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04 de fevereiro

Se eles tivessem parado naquela manhã, é provável que a culpa e a tensão entre os dois não aumentasse, mas não foi o que aconteceu. O problema persistia, tomava proporções maiores do que deveria, e nada mudou depois que voltaram a ficar sozinhos na casa.

Bem, por mais horrível que fosse, piorava pelo fato de Chace a procurá-la, e não o contrário - até porque Sophie o odiava incessantemente. O sentimento não diminuía na hora do sexo.

Nem um pouco.

O relacionamento de Chace e Kristy estava se desgastando. Acabando. Quase uma década jogada no lixo por não saber se conter em relação a outras mulheres. E Kristy nem mesmo sabia do que acontecia.

Como contaria?

Ele contaria?

- Você vai contar.

Nunca levante esse tipo de questão com uma mulher como Sophie, eu disse nunca, nem um comentário a respeito.

Chace deveria ter saído do quarto sem abrir a boca.

- Eu estou pensando - resmungou enquanto calçava os sapatos.

Sophie cruzou os braços e recostou-se à porta. Sua raiva não a permitiu tirar sequer a calça por completo, então não precisou se vestir sob o constante olhar dele

- Se está pensando, por que falou sobre?

Ele a encarou. Era uma boa pergunta. Fora desnecessário, e ambos sabiam considerando que ele não possuía objetivo algum ao mencionar sua namorada recentemente traída que precisava de alguém para lhe dizer o quanto estava errada em relação ao pai de seus filhos.

Chace balançou a cabeça e se levantou. Se ainda existia um pingo de decência nele, cruzaria a porta, buscaria as crianças na escola, prepararia um discurso plausível para conversar com Kristy quando a mulher retornasse e nunca mais cometeria o mesmo erro, e teria sorte se ela o perdoasse. Começando agora.

Quem sabe?

Talvez amanhã.

Ele se aproximou e rapidamente a puxou pela nuca, escorregando a mão para cima a fim de enroscar os dedos nos fios vermelhos dela enquanto a beijava - forte, intenso, com a mesma agressividade de sempre que era característica dele. Chace sentiu o celular vibrar no bolso, o que o levou a emitir resmungos mentalmente, mas não interrompeu o caminho de seus lábios e uma de suas mãos pelo corpo da mulher. Acabou por puxar o aparelho com a outra e atender a ligação por curiosidade.

Silêncio.

- Chace?

Imediatamente, abriu os olhos e se afastou de Sophie.

- Oi - pigarreou para clarear a garganta e disfarçar a embriaguez da voz.

- Chace - repetiu Vivyanne, dessa vez com impaciência. - Já saiu pra buscar os gêmeos?

Droga. Precisava ir logo.

- Sim - mentiu, evitando olhar para o semblante zombeteiro de Sophie.

Sombria [HIATUS P/ CONTA DA OUTRA OBRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora