7º Capítulo

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- Amy. – Ela ouviu ele dizer enquanto cessava os beijos.

Benedict olhou bem no fundo dos olhos verdes e brilhantes daquela garota que lhe parecia tão angelical. Passou o seu dedo delicadamente sobre a face dela e viu um sorriso se formar. Ela parecia tão inocente, tão envolvida, que fazia ele se culpar por se envolver também. Mas para ele, já era tarde demais.

- Eu amo você. – Ele então completou.

Para ela, soou bem melhor do que em seus sonhos. Ele disse exclusivamente para ela, e não para um bando de fãs enlouquecidas. Ele não disse porque ele queria parecer um bom ídolo, porque ela não exigiu isso dele. Ele disse porque quis. Disse porque a amava, e isso fez com que ela se sentisse a garota mais sortuda de todo o planeta. Não sabia como agir diante de tanta euforia, e nem sequer conseguiu disfarçar o sorriso. Felizmente ele não notou os olhos marejados dela, porque estava dando risadinhas das bochechas ruborizadas.

- Eu também te amo. – Ela enfim disse, recebendo mais um beijo dele. – Ben.

- Sim?

- Será que eu poderia te pedir uma coisa meio... estranha?

- Que coisa? – Ele franziu o cenho, dando uma risada – Já estou ficando com medo do que pode ser.

- Ah, que isso! – Ela riu – Não é nada demais, mas... bem, eu acho que fico um pouco encabulada de pedir.

- Se não pedir, eu nunca vou saber o que é.

- No filme August Osage County você cantou uma música.

- Can’t keep it inside.

- Exatamente. Eu amo ela, de verdade, não há dia que eu não escute.

- Nada mais justo do que ouvir ela ao vivo, não acha?

- Jura?! Quer dizer, você vai mesmo cantar?

- Se você quiser, é claro que eu vou.

- Bom, então... por favor. – Ela sorriu tímida.

- Pois então essa é a nossa música. – Ele disse – Essa coisa toda de ter uma música parece meio brega, mas você gosta dela e eu me sinto exatamente desse jeito.

- Não tem nada de brega, na verdade, isso é lindo.

Ele sorriu, e então pegou o violão que havia deixado encostado na parede. Tentou se lembrar dos acordes que facilmente vieram à sua cabeça, e se pôs a cantar. Foi o melhor momento da vida dela, e ele mal sabia que aquilo significava tanto.

- Acho que nunca mais vou ouvir essa música do mesmo jeito. – Ela disse, ainda sorrindo.

- Eu nunca vou cantar da mesma forma. – Ele riu.

Ele recostou novamente o violão na parede, e o lugar se tornou silencioso novamente.

Ou quase isso.

Do lado de fora, vozes femininas se tornavam cada vez mais “próximas”, o que fez o casal se entreolhar preocupado.

- Olha! O chalé que a Amy falou!

- Ela deve estar lá dentro. Parece que a lareira está acesa.

- Vamos lá fazer uma surpresinha.

- Você disse a alguém sobre mim? – Benedict sussurrou.

- Não, mas...

- Vai lá e despista elas.

Ela saiu do chalé, e tentou esboçar o seu melhor sorriso ao ver as amigas.

- Rose! Melissa! O que estão fazendo aqui? – Ela disse com humor.

- Notamos que você não estava no dormitório e pensamos que pudesse ter vindo até aqui. – Melissa explicou.

- Por que não nos contou do chalé? – Rose perguntou.

- Descobri essa noite. – Ela tentou ir se afastando – Não tem nada nele, o homem que eu tinha visto deve ter ido embora. Vamos voltar para o acampamento.

- Tá brincando?! Temos um chalé abandonado pra gente. – Melissa disse, rindo.

- Não tem nada de interessante lá. – Amy rebateu – Até eu estou decepcionada.

- Qual é, Amy! Nos deixe entrar lá. – Rose disse.

- Não! – Ela disse de forma bruta – Quer dizer, não tem nada lá, já disse.

- Então não tem nada lá que esteja escondendo de nós?

Ela demorou um pouco a responder, o que levantou desconfiança das amigas.

- Vem, Rose. – Melissa disse, contornando Amelia que ainda tentou impedir a passagem das outras.

Elas entraram no chalé, e se depararam com o ídolo na frente da lareira. Não tiveram reação alguma, a não ser arregalar os olhos. Ele sorriu enquanto se levantava, mas estava extremamente irritado, então se aproximou delas.

- Oi. – Ele disse.

- Benedict! – Melissa então disse – Benedict Cumberbatch!

- Meu Deus, eu não acredito! – Rose disse, saindo do choque – Eu sou sua maior fã!

Ele soltou uma risada e deu um abraço coletivo nas meninas que ainda estavam incrédulas. Amelia passou a estar em seu campo de visão, e ela notou que ele não estava feliz com a situação.

- Amy. – Rose olhou para trás – Estava nos impedindo de ver o Benedict?!

- Não é bem isso... – Ela tentou.

- Por que isso? – Melissa cortou – Somos tão fãs dele quanto você! Falamos sobre isso quando nos conhecemos.

- Eu sei, mas...

- Caramba, Amy. - Rose resmungou – Não custava nos dizer.

- Na verdade, custava. – Benedict interviu – Eu pedi para que ela não contasse.

- Você?! – Melissa o encarou – Mas por quê?

- Ela me encontrou e isso já não tinha sido bom. Eu estava aqui para ficar um tempo sozinho e ter fãs por perto não fazia parte dos meus planos. Então eu pedi pra que Amelia não dissesse sobre mim para ninguém.

- Ela veio aqui muitas vezes? – Rose perguntou.

- Sim. Durante as madrugadas ela vem me ver.

- E você não se importa?

- Não, eu fico ansioso.

- O quê? – Melissa riu – Ansioso?

- Sim, exatamente isso.

- Por quê?

- Porque... bem, eu estou apaixonado pela amiga de vocês.

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