Tudo em nossas vidas está sujeito a modificar-se, tudo é passageiro, reféns da inconstância. E com Brooke Maddox não seria diferente, a vida como universitária entrou em risco após a notícia que seus pais estavam falindo. Ingressar numa faculdade se...
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O céu vai ganhando as cores frias do crepúsculo. É o fim da tarde de sábado e, pela janela do meu quarto, avisto três pequenas pessoas na calçada de minha casa: meu pai, minha mãe e um homem desconhecido. Papai passa a chave do meu carro para o homem, que aperta a sua mão, simbolizando que o negócio está feito e que eu perdi o meu carro.
Fecho a cortina e me sento na cadeira em frente à mesa do computador, remoendo a raiva dentro de mim. Vou ter que voltar a pedir carona à Casey para ir à escola todos os dias. A melhor coisa foi sentir o gosto de liberdade quando ganhei o meu carro, mas perdê-lo consegue ter um gosto ainda mais forte em mim. Olho para as minhas contas em cima da mesa, elas não vão fechar como um passe de mágica e me ajudarem a entrar na faculdade, eu preciso de um emprego de verdade ou, apenas, uma distração para essa noite.
Preciso de algo que me faça ganhar dinheiro rápido, para que assim possa ir para a faculdade. O que desejo está muito além dos limites de Boca Raton, quanto mais penso sobre o dinheiro da universidade sendo usado para pagar as dispersas do supermercado, mais frustrada fico. Enrolo a ponta do meu cabelo loiro no dedo, minha mente acha uma brecha entre os meus pensamentos, voltando para o momento que Holly me conta sobre o seu novo "emprego".
Ah, não! Eu não teria essa coragem de transar com homens mais velhos e talvez até casados por dinheiro. Meu salário medíocre como babá não cobre tudo que preciso e mal dá para colocar na poupança da faculdade, mas não acho que a minha situação me faça chegar a esse ponto. Um calafrio corre pela minha pele ao pensar em Holly fazendo isso ou sobre mim embaixo de um homem mal-amado que paga menores de idade para serem suas prostitutas.
A tela do meu celular acende mostrando o nome de Justin Bieber.
— Alô? — Digo ao atender.
— Oi, Brooke, eu sei que está em cima da hora, mas quero saber se você vai estar ocupada essa noite? — Justin pergunta. Minha mente interpreta a sua pergunta de duas maneiras, então me forço a pensar no lado profissional — Eu queria que você passasse a noite com Noah, enquanto saio com alguns amigos — ele completa.
Casey me chamou para sair hoje mais cedo, mas acho que posso desmarcar com ela e cuidar de Noah por algumas horas.
— Eu não sei — umedeço os lábios.
— Eu preciso mesmo da sua ajuda e vou te dar uma quantia bônus por essa noite.
— Está bem — suspiro — Eu posso cuidar de Noah.
— Obrigado! Estou te esperando — ele diz antes de desligar.
Levanto da cadeira vestindo uma jaqueta e enfio o meu celular no bolso. Acho que vai ser bom passar um tempo com Noah e ainda ganhar um bônus extra com isso. Avisarei a Casey do meu serviço de babá quando estiver a caminho da casa de Justin. Vou para a sala e vejo os meus pais entrando em casa.
— Vai sair com a Casey? — Pergunta minha mãe.
— Não. Eu vou ficar de babá do Noah.
— Se precisar de uma carona de volta para casa é só me ligar — diz papai, sentando no sofá.
