Capitulo 19 - Miguel

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Deixei as mulheres da minha vida – vulgo Hannah e Clarinha – no meu apartamento e me dirigi a enorme casa de meus pais. Eles moravam a cerca de uns 30 minutos de mim.

Enquanto dirigia pelas movimentadas ruas do Rio de Janeiro eu lembrava da Clarinha me fazendo de cliente de seu salão de beleza, foi duro tirar tudo antes de sair de casa.

A risada de Hannah ecoava pela minha cabeça, a risada dela é música para meus ouvidos é tão bonito ver ela sorrir, e quando ela está gargalhando ela fica vermelha e os olhos dela ficam bem pequenininhos, ela parece ser tão frágil, tão indefesa, mas tem uma força inimaginável, ela dá a vida pela filha, algo que nenhuma jovem de 17 anos faria.

Sim, a admiro muito, enquanto meus pensamentos voavam cheguei a casa de meus pais, buzinei para que o porteiro abrisse os portões de ferro gigantes, sempre achei um exagero meu pai ter um porteiro, mas fazer o que né.

-Boa tarde, senhor Costa! – Disse o porteiro em tom profissional.

-Fala sério, Fábio, já disse para me chamar de Miguel, eu não sou meu pai, sem formalidades comigo. – Falei colocando a cabeça para o lado de fora da janela do meu carro.

-Perdão. – Esboçou um sorriso de segundos e voltou ao seu posto em sua postura profissional.

Estacionei o carro em qualquer lugar do jardim, não pretendia demorar, afinal precisava comprar comida para levar para minhas meninas.

-Boa tarde, família! – Disse ao ver meus pais sentados na mesa da copa em uma conversa agradável enquanto almoçavam.

-Miguel, o que faz aqui a essa hora? – Meu pai perguntou.

-Também é muito bom te ver, coroa. – Debochei, minha mãe riu e ele revirou os olhos. -Bom, vim aqui comunicar algo com vocês.

-Então comunique, meu bebê. – Minha mãe como sempre babona.

-Bom, como minha mãe já sabe, eu conheci uma garota, o nome dela é Hannah, ela tem 17 anos e uma filha, Maria Clara, de 2 anos, mas acontece que o pai da Hannah é tão... É tão... Eu não tenho uma palavra que descreva aquela cara, ele estuprou a criança... – Minha mãe fez uma cara de espanto e meu pai não esboçou reação alguma. – Enfim, agora elas moram no meu apartamento e... – Meu pai me cortou.

-O que você disse, Miguel?

-Que? Em que parte?

-Você colocou uma garotinha dentro da sua casa?

-Essa “garotinha”, pai, tem um nome, e é Hannah. – Fiz aspas com os dedos. -Como eu estava dizendo... – Novamente meu querido pai me cortou.

-Olha, Miguel, eu não aceito isso, ela só quer o nosso dinheiro, você não vê? Quem realmente gosta de você é a Patrícia, ela vem de uma família boa e rica.

-Você só pensa nisso? Mãe, meu pai só pensa em dinheiro, não é possível, me dá uma força.

-Bruno, deixa ele terminar de falar.

-Bom, continuando, se meu querido pai me permitir... – Ele cruzou os braços. -Mas ela disse que só ficaria em minha casa se ela fosse minha empregada, mas é óbvio que eu disse não, ela ameaçou ir embora, então vou colocar ela lá no mercado, ela tá para fazer 18 anos mesmo. Bom, é isso.

-Você está namorando ela? – Minha mãe perguntou sorrindo.

-Não, mãe, somos só amigos. – Doeu dizer isto em voz alta.

-Otimo, que aí então você não precisaria terminar com ela para namorar com a Patrícia.

-De novo isso, pai? Eu não quero nada com a Pati.

-Miguel, você só tem 2 opções: Namorar a Patrícia para que a sua amiga fique na sua casa ou a menina sai da sua casa.

-E se eu não te respeitar?

-Bom, neste caso quem vai sair da sua casa é você e sua amiguinha... Ah, e eu tiro o mercado da sua posse.

-O que? Mas pai...

-Não quero saber, assunto encerrado, você escolhe. Tenha uma boa tarde. – Ele saiu da mesa, deu um beijo na testa da minha mãe e saiu de casa.

-Mãe... – Soltei em pedido de ajuda.

-Sinto muito, filhote, eu não posso fazer nada em relação a isso, você sabe que eu também não gosto da Patrícia, mas você conhece seu pai. – Bufei e me levantei.

-Nesse caso preciso fazer o pior erro da minha vida. – Minha mãe também se levantou.

-Você vai fazer o que?

-Pedir a Patizinha em namoro e seja o que Deus quiser. – Minha mãe soltou uma risada nasal e me abraçou. -Tchau mãe, qualquer dia eu vou trazer a Clarinha aqui, ela é uma princesa, você vai amar ela.

-Eu passo lá na sua casa hoje, quero conhecer as duas logo.

-Tá bem, então o café da tarde hoje é por minha conta. – Joguei um beijo para ela e saí de lá.

                                 ***

Cheguei a casa de Patrícia e já fui direto ao ponto.

-Bom, Pati, eu mudei de ideia, você quer namorar comigo? – Ela se jogou nos meus braços.

-Claro, meu amor, é o que eu mais quero.

-Bom, então vou deixar já esclarecido algumas coisas: Aquelas moças que você viu na praça comigo aquele dia estão morando na minha casa, não quero que você dê chilique, Hannah é minha amiga e ela está em uma situação difícil, não quero ciúmes doentio.

-Eu faço tudo por você, meu amor, eu te amo! – Ela disse sorrindo.

-Bom, agora eu preciso ir.

-Já?

-Sim, minha mãe vai na minha casa logo mais, amanhã eu passo o dia com você. – A beijei e fui no restaurante e comprei Strogonoff para Hananh, Maria Clara e eu almoçarmos.

Minha mãe chegou umas horas depois que almoçamos, Clarinha e ela foi amor a primeira vista, minha mãe até chorou quando teve de ir embora, ela chorou porque Clarinha chorou, minha mãe sempre emotiva. Ela até ensinou a Clarinha chamar ela de vovó, e claro ela aprendeu rapidinho.

Minha mãe também se apaixonou pela Hannah e parece que Hannah também gostou dela. Bom só espero que meu pai seja assim também quando conhecer elas.

Bom, galera, vim aqui informar a vocês uma super novidade, espero de coração que gostem...

Tchan, tchan, tchan, tchan, tchan.

Quando esse livro acabar... Terá um sobre a Maria Clara quando ela cresceeer. ❤❤❤

O que achaaaaam??????

O sonho de HannahOnde histórias criam vida. Descubra agora