Capítulo 16

67 17 72
                                    

1 mês depois.

Após acordar e levar Maria Clara para a creche, Dani e eu fomos para a escola.

-Hoje é aula do gato do Rodolfo. – Disse Dani entusiasmada.

-Mas que paixonite é essa pelo professor, menina, ainda não deixou isso de lado? – Falo sorrindo.

-Ah, Hanninha, para vai... Aliás, você também está apaixonada por um cara mais velho. – Diz ela jogando na minha cara suas palavras.

-Beleza, mas esse cara mais velho não é meu professor, né? – Respondo sentando ao seu lado na sala de aula.

-Não professor da escola, mas tenho certeza que ele vai se tornar seu professor. – Levantei uma sobrancelha mostrando a ela que não havia entendido o que ela quis dizer. – Minha nossa, amiga, como você é  lerda, quando vocês estiveram namorando ele vai ser seu professor, porque vai te ensinar... – Assim que entendi o que ela ia falar em seguida eu a cortei.

-DANI... MINHA NOSSA SENHORA, MULHER! QUE ISSO? – Coloquei a mão no rosto ficando vermelha.

-Minha gente, Hannah sabe gritar, vamos aplaudir plateia!!! – Olhei e vi Rodolfo na porta da sala sorrindo e batendo palmas.

-Nossa, Rodolfo, você é tão engraçado, tô morrendo de rir. – Respondi com uma risada falsa, mas querendo rir de verdade.

-Olha só, Hannah de nome chique que eu nunca gravo, você me respeite! – Disse ele rindo também.

-Vai me expulsar da classe? Por favor, Rodolfo, você me ama, não vive sem minha presença nessa sala! E a propósito meu sobrenome é Mazzaropi – Falo me gabando.

Rodolfo deu risada.

-Vamos começar a aula, crianças! – E foi para a frente da sala.

-Baba menos, amiga! – Digo no ouvido de Dani e ela fica vermelha.

-Bom dia, turma, a aula de hoje é sobre o fim da guerra fria...

No intervalo meu celular tocou.

Ligação on

-Alô, senhorita Hannah Mazzaropi?

-Sim, quem fala?

-Aqui é da creche onde estuda Maria Clara Mazzaropi, ela está ardendo em febre.

-Estou indo busca-la...

Ligação off.

-Meninas, Maria Clara está passando mal, preciso buscar ela na creche.

-Vamos lá falar com o diretor... – Disse Rayssa já indo em direção a secretaria.

Batemos na porta e ele nos pediu para entrar.

-Bom dia, diretor Marcelo, eu queria pedir permissão para sair mais cedo, como o senhor sabe tem a Maria Clara e a creche acabou de ligar dizendo que ela está com febre.

-Ah sim, pode ir Hannah, desde que você pegue a matéria com as meninas amanhã.

-Sim, pode deixar! Obrigada!

                             ***

-Ela estava super quieta, não estava falante como de costume, aí reclamou de dor na cabeça, quando coloquei a mão na testa dela ela estava muito quente. - Explicou a professora dela.

-Tudo bem, obrigada! Vou levar ela no médico ao sair daqui.

                                  ***

-Maria Clara Mazzaropi, a doutora Catarina atenderá na sala 5. – Disse uma enfermeira sorrindo. Seguimos a enfermeira.

-Bom dia, doutora Catarina! – Digo sorrindo.

-Olá, mãe, bom dia! Sente-se! – Disse apontando a cadeira em frente sua mesa.

-Obrigada! - Sorrio.

-Bom, vou fazer uns exames, tudo bem?

-Claro!

Ela fez uns exames e conversou um pouco com Maria Clara.

-Bom, ela tem sinusite, por isso a dor na cabeça, a febre pode ter sido emocional, ou algo assim. Você compra esses remédios e sempre que a sinusite atacar você pode dar para ela tomar, vai controlar.

                              ***

-Meu amor, a gente vai ter que ir lá em casa pegar dinheiro para comprar os remédios e depois ir a farmácia. – Disse para Maria Clara, ela estava no meu colo, com a cabeça enterrada em meu ombro.

-Mamã, eu quelo mimir, num quelo ir a famaça. – Disse dengosa.

-Tá bom, a titia não está em casa, ela foi viajar, mas eu vou ligar para o titio ir lá ficar com você até eu chegar. Eu dei uma cópia da chave da nossa casa para ele.

Eu dei a cópia da chave para Miguel, pois ficamos muito amigos, eu tinha a cópia da chave do apartamento dele e ele da minha casa, sei que parece estranho, mas as vezes ele está com muitos afazeres no mercado e precisa que alguém esteja no apartamento dele para alguma coisa e ele não quer atrapalhar a mãe, aí eu vou, ou às vezes preciso sair e não posso levar Clarinha, ele sempre chega depois que eu saio, então é só ele entrar.

-Titio Milel?

-Sim. Chegamos em casa, fica quietinha no seu quarto até o titio chegar, tá? – Ela se aninhou na cama com seu panda e só balançou a cabeça.

Peguei o dinheiro que meu pai deixava para alguma emergência, fui até o quarto dele e não tinha ninguém, ele deve ter saído, menos mal, assim ele não enche o saco.

Fui até a farmácia mais próxima, ela ficava a sete quarteirões da minha casa, levei umas meia hora para chegar.

-Boa tarde! Tem esses remédios? – A farmacêutica conferiu e pegou os dois medicamentos escritos na receita.

Sinceramente, gostaria da capacidade desses farmacêuticos de entenderem essas letras de médico, eu sinceramente não entendo nenhuma letra, parece grego.

-Aqui está, é só pagar lá no caixa! Boa tarde!

Paguei tudo e assim que sai da farmácia dou de cara literalmente com Maurício.

-Ei, Hannah, o que faz aqui?

-Olá, vim comprar remédio para Maria Clara, descobri que ela tem sinusite.

-Coitada, sinusite é horrível, eu tenho!

-Bom, preciso ir para casa, vou levar os remédios dela.

-Quer que eu te acompanhe?

-Não precisa, Maumau, obrigada!

-Hannah, eu queria muito fazer uma coisa, mas tenho medo da sua reação.

-Que coisa? – Antes mesmo de entender ele me beijou.

-Maumau, desculpa, mas eu não tô interessada e aliás, eu tô preocupada com minha filha. - Antes de ele responder eu vou embora.

Sinto um aperto no peito de repente, e parece que quanto mais próximo de casa o aperto aumenta ainda mais, me desesperei e logo pensei que aconteceu o pior com Clarinha. Procuro meu celular no bolso, lembro que deixei dentro da mochila da escola e deixei a mesma em casa, então eu corro o mais rápido que posso.

Abro a porta da sala e não tem ninguém, porém escuto vozes e choro vindo do andar de cima, subo os degraus de dois em dois, os barulhos vem do quarto da pequena e assim que chego a porta vejo a pior cena, a cena que eu jamais imaginaria ver, a cena que vai ficar gravada na minha mente pelo resto da minha vida, não consigo fazer nada, fiquei paralisada, fiquei em choque, olho de rosto por rosto das pessoas que estavam naquele quarto, porém em um dos rostos eu olhava com desprezo e isso me doía muito.

Bom galera, não me matem RS

O sonho de HannahOnde histórias criam vida. Descubra agora