Capítulo 3

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Não é questão de orgulho, mas sim de liberdade"- Suelen Pessoa


George se encontrava estático, não acreditava que isso estava acontecendo com ele, não era real!

"Como assim chamei pela Esmeralda na hora 'H'?"

Essa pergunta pairava em sua cabeça, isso nunca tinha o acontecido, nem mesmo nela, dessa forma, ele pensava, muito menos em momentos como aquele, ela não chegava nem perto de seus pensamentos, em seus momentos íntimos. Isso era ridículo para ele, então, deduziu que estava focado demais nos estudos e precisava dar um descanso dessa história toda, ou iria enlouquecer.

Olhando para mulher que ainda cuspia fogo naquele momento, ele a compreendeu, mesmo que fosse uma noite sem compromisso para ambos, ele também não iria gostar de ser chamado por outro nome que não fosse o seu.

Passando suas mãos pelos cabelos, nervoso, pediu desculpas a moça e saiu do quarto do hotel, não tinha muito o que fazer para concertar a burrada que fizera,  tratou de deixar o quarto pago e um táxi à espera da moça para levá-la para casa. Sem ao menos olhar para trás, pegou seu carro e saiu o mais rápido que conseguiu daquele lugar.

Em minutos estacionou o carro em frente ao prédio onde mora e foi direto para seu quarto, jogando-se em sua cama sem tomar banho, tudo o que ele queria era poder dormir e descansar a mente, amanhã pararia para pensar no que aconteceu hoje, veria o que foi que deu errado.

Rolando de um lado para o outro, sua mente o trai mais uma vez, estica seus braços, pegando o controle do aquecedor e regulando em uma temperatura agradável, estava frio demais, puxou o cobertor, se aninhando de forma encolhida, na tentativa de se aquecer e, nessa posição infantil, foi impossível controlar sua mente traidora que o levou lembranças de quando eram pequenos. Suspirou por não estar conseguindo controlar sua mente nos últimos dias.

"Esmeralda não corre, olha o carro! — seu pai gritava para a menina de olhos azuis e cabelos loiros com ondas sedosas, que corria a frente deles. Seus olhos não desgrudavam nenhum momento da menina. Era incrível para ele ver Esmeralda correndo, era a criança mais bela que conhecia, nem as coleguinhas na escolinha eram iguaia a ela."

George abraça um travesseiro, enquanto deixava as lembranças continuarem a invadi-lo, sem mais tentar impedí-las, estava cansado de tentar evitar.

"Titio, vou dormir na sua casa hoje, né? Vamos poder ver o desenho da Barbie?"

E era assim toda semana, quando não era ele que dormia na casa dela, era ela que dormia na dele e não se importava de ter que repetir sempre o mesmo episódio da Barbie, era legal ter ela por perto, falando o tempo todo, mesmo que quase não conversassem. Era como se a companhia dela já fosse parte dele, um sentimento puro e singelo.

George sorri com as lembranças, eles cresceram assim, acostumados com a presença um do outro, até adolescência, quando tudo mudou, ele começou a ficar com as meninas e descobriu o sexo, foi nesse momento, da descoberta dos prazeres carnais, que ele começou a duvidar de seus sentimentos por Esmeralda e, por isso, sempre fazia questão de que ela soubesse de cada passo seu em suas descobertas na adolescência.

Esmeralda, nunca demonstrou ciúmes, assim como ele não senti ciúmes dela quando a viu dando o primeiro beijo e, por isso, tinha tanta certeza de que ela também não o amava, mas isso se desfez quando ele tinha dezoito anos e ela dezenove, na véspera do dia de embarcar para ir para Escócia...

Atordoado com o caminho que sua mente estava o levanto, aperta o travesseiro com força para esquecer tudo aquilo, essas lembranças estão mexendo com ele como nunca haviam mexido antes, isso estava sendo muito confuso.

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