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Noite anterior
00h13min

- VIVYANNE?

O rosto dela estava coberto por um tom de vermelho-pimenta que se assemelhava à cor do cabelo. Os olhos brilhavam de algo que Chace descobriria em poucos minutos, e a boca secara a um ponto que provavelmente doía.

Que diabo aconteceu?

- Que diabo aconteceu? - indagou em voz alta, claramente intrigado.

Ela não disse nada - apenas o encarou com os olhos caídos e um semblante... deturpado.

Que merda.

- Vivyanne, o que houve? - Chace se levantou rápido demais da beira da grade da sacada e cambaleou quarto adentro na direção da parede, a fim de chegar até a mulher.

Sua tentativa a seguir de não parecer alterado retomando a compostura falhou miseravelmente já que não só tropeçara como também todo o cheiro de álcool nele foi soprado para as narinas dela.

A careta de Vivyanne era evidente demais. De repente, todo o rubor se dissipou de sua face - por sorte, porque ela teria um treco em pouco tempo - e o tom corado da pele branca assumiu.

- O quanto você bebeu?

Ele deu de ombros.

- Dois copos de cerveja - mentiu.

Ela estreitou os olhos e cruzou os braços.

- É mesmo? - zombou.

- Vai me dizer o que houve ou não? - cortou-a em um resmungo, àquela altura com certa irritação.

Bem, a raiva contida no interior dela pareceu voltar ao final da frase. Os braços se apertaram em torno da cintura e sossegaram novamente ao lado do corpo enquanto a mulher buscava uma forma de expressar su...

- Ele tem outra.

Chace piscou. Ele quem? Outra quem?

Aquela era a razão de todo o estresse?

- O quê? - sussurrou, implicitamente pedindo por contexto e breves esclarecimentos.

Ela bufou e começou a andar de um lado para o outro no quarto.

- Kenny. Eu o vi com outra.

Chace piscou outra vez. Então era isso.

- Vivyanne, por que vocês não param com isso e apenas ficam juntos?

Ela o encarou como quem encara um bêbado. Por outro lado, conseguia enxergar que o mesmo encontrava-se 90% consciente, o que era bom.

- Ele me mataria. Eu não aguentaria. Você sabe.

Chace ergueu as sobrancelhas em interrogação, mas já não tinha mais o olhar dela sobre o seu.

- Esqueça-o. Sabe que é o melhor.

- Chace, a questão não é essa.

Bem, estava tudo confuso antes, e não melhorou nem um pouco depois disso. O pior era que Chace não possuía a mínima capacidade de aconselhá-la naquele momento ou mesmo oferecer uma palavra de conforto, pois esforçava-se para manter os olhos abertos e os ouvidos, hã, atentos. Ou ao menos fingir. Não era tão ruim assim, certo?

Certo?

Certo.

O que podia dizer a sua prima decepcionada amorosamente com um alto nível de alteração?

Sombria [HIATUS P/ CONTA DA OUTRA OBRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora