, ambos diriam que esse foi ainda melhor do que todos os outros, porque estava cheio de paixão e saudade, sentimentos que ficaram aprisionados por anos, e agora vieram à tona naqueles minutos em que se entregaram um para o outro da forma mais pura que poderia ser.

- Você é um louco – Ela sussurrou entre os beijos.

- Louco o suficiente para largar tudo por você.

- Se divorciaria para ficar comigo?

- Não tenha dúvida disso – Ele disse com convicção. – Afinal, você não iria querer ser minha amante, iria?

- De forma alguma.

- Pois então, sim, eu me divorciaria. Largaria tudo, tudo mesmo, exceto minha filha.

- Você está mesmo certo disso?

- É claro que sim, venho me preparando pra isso a anos – Ele riu. – Mas, e você, estaria disposta a abandonar o seu noivo por mim?

Winter CampOnde histórias criam vida. Descubra agora