Capítulo 10 - Bônus Miguel

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Após deixar elas em casa eu segui para a minha, estava com um sorriso tão bobo no rosto, meu corpo parecia mais leve, nunca me senti assim.

Perdido em pensamentos abri a porta do meu apartamento e entrei, acendi as luzes indo direto para o quarto, mas antes que eu entrasse alguém diz:

-Olha só a hora que o pai de família chega em casa... E sozinho.... – Me viro encontrando a dona da voz deitada no meu sofá.

-Como você entrou aqui, Patrícia?

-Fui até a casa da minha sogrinha e disse que queria fazer uma surpresa para o meu lindo namorado e como ela confia e gosta da norinha linda aqui me emprestou a chave que ela tem.

-Você é totalmente maluca garota, como assim você entra na minha casa desse jeito, a gente se conhece desde sempre, mas assim não dá né? – Eu digo tentando me controlar.

-Seria divino você me fazer uma surpresa, poderia estar seminu deitado em minha cama ou poderia estar assim... – Ela retirou o vestido que estava usando, estava sem nada por baixo. -Gostou da surpresa, querido? – Ela começou a andar até onde eu estava, ainda não havia saído da porta do quarto.

-Espera, Patrícia! O que você tá fazendo?

-Aah, querido, eu vi como você tratou aquela garotinha insolente e como ela tem aquela outra pirralha, a irmã dela, então tomei uma decisão... – A corto.

-Filha.

-Que? – Ela me olha sem entender.

-Hannah e a menina da praça, são mãe e filha.

-Melhor ainda, eu quero um filho seu Pedro! – Eu olhei pra ela de boca aberta.

-Tá maluca?

-Amor, a gente se conhece já tem tempo, vamos ter um filho!

-Não, saí daqui Patrícia, a gente não vai ter filho coisa nenhuma.

-Mas...

-Nem mais, nem menos, vou te levar na sua casa... – Fui até a mesa de centro da sala, peguei a chave do meu carro, voltei onde ela estava, a fiz colocar o vestido, peguei em sua mão até chegarmos no estacionamento e ela estar dentro do meu carro.
Fomos em silêncio até a casa dela, ela ainda morava na casa dos pais.

-Patrícia. – Chamo antes que ela desça do carro. Ela me olha e não diz nada. -Preciso falar com você.

-Sou toda ouvidos. – Ela diz com uma certa ironia na voz.

-Certo! Paty, eu acho melhor a gente ser só amigos mesmo... – Disse sem enrolação.

-O que? Mas por quê? – Diz ela quase sentando em meu colo e os olhos arregalados.

-Você ainda pergunta? Cara, a gente tá namorando tem 3 dias e você me pede um filho? Sério, isso só me provou que a gente não serve um para o outro... – Antes que eu terminasse meu discurso ela me cortou com uma risada que me arrepiou, sério, parecia uma bruxa.

-Claro, é por causa daquelazinha, você vai me trocar por uma pirralha que já é mãe, olha a diferença de classe, meu bem... Ela só tem a oferecer o corpo para você, ela não tem cultura, não tem nada...

-CHEGA! – Eu grito e ela se cala. -Patrícia, classe não é exclusivo para quem tem dinheiro, classe é também você ser uma pessoa com uma postura boa e bonita, o que não serve pra você, classe não é uma pessoa que pisa e diminuí os outros só por ter menos, classe é você ter um coração bom, mas você, você sempre foi mesquinha, me desculpa estar te dizendo essas coisas, mas alguém precisa né? – Quando eu olho para seu rosto os olhos estão banhados em lágrimas, meu coração se aperta, afinal, por mais que ela seja metida e mesquinha eu tenho um imenso carinho por ela, nós crescemos juntos, mas alguém precisa dar  um choque de realidade nela, ela precisa aprender que não é  melhor que ninguém só por ter dinheiro.

-Ótimo, mas fique sabendo que você vai se arrepender. – Ela desceu do carro e bateu a porta com força.

-Mais forte quebra, sabia? Tem geladeira em casa não? – Digo alto e ela me mostra o dedo do meio.

Vou para casa, afinal, preciso dormir... Ou tentar, amanhã o dia estará cheio de surpresas!!!

Planejo levar as duas na praia amanhã e os planos que eu tenho são perfeitos, espero que ela não desista do passeio.

O sonho de HannahOnde histórias criam vida. Descubra agora