Filme Americano (Romance Lésbico)

Capítulo 4 - Offline

Hey! olha quem já voltou! Duas vezes em único mês pode ser considerado um novo recorde, certo? Fico feliz por quem já está acompanhando e prometo que essa história tem muito a acontecer! Então, curtam, compartilhem, votem e vamos em frente!

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O treino acabou uma hora depois. Negão fez com que as meninas chutassem, agarrassem e treinassem passes. Disse que se elas eram as primeiras, teriam que dar o exemplo e mostrar que realmente valia a pena manter o time de futebol. Beca gostava daquele otimismo. Nos poucos minutos que a menina conseguia respirar fundo, ela tentava pensar em ideias para atrair mais gente para o time. Pensou até em usar o truque de ser filha do professor como barganha para convencer algumas meninas, mas tinha certeza que seu pai não entraria na onda. Ele era do tipo chato. Muito chato mesmo.

Concentrada no treino, Beca insistia em tentar fazer um gol em Nina. Ela era goleira, como Beca já havia previsto, e era das boas. Fazia tempo que a menina, especialista no ataque, não tinha tanta dificuldade em balançar a rede. Nina era alta e rápida. Pulava no tempo certo e tinha braços absurdamente longos, pareciam até de mentira. De qualquer forma, Beca ficou feliz de saber que o time teria Nina como goleira. E mais feliz ainda quando teve uma ideia para atrair mais meninas para o time.

- Me diz que você tem um plano genial. Não podemos perder esse time, essa chance - foi assim que Beca chegou em Nina no final do treino

- Ei, calminha. Eu tenho uma ideia, mas não sei se vai funcionar - Nina já estava com a mochila nas costas se encaminhando para o vestiário

- Desculpa. É que eu sempre quis esse time e finalmente ele aconteceu e eu não queria que ele acabasse antes mesmo de acontecer, sabe como é?

- Olha. Eu entendo você. Mas precisa ter calma, vamos tentar o máximo, mas se não der, não deu. Tá? Eu vou tomar um banho e pensar melhor nas ideias, a gente se fala mais tarde.

E assim, Nina, suas pernas e braços extra-longos saíram andando como se estivesse tudo bem. Beca vislumbrou um sorriso no rosto de Nina e por alguns segundos rápidos, ela teve vontade de pular no pescoço da menina e exigir uma explicação de porque estava tão calma quando o mundo estava prestes a acabar! Pelo menos, o mundo de Beca. Ela sempre teve uma tendência para o drama.

A vontade de chorar passou por Beca, mas ela segurou as lágrimas, pegou a mochila, se despediu de Negão e foi pra casa. Ela ainda precisava adiantar uma parte do seu dever de casa e pensar em uma forma genial de recrutar mais meninas para o time. Não era possível que apenas duas meninas na escola inteira gostassem de futebol. Ela não consegui acreditar que aquilo fosse possível.

- Como foi o treino? - Seu Diogo perguntou assim que a porta abriu

- Tão empolgante quanto uma equação matemática

- Nossa. Ganhei um insulto à minha matéria de graça. Deve ter sido bom mesmo!

- Desculpa, pai. Mas foi decepcionante.

- Deixa eu adivinhar: só você e a Nina apareceram?

- Como você sabe?

- O Negão já tinha falado comigo que achava que isso ia acontecer, ele até me pediu uma opinião

- E o que você acha?

- Acho que vocês vão precisar de ótimas ideias para recrutar novas meninas - ele sorriu e Beca descobriu que talvez seu pai estivesse metido nessa ideia de recrutamento do Negão

- Eu já devia imaginar que tinha dedo seu

- Ei!

- O que?

- Eu sei que vocês vão conseguir

Beca não acreditava que seu pai estava metido nisso! Ele praticamente armou uma emboscada para sua própria filha! Afogada no chuveiro, aguardando uma ideia genial entrar por seus poros junto com a água, Beca fazia de tudo para que seu cérebro expandisse ou talvez se revirasse em pensamentos para resolver seu dilema. E quando nada aconteceu, ela podia jurar que talvez já tivesse acabado com toda a água do mundo. Colocou um calção velho de andar em casa e uma camiseta do time feminino do antigo clube que frequentava, pegou os livros, cadernos e sentou ao lado do computador em seu quarto. Estava chato. A concentração não ajudava. Podia ser física, história ou química e tudo que ela via na sua frente era uma escuridão de ideias. E no meio da escuridão, as pernas e braços longos de Nina enquanto ela agarrava todas as tentativas de Beca. O que diabos aquela menina não saía de seus pensamentos? Ela era realmente boa, pensava Beca. Desistindo de estudar de vez, ligou a tela do computador.

E para sua surpresa, boa ou ruim, lá estava ela. Como aquilo era possível? Assim que a página da rede social foi atualizada, tinha uma solicitação de amizade da tal goleira. Na foto, ela estava vestida com o uniforme de algum time e ria abertamente com uma taça na mão. Beca chegou a sentir uma pontada de inveja por ela ter uma foto tão legal e sem pensar duas vezes, adicionou a menina, que instantaneamente, foi falar com ela. Ela estava se tornando profissional em surpreender Beca.

- Acho que já sei como podemos fazer isso - esse era o "oi" de Nina

- Envolve armas, chantagens e obrigações? - Beca tentou ser engraçada

- Não na primeira fase, na segunda, talvez - Nina era engraçada, meu deus, essa menina tinha defeito?

- Então estou pronta para ouvir, ou melhor, ler

- Vamos desafiar os meninos - ela só podia estar louca, Beca quase gargalhou no quarto

- Do tipo duas contra onze? Acho que você está superestimando meu talento! - ok, Beca sabia que era boa, mas contra dez?

- Não em um jogo, bobinha. Mas em um torneio de embaixadinhas

Beca não sabia se devia se sentir incomodada por ter sido chamada de "bobinha". Ela não sabia lidar com esses apelidos fofos. Preferiu ignorar a frase e continuou.

- Desenvolva sua ideia - Beca precisava de mais informações

- Toda menina quer chamar atenção. Seja das amigas ou seja dos meninos. Vamos então propor um desafio no recreio semana que vem e mostramos que o futebol vai ser a forma perfeita de chamar a atenção no colégio

- Pera. Vamos ver se entendi. Você quer convencer que o futebol pode ser um esporte popular para as meninas? É isso?

- Isso. O que acha?

- Que não vai dar certo.

- Você é sempre otimista assim?

- Você quer dizer realista né?

- Quer saber? Boa sorte com seu time de uma só...o Negão estava errado sobre você!

- Errado? Sobre mim? Como assim?

Offline. Ela já tinha saído e agora Beca estava sozinha. Perdeu a única pessoa que estava disposta a participar daquela loucura com ela. Muito bem, Beca. Ela estava virando profissional em estragar tudo. Será que realmente não tinha mais opção?

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Yes! Capítulo pequeno, porém, eles crescem com o tempo, não desistam da história! <3

E para quem quer mais desse corpinho aqui, me chama no contatinho do twt: @sapataoescreve