Capítulo 4

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"Percebi que perdi o controle sobre o tempo
quando desejei que o passado viesse para o presente.-Demétrio.DMS."

"Não, você não entende, Esmeralda... Eu não te amo! Isso tudo é um capricho seu. O que aconteceu aqui, foi o pior erro que cometi e que não irá repetir, não se engane, você não é nada para mim além de uma menina mimada e não irá me fazer falta."

" Não se preocupe.- Esmeralda diz, com a voz embargada pelo choro. - Não se preocupe, George, a mimada aqui não vai mais te incomodar, se não faço diferença em sua vida. Eu juro que irei superar, afinal, é só um capricho de menina."

As vozes ecoavam na cabeça de George como se fossem trovões que o atingiam em cheio, fazendo com que acordasse em um sobressalto. Seu coração estava acelerado, parecia que iria sair pela boca, sua respiração estava tão fraca que ele achou que sufocaria. Olhou ao seu redor e se deu conta de onde estava.

Se ajeitou novamente na poltrona do avião, ainda meio perdido com a intensidade daquele sonho. Fazia algumas horas que tinha se despedido do amigo e entrado naquele avião rumo a Grécia. Estava com saudade de sua família e ele se sentia agitado por algum motivo. George deixou o ar sair pela boca e analisou tudo o que estava acontecendo nos últimos dias. Era estranho todas aquelas lembranças estarem vindo assim tão de repente em sua mente. Ele tinha controlado por anos, por que estava perdendo o controle? Levantou-se pegando uma pequena mala de mão no bagageiro a cima de sua cabeça, retirando de lá um caderno de anotações, anotou o que estava sentindo e pensando sobre o sonho. Sentou novamente ainda com o caderno em mãos.

Depois que Rony o enfrentou, dizendo que ele só enxergava o que queria, ele resolveu prestar mais atenção e anotar tudo aquilo que acontecia quando ele perdia o controle. Estava decidido a chegar a uma conclusão de uma vez por todas, nem que isso significasse admitir que estava errado. Olhou pela janela do avião e agradeceu por não ter ninguém ao seu lado na poltrona, pois as imagens que estavam vindo em sua mente o deixariam, no mínimo, constrangido e, naquela altura da situação, já nem tentava mais controlar sua mente e seu corpo, que também reagiu as lembranças, pois sabia que seria uma batalha perdida então se deixou ser levado pelas lembranças.

As imagens vinham com intensidade, como se estivessem acontecendo naquele momento, ele estava terminando de arrumar a última mala quando ouviu um leve toque na porta. Todos já estavam dormindo e ele não imaginava quem poderia ser, a surpresa espalhou-se pelo seu rosto assim que abriu a porta e deparou-se com Esmeralda. Ela parecia um pouco encabulada, mas estava linda em uma camisola branca e transparente que dava para ver claramente que ela não usava nada além disso. Esmeralda Iria dormir na casa de seus pais aquela noite para poder ir ao aeroporto no dia seguinte, acompanhá-lo junto com sua família.

Ele engoliu em seco quando percebeu que ela já estava dentro de seu quarto e trancado a porta. Não conseguia desviar o olhar de seu corpo curvilíneo e sua pele que o parecia ser mais macia que seda.

- George, eu...

- O que faz aqui a essa hora, Esmeralda? - Ele se forçou a falar alguma coisa depois de alguns minutos a encarando e se forçou repetir e repetir várias vezes para sua mente entender que ele estava no controle e não seria aquela camisola que o tiraria dos eixos.

"Eu tenho o controle, eu tenho o controle."

Ela se aproximou colocando as mãos na face dele e ao sentir o contato que era muito raro entre os dois, ele estremeceu. Ele a desejou e por alguns minutos fraquejou, deixou que ela o beijasse e aquele beijo foi o melhor que já tinha dado em toda sua vida. A boca dela era macia, suas mãos tinham o poder de paralisá-lo e o seu olhar de enfeitiçá-lo. Sentia que cada vez mais o beijo se intensificava e sem pensar colocou as mãos nos cabelos dela, segurando com uma certa força. Estava perdido, tentava buscar forças para parar aquilo que estava prestes a acontecer, mas não conseguia. Estavam nus em cima de sua cama e não lembrava como aquilo aconteceu tão rápido. Ele só acordou para realidade quando já estava em cima dela, prestes a consumar o ato e a sentiu tremer e falar baixinho:

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