Capítulo 6- Confusão part. I

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"Às vezes, parece que tenho uma guerra na minha mente

Eu quero sair, mas eu continuo seguindo em frente

Eu nunca percebi realmente que eu tinha que decidir

Entre jogar o jogo de alguém ou viver minha própria vida" - Get Free (Lana Del Rey)

Camila Cabello's point of view

Naquela madrugada eu dormi estranhamente bem, apesar do tempo curto que tive para isso, pois tinha que ir trabalhar. Meus pensamentos brigavam para ter vez em minha cabeça, eu tentava organiza-los mas logo se tornavam um caos inacabável. Pensei que poderia relaxar depois de tomar um café forte, porém não aconteceu.

Mas apesar da bagunça que eu estava por dentro, eu não me sentia estressada, eu estava até bastante calma.

Me olhei no espelho e minhas bochechas estavam ruborizadas sem motivo aparente, meus lábios pareciam mais rosa do que o normal e meus cabelos mais brilhosos.

Acho que estava começando a ver de verdade o meu próprio reflexo.

Fui para a sala e liguei a TV, logo procurando o canal de notícias. Estavam falando de Andrea Pellegrino, assim como eu esperava que estivessem. Segundo as informações do canal, ela estava hospitalizada, para tratar o princípio de anorexia que estava tendo e também para fazer uma série de exames. Ela estava tendo que usar óculos escuros em tempo integral, pois seus olhos estavam extremamente sensíveis a qualquer luz solar - já que ficaram tanto tempo sendo privados disso.

Mas tudo indicava que ela iria ficar bem, pelo menos fisicamente.

A polícia não parecia muito empenhada em achar quem matou o homem que a mantinha presa, apesar de que deveriam fazer isso, mas acho que o motivo para não estarem fazendo era óbvio. Eles apenas investigavam para ter certeza de que mais ninguém estava envolvido.

Nessa tarefa estavam se dedicando bastante, e eu podia imaginar o porquê disso. Eles queriam prender alguém, queriam poder castigar alguém por aquilo. Era compreensível, para muita gente não bastava a morte como castigo.

Antes de sair da casa daquele homem que manteve Andrea presa, fiz questão de ir até o quarto onde ele já estava morto. Andei até o criado mudo e deixei ali um pequeno medalhão dourado, de ouro. Pequeno e delicado, que continha o símbolo do que eu estava fazendo.

A polícia já o achara, e estava tentando juntar as peças, mas eu sabia que não daria em nada. Eu sempre os levava para as ruas sem saídas dos meus planos, quando ele achavam que encontraram uma pista, se deparavam com ainda mais peças para juntar. Assim ficavam perdidos na investigação, e eu ficava livre de qualquer suspeita.

Como eu já havia dito antes, Dinah e eu merecíamos um prêmio pelas elaborações de nossos planos.

De épocas em épocas eu mudava o objeto que deixava nas cenas de crime, porém sempre tinham o mesmo significado.

Sacrifício.

[...]

Enquanto eu dirigia para o trabalho, havia muitas questões em minha cabeça, minha mente parecia fervilhar com ideias e planos. Diversas coisas passavam em minha cabeça tão rapidamente que pareciam borrões, aquilo era completamente novo para mim.

Geralmente eu sentia uma coisa de cada vez e sem muita diversidade, apenas vazio, tristeza e solidão. Bom, eu ainda sentia essas coisas, porém havia coisas mais nítidas e vívidas fluindo em minha mente. Um vasto campo de ideias e pensamentos que faziam meu corpo querer se mover.

A Justiceira [Camren]Onde histórias criam vida. Descubra agora