No dia em que o céu desceu,
Quis ofertar um presente.
Seu ego, a terra mordeu;
Nascida a filha latente.
Linda menina celeste;
Do pátrio azul se adornou.
Por ter beleza que preste,
A mãe terra cativou.
"Ah, não é pra qualquer uma!"
Criança do céu e da terra
E madrinha, a densa bruma
Que à fresca relva se aferra.
No instante do batizado
O céu estava em vigília;
A terra em lance causado
Pra menina, Bela-Emília!
E com o pai, queria achar-se;
Assim, subia nos muros.
Mas tinha de contentar-se
Com a raiz em solo puro!
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Entre Asas e Raízes
PoésieEnlaçando a literatura poética num contexto fabulístico, a obra reúne versos que unem dois extremos em estrofes, oscilando suas rimas entre o céu e a terra. Vertentes contraditórias, mas intrincadas pelos papéis naturais atribuídos a cada uma, como...