capítulo 10

522 50 27
                                    

Zenon e Saphira seguravam a mão um do outro, apreensivos com o que viam, sua filha estava saindo novamente, com o cara que ela conheceu no dia do casamento de Dayane e Gabriel, há duas semanas atrás, e eles, por algum motivo, não tinham gostado nem um pouco do rapaz.

Um arrepio passou pela espinha de Zenon quando o homem deu uma olhada sem cerimonia para o traseiro de sua filha, bem na sua frente, e ainda teve a coragem de passar a mão, sem se importar com a presença dele e sua esposa. Esmeralda se retesou com a atitude do rapaz, sentiu vontade de voltar correndo para os braços de seus pais, mas lembrou que queria ser igual suas amigas, desapegada dessas coisas, então, fingiu não se importar, ela também não queria ficar em casa, essa era a noite que seus tios iriam vir jantar e apresentar o amigo e sócio de George para eles, e ela não queria estar perto quando eles começassem a falar das conquistas amorosas de George e seu amigo, e o quanto são felizes na Escócia. Ela estava mais preocupada em se desprender de tudo aquilo que a sufocava.

– Filha! – Esmeralda escutou um grito de dor, no momento que iria subir na moto de Théo, e assim que se virou para ver o que acontecia, travou no mesmo lugar e sentiu seu coração quase sair pela boca.

– Mamãe... – Foi o que conseguiu pronunciar, antes de sair correndo em direção aos seus pais, que estava de joelhos no chão e sua mãe tentava segurá-lo.

Zenon estava com sua mão no peito e seu rosto estava transformado pela dor. Esmeralda não pensou duas vezes antes de pegar seu telefone e ligar para emergência, enquanto sua mãe não conseguia se mover ao lado do esposo, tomada pelo desespero de perdê-lo.

Em questão de minutos o socorro chegou, levando-o para o hospital, Saphira foi com ele na ambulância e Esmeralda foi de carro, logo atrás, quando chegaram, foram recebidos pela equipe médica, que já estava pronta para atendê-lo e o encaminharam para a emergência, deixando as duas ali, desoladas, agarrada uma a outra, aguardando notícias.

"Papai, não me deixe"– fazia a mesma prece em pensamento, repetitivamente.

Minutos depois a porta da sala de espera se abre, fazendo com que Esmeralda saísse de seu momento de torpor com sua mãe, ao ver Alice e Geórgios entrando desesperados na companhia de George e um rapaz alto loiro e muito, mas muito bonito.

"O que diabos tenho na cabeça, meu pai lá dentro e eu tentando enganar a mim mesmo até nessas horas, sou patética!"

Ela reprendeu-se, mentalmente, pois ela sabia que mal tinha olhado para o rapaz, na verdade, seus olhos se prenderam aos de George e ela lutava contra si mesma para não correr para seus braços e chorar tudo o que estava segurando, afinal, sentia que deveria ser forte por sua mãe.

Geoge foi em direção a sua tia, a abraçou, e deu um beijo em sua testa, deixando-a depois com seus pais e indo em direção a Esmeralda, que desde quando chegaram, sentou-se a algumas cadeiras de distância e se encolheu nelas.

– Oi... - começa. - O que foi que realmente aconteceu, Preciosinha? – Sua voz era tão mansa que ela quase cedeu, mas se conteve. Ela era livre para fazer suas próprias escolhas e decidiu ser igual a ele e esquecer tudo o que sentia a seu respeito.

– Oi... Eu não sei. Estava saindo com o Théo e ele estava bem, já tínhamos nos despedido, mas aí, do nada, ele estava no chão se torcendo de dor. Eu acho.. acho, que ele... – Não conseguiu terminar e nem segurar as lágrimas, pois logo os braços fortes dele a estavam envolvendo, e sentiu-se tão frágil e tão inútil, sem poder fazer nada, perdida em todos os sentidos em sua vida e, mesmo assim, seus braços pareciam o melhor lugar para se refugiar.

"Perdida e confusa" – Era assim que se sentia.

Ele não se conteve, precisava passar segurança para ela, queria dizer que estava ali, que ela não estava sozinha, queria dizer também, que tinha sido um idiota e que queria uma chance, mas as palavras não saiam, então, tudo que conseguiu fazer foi ficar ali, abraçando ela, até que seu choro se acalmasse.

Destinos Que Levam ao Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora