Parece que agora vai né? Atualização rápida chegando para vocês e com personagem novo na história. Vem!
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Beca terminou a sexta de uma forma não muito boa. Na verdade, ela estava totalmente puta da vida. Alem da sensação horrível de parecer que o time do colégio não ia dar certo, ela ainda havia brigado com a única pessoa que estava disposta a ajudar a mudar isso. Aquela garota a deixava confusa. Porque ela se esforçava para se tornar amiga de Beca? Nao fazia sentido.
Ela precisava espairecer. O quarto parecia a deixar ainda mais nervosa e irritada a cada minuto que passava. Recorreu ao seu melhor amigo. Mandou mensagem para o João Guilherme, também conhecido como Jogui, vizinho dela que sempre a acompanhava na pelada que rolava na quadra no final da rua. Jogui era o queridinho de todos na escola. Os dois eram da mesma turma e todas as meninas do Santo Amaro babavam por onde ele passava. Beca nunca entendeu essa fascinação, para ela seria apenas o amigo que sabia o quanto ela amava futebol.
Preciso de uma bola, vamos? - Beca mandou a mensagem para Jogui
Nao demorou muito e o celular dela vibrou em cima da mesa.
Fico pronto em 15 minutos, me encontra na calçada - a menina riu de canto e começou a vestir seu uniforme.
Beca saiu do quarto pronta, avisou ao pai que iria jogar bola com Jogui e em retorno recebeu um conselho de seu Diogo: "desconta a tristeza e a raiva na bola, filha". Beca imaginou que sua cara devia estar muito ruim mesmo para o pai falar isso.
- O que aconteceu? - Jogui pulou as formalidades
- Minha cara está tão péssima assim?
- Não, mas hoje é sexta e normalmente você não joga essa hora
- Não tive um bom dia, precisava chutar alguém, ou alguma coisa...
- Espero ficar longe de você o resto da noite!O resto caminho foi feito em silêncio. Quando chegaram na quadra, alguns dos meninos da rua já estavam brincando de altinha. Assim que viram Beca e Jogui chegarem, começaram a separar os time, já que agora tinha gente suficiente para começarem. Beca e Jogui sempre ficavam em times opostos. Era uma regra imposta por todas as pessoas, porque diziam que os dois juntos, de alguma forma, se tornavam imbatíveis. Mas naquela sexta, Jogui fez questão de jogar ao lado da amiga, sabia que ela precisava de um pouco de colo, mesmo que fosse em forma de companheirismo na quadra.
Os dois tinham uma sintonia invejável na quadra. Um sempre sabia onde o outro estava. Trocavam passes sem precisar levantar a cabeça, faziam jogadas ensaiadas sem necessariamente ensaiar. Era como se lessem os pensamentos um do outro. O time estava injusto e todo mundo sabia disso. A prova e de que o jogo terminou 8x2 para o time de Jogui e Beca. Foi uma injeção de auto estima para Bera, era exatamente tudo que ela precisava depois daquela semana infernal.
Depois do jogo, os dois pararam em um barzinho para comprar um refrigerante e analisarem todas as jogadas que fizeram no jogo. Era como se eles nunca cansassem de se gabar do que faziam. Era certo que nunca mais iriam deixar os dois no mesmo time. Era injusto demais aquela dupla jogar junto.
O jogo havia demorado mais do que eles imaginavam e como Beca não havia levado celular, não fazia ideia disso. So quando avisaram que seu pai estava atrás dela e que ela se ligou do tempo que havia passado. Preocupada com a procura de seu pai, Beca foi fazendo o caminho de volta para casa até encontrar com seu Diogo no meio da caminho.
- Pai, está tudo bem com o senhor?
- Está sim, filha. Tudo bem, João?
- Pode me chamar de Joguí, seu Diogo.
- Não consigo, prefiro ficar com João mesmo!
- O que o senhor veio fazer aqui, pai? - Beca perguntou tentando não parecer aquelas meninas que tem vergonha do próprio pai
- Hoje está uma noite bonita e eu resolvi respirar alguma coisa que não sejam provas e trabalhos, aí vim andando pela calçada
- Ufa, ainda bem! Achei que tinha acontecido algo
- João, acompanha nós dois em um sorvete?
- Se a Beca não se importar...
- Claro que não, hoje nós dois fomos a melhor dupla de ataque que essa cidade já viu! Nós merecemos esse sorvete!E assim, os tres seguiram para a sorveteria que ficava do outro lado da quadra. Era simples, mas o sorvete que eles inventaram de chocolate preto e branco era maravilhoso. Já tinha até saído em uma revista na categoria "experimente". Era espetacular mesmo.
Beca e Joguí refizeram todas as jogadas com os dedos na mesa do restaurante para mostrar para Diogo, que por mais que não entendesse de futebol, acompanhava com tamanha empolgação todas as descrições e praticamente vibrava quando falavam dos gols. Ele adorava ver a paixão que sua filha tinha por aquele esporte. Era uma coisa diferente, que ele nunca presenciou antes. E então teve a ideia de colocar João Guilherme na historia do time feminino.
- João, a Beca já te contou do time feminino da escola?
- Ainda não, como assim, sua maluca? Me conta isso aí!
- Nem sei se vai existir, né...estamos com problemas!Diogo e Beca resumiram a historia para Joguí, mas ele não tinha nenhuma ideia para recrutar meninas, só disse que iria pedir ao técnico Negão para ajudar nos treinos.
Após deixarem Joguí em casa, Diogo e Beca voltaram andando e conversando para casa. O pai pediu que a menina tivesse mais esperanças no time e perguntou como estava a relação dela com a Nina e se já tinham pensando em algo. Beca contou a historia da discussão via chat e como estava chateada por ter brigado com a única pessoa que poderia ajudar. Ele falou para esperar até o dia seguinte e quem sabe, tentar novamente. Beca achou uma boa ideia e deixou que a sexta terminasse com aquele sentimento bom que ela estava.
Mesmo sabendo que o pai tinha razão e que o dia seguinte era a melhor opção, Beca não resistiu e mandou uma mensagem para Nina assim que chegou em casa e tomou um banho. Era impressionante como aquela garota havia se entranhado nos pensamentos de Beca sem pedir permissão.
- Preciso falar com você, está aí? - Beca deixou uma mensagem no chat de Nina
- Pra você? Não sei se estou - a resposta veio mais rápido que Beca esperava
- Desculpe por mais cedo!
- Por ter gritado comigo e me chamado de idiota mesmo eu tentando ajudar nós duas? Vou pensar...
- Você sabe que eu não gritei com você né? Estávamos em um chat online
- Você entendeu, não se faça de engraçadinhaOff-line de novo. Beca estava desconfiando de que não sobreviveria ate segunda, tamanha ansiedade em seu pequeno corpo. Ela queria resolver aquela questão com Nina. Na verdade, alem do time feminino, ela passou a se sentir mal so de pensar que a nova amiga, ou o que quer que fosse, estava chateada com ela. Nao fazia sentido ela se sentir assim com uma menina que esta na sua vida ha apenas 24 horas. Mas não tinha jeito. Beca teria que deixar pra segunda a continuação da conversa.
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Amando ou odiando Jogui desde já? Lembrando que la no grupohpm.lgbt tem muito mais pra você.
E qualquer coisa, gritem no twitter: @sapataoescreve
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Filme Americano (Romance Lésbico)
RomancePoderia ser só mais um ano na escola Santo Amaro e na vida de Beca, mas o destino, ou a vida, tinham planos mais audaciosos para a menina que amava futebol. Um amor inesperado, uma nova família e a certeza da maior paixão de sua vida.