Capítulo 14

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Hannah on

Ele me beijou, foi incrível, eu me senti como se fosse o meu primeiro beijo, foi tão... Intenso.

Depois de um divertido dia na praia, onde nós brincamos de castelinho de areia, de pique pega e várias outras coisas que Clarinha podia fazer por conta do braço quebrado. Ela queria entrar no mar, mas ainda não é possível.

Ele nos deixou em casa e foi embora, não nos beijamos mais depois daquela hora.

Depois de entrar, dar algo para ela comer, pois deveria ter um buraco negro no lugar do estômago, dei um banho nela e contei a história da Branca de Neve, mas na metade da história já havia dormido, acho que vou leva-la todos os dias a praia agora, para dormir nessa facilidade toda.

                               ***

Estava andando por uma estrada quando ouço um carro com uma música que poderia ser ouvida perfeitamente, olhei para trás e vi um carro vermelho, não consegui identificar qual seria o modelo, quando olhei novamente para frente um caminhão vinha em contra mão na direção do carro, eu congelei olhando a cena, segundos depois o carro e o caminhão bateram de frente, o carro girou diversas vezes e parou de cabeça para baixo, várias pessoas apareceram e correram em direção ao carro, mas eu não conseguia me mover, era estranho, ao longe escutava um barulho familiar, parecido com um despertador, tentei pegar o celular para ligar para a ambulância, mas eu não o encontrava, que estranho.

E então acordei, foi um pesadelo, que pesadelo estanho, o que será que ele queria dizer?

Ignorei meus pensamentos e levantei, tomei um banho e preparei o café da manhã para mim e Clara.

-Bom dia, minha princesa. – Acariciei seus cabelos loiros e ela se mexeu. -Vamos acordar, sonequinha, tá na hora. – Ela abriu os olhos e suas pupilas verdes escuro me encararam por uns segundos.

-Eu não sou o soneca, eu sou a Blanca de neve loila. – Dei uma risada.

-Tudo bem, então me corrigindo, está na hora de acordar Branca de Neve loira.

-Agola shim, menina espeta. – Dei uma risada alta de novo.

-Vai querer ir como para a creche hoje? – Ela pensou por um tempo, e saiu correndo do quarto de repente, fui atrás, ela estava no meu quarto procurando algo. -Que foi?

-Mamã, quelo sheu telula. – Ela pediu, fui até a cômoda que era alta para ela ver o celular ali em cima e o peguei.

-Para que?

-Liga pala o papaíba e dize pa ele como eu fica ninda. – Eu ri, graças ele não estava aqui para ouvir ela o chamando assim. Procurei o número dele e liguei entregando o celular na mão dela.

Ela ficou um tempo em silêncio com o celular na orelha.

-Não. – Riu. -É a Clalinha. – Silêncio por alguns segundos.

-Mimi igal plinxesa e o senhor? – Outro silêncio de segundos.

-Eu liguei pala sabe como eu fico ninda, com que oupa? – Outro segundo em silêncio.

-Tchau papaíba, meu colação tá cum sodade. – Eu ri nervosa, dessa vez ela o chamou de papaíba e ele ouviu. Ela desligou o celular sem deixar que eu falasse.

-E aí? Vai ser o que?

-Vetido. – Disse, colocou a mão na cintura e foi rebolando para o banheiro. - Ri dela, essa garota vai me dar trabalho.

Após dar banho nela, alimentar o monstrinho que ela deve ter no estômago a levei para a creche e fui para a escola.

-Olha só, quem é viva sempre aparece. – Disse Dani.

-Bom dia, minhas gatas! – Respondi.

-Bom dia, por onde andou? Nós três mandamos bilhões de mensagens. – Rayssa falou.

-Verdade, você sumiu. – Dessa vez foi Alice.

-Meninas, meu fim de semana foi longo, vocês não fazem idéia.

-Será que alguém tirou a teia de aranha da boca dessa vez? – Se manifestou Bia e eu mordi meus lábios.

-É o que? Quem foi o bofe? – Dani deu uns pulinhos, lendo nos meus olhos o que aconteceu, como sempre, nossa amizade é assim, lemos a maioria dos pensamentos uma da outra.

-Foi o Miguel. – Disse baixo e rápido.

-QUE? – As quatro gritaram juntas e algumas pessoas passando por nós ficou olhando.

-Sem escândalo, isso foi ontem, ele me beijou na praia.

-O que foi que aconteceu nesse fim de semana? Vocês só se cumprimentavam quando passávamos em frente ao mercado. – Rayssa falou.

-Seguinte, levei Maria Clara na praça sexta de noite e ele apareceu lá, brincou com a gente e do nada a Patrícia, namorada dele ou melhor agora ex namorada apareceu e fez um barraco, ela foi embora e ele continuou com a gente, depois nos levou em casa e marcou de pegar a gente para levar ao shopping no sábado, aí no sábado de manhã estava conversando com minha tia no portão e Maria Clara dormindo, escutei um barulho dentro de casa e o choro dela, quando cheguei lá meu pai tinha empurrado ela e quebrou o braço, levei ao hospital e liguei para Miguel explicando porque era para sairmos mais tarde, aí ele concordou, quando foi nos buscou estava com uma cadeirinha rosa no banco de trás e uma boneca para a Pinguinho, enfim, nos divertimos bastante, ele disse que tinha terminado com a namorada e quase nos beijamos, mas Clarinha interrompeu, ele nos levou para casa bem tarde, meu pai surtou, ameaçou me colocar de castigo, deu um tapa em meu rosto e brigou com Miguel que saiu mais machucado, então cuidei dele e depois ele foi embora, no domingo fui comprar queijo e encontrei Maurício na padaria, ele deu em cima de mim umas vezes, quando cheguei Clara estava chorando no colo de Miguel, meu pai parecia querer o matar com os olhos e a porta tinha sido arrombada, quando Miguel nos levou a praia ele me contou que ouviu ela falando umas coisas que não são muito legais, se ele não chegasse a tempo meu pai abusaria dela, então ele me beijou. E eu descobri que estou apaixonada. – Quando terminei de contar as meninas tinham várias emoções em seus rostos.

-Eu sinceramente não sei se mato seu pai, se te abraço, se procuro Miguel e digo que ele é um herói ou se saio gritando aos 4 ventos que você está apaixonada. – Disse Dani e eu ri.

-Eu tenho a mesma dúvida que a Daniella. – Disse Rayssa.

-Para de me chamar de Daniella, Ray, é só Dani. Por favor!

-Bom, antes que vocês decidam qualquer uma dessas opções vamos para a sala que a aula vai começar. – Prefiro deixar a parte do sonho para contar só para a Dani, chamaria ela para dormir lá em casa hoje.

O sonho de HannahOnde histórias criam vida. Descubra agora