Capítulo 5

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"A dor, às vezes, não é tão ruim, ela te ensina a se defender." - Suelen Pessoa

Esmeralda se sentiu mais confortável assim que George foi embora. Passou o dia todo arrumando uma desculpa para não ir para casa. Apesar de saber que uma hora ou outra eles iriam se encontrar, preferia evitar, não estava preparada.

Hoje era um dia especial, o dia que se comemora o nascimento dele e la tinha vontade abraça-lo, beijá-lo e dizer o quanto ela era grata a Deus por ele ter nascido. Mas ela não podia, e se sentia sufocada por não poder demostrar isso da forma que queria. Fazia anos que vinha sufocando o que sentia, porque não era recíproco e ela se sentia uma fraca por não conseguir esquecê-lo e estava cansada de estar sempre ali para ele. Ela queria poder mostrar para ele que tinha superado e estava seguindo em frente. Mas como fazer isso quando a verdade era que ela não tinha o esquecido? Ela não podia deixar que ele soubesse disso. Por isso, quando seu amigo, Carlos, sugeriu que ela não fosse ao aeroporto, ela aceitou no ato.

Carlos era seu amigo desde o primário, ele sempre esteve em sua vida. Sentia um carinho diferente por ele. Ele era seu amigo confidente, se sentia protegida e amada quando ele estava por perto. Era o tipo de amigo, que ela queria ter para sempre, até chegou a cogitar a ideia de pedir a ele para ser o primeiro a dar o primeiro beijo na época do colégio, mas não o fez, ele não aparentava gostar dela dessa forma. Então, pediu para outro rapaz, estava disposta tentar tirar George e a lista enorme de peguetes da cabeça, mas Carlos nunca mostrou interesse, às vezes, ela pensava que ele era Gay, como ele nunca tocou no assunto, ela nunca se atreveu a perguntar.

Esmeralda estava escorada perto da janela, perdida em pensamentos, se perguntando se ela não conseguiria apaixonar-se por seu amigo, afinal, seria tudo mais fácil se ela conseguisse esquecer esse amor idiota que sentia pelo George e esses pensamentos a fizeram suspirar cansada.

Seu suspiro foi detectado por seu amigo do outro lado da sala, que logo fez questão de se ajuntar a amiga. Ele a olhava com pesar. Ele era o tipo de pessoa que odiava ver alguém sofrer por amor. Esmeralda já estava sofrendo há muitos anos, ele tinha que interferir. Ele acreditava no amor, em destinos, em cupidos e sabia que estava na hora de interferir no juízo de George, e mostrar para aquele idiota que não se luta contra força nenhuma, ainda mais quando essa força tem ligação com o amor e o destino. Ninguém magoa sua preciosa e fica ileso. George Iria sentir o peso de suas escolhas.

Esmeralda sente os braços tão conhecidos em sua cintura e joga sua cabeça para trás, escorando-a no peito do amigo. Era um de seus lugares preferidos. Era a calmaria, a paz. Ela se afasta, virando-se de frente para o amigo, que está com um sorriso bobo no rosto, ela sentiu vontade chorar, mas ele a conhecia tão bem que não permitiu.

– Não chore, você não merece estar sofrendo assim. Ele que está perdendo. Você é linda, carinhosa, e tem o mais importante para esse amor não morrer, Esmeralda, você tem fé, pois sei que no fundo você ainda acredita que ele vai te olhar e vai se dar conta de que te ama. 

– Não sei, Carlos, ele nunca me amou, pelo contrário, ele me despreza. Não sei porque meu coração idiota ainda tem esperanças, se minha razão já compreendeu há muito tempo que isso é impossível. Estou cansada de lutar, de esconder. E agora, com ele tão perto, queria que ele fosse para longe só para poder respirar tranquila. Não quero deixar transparecer meu sentimento, Carlos, o que irei fazer? Bem que essas duas semanas poderiam acabar logo.

Carlos compreendeu a amiga e então a abraçou forte. Ele sabia exatamente o que fazer, nem que para isso teria que quebrar algumas regras que estabeleceu em sua vida, mas iria agir, e se depois de tudo, George ainda continuasse dormindo, iria dar um jeito de encontrar alguém de verdade para ela, pois ela merecia ser feliz.

– Eu odeio anjos cupidos. – Esmeralda deixa as primeiras lágrimas rolarem. – Cadê o tal do Seu Estácio para me ajudar, Carlos? Cadê? Eu não aguento mais. Você viu o quanto ele está lindo? Essa dor está me consumindo.

– Calma, minha preciosinha. Você não odeia os anjos, eles são boas criaturas. Tenho certeza que na hora certa ele vai te ajudar.

– Eu odeio sim, porque me acertou com sua flecha e não acertou George? Isso é injusto demais. Eu já tenho vinte sete anos  e ainda sou virgem, estou quase como aquele filme: O Virgem De Quarenta Anos. Simplesmente não consigo me entregar, isso só pode ser karma. Sou uma imbecil.

Carlos não se aguenta e começa a rir.

- Você é um péssimo amigo, não ri não. – Ela ralha, mas não se aguenta e ri também. Ele a fazia bem.

– Eu tenho uma proposta a te fazer –Tomou coragem para falar sobre seu plano.

- Diga-me...

*
*
*

George acordou cedo, mas faziam exatamente três horas que encarava o teto. Tinha sonhado novamente com Esmeralda, e dessa vez reviveu cada sensação que sentiu, de ter tocado seu corpo, de ver ela entregue a ele, de seus gemidos, de seu gosto. Ele se perguntava o porquê de suas emoções estarem descontroladas e a razão para não conseguir retomar o controle. Seria o destino querendo lhe mostrar que ninguém pode ir contra o que foi determinado? Seriam os anjos curtindo com sua cara? Isso tudo estava sendo sobrenatural demais para ele que não era uma pessoa que acreditava nessas coisas.

Depois de muito tentar entender e não achar uma resposta coerente, ele se levantou e foi tomar café com seus pais e sua irmã que tinha acabado de voltar da casa de Gabriel, e falava pelos cotovelos, ansiosa por seu casamento, na mesa do café e, às vezes, o olhava estranho como se quisesse dizer algo, mas não o fez.

– Mãe, a senhora não está mesmo chateada por eu e Gabriel não seguirmos nenhum costume brasileiro em nosso casamento?

– Não, minha filha, eu estou muito feliz por você e Gabriel estarem realizando esse sonho juntos da forma que sempre sonharam. Não se preocupe, já tive meu casamento, agora é o seu dia, estou realizada por isso.

– Obrigada mãe, você é a melhor.

Alice deu um sorriso para filha, ela foi sincera, estava feliz pela filha, mas seu coração estava preocupado com o filho. Ela o conhecia muito bem para saber que tinha algo de errado com ele.

– Morena, está tudo bem? – Geórgios pergunta a esposa ao ver seu semblante preocupado.

– Ah... Sim, sim. Apenas pensando.

Geórgios compreendeu na mesma hora o que incomodava sua esposa, ele a decifrada só por olhá-la, e para acalmá-la e tentar decifrar o que passava com o filho, resolveu fazer um convite.

– Filho, eu irei precisar ir na casa de modas resolver umas pendências, você não quer me acompanhar?

George que estava levando uma xícara de café até a boca paralisou a xícara no caminho, analisando o que seu pai dizia. Ir à casa de modas implicava ver Esmeralda. Ele queria vê-la depois de ela ter o tratado como se fosse algo nada importante?

Ele não sabia, mas iria pagar para ver. Estava disposto suportar as consequências para poder chegar ao fim desses estudo e, de uma vez por todas, acabar com essa agonia que vinha sentindo.

Oi meus amores. Mais um capítulo do casal mais complicado da Grécia. Kkk. Pelo que votem e comentem bastante pois me anima a continuar a escrever.

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