Capitulo 2 - 1 - Danilo

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Um cão chamado Tob. Pastor Alemão capa preta, de pelagem linda e com um treinamento de primeira, dado pela minha pessoa. Quem sou eu? Investigador Danilo Freitas. Sou um cara solteiro que mora sozinho em uma casa simples, com espaço para o Tob e as vezes algumas visitas que aquecem meu colchão solitário.

Hoje acordei cansado, disposto apenas a continuar deitado. A cama parecia uma prisão de correntes, onde eu estava capturado e fadado a estar ali para sempre. Cada movimento levava uma eternidade para ser concluído. Minha sonolência partiu assim que consegui atender o telefone. Tob já latia ao lado da cama. Ele pressentiu que era notícia ruim.

- Alô? - Indaguei sob efeito do sono profundo.

- Chefe... Aqui é o Alessandro. - Quando ele liga vem bomba. Pra quem não sabe, o Alessandro é meu parceiro. Negro de cabeça raspada, jeito de malandro e roupas despojadas.

- Fala Alessandro. - Pedi irritado. Se não for importante, eu mato ele.

- O Skullrion, achamos outro corpo. Esse foi fácil de achar. Um pessoal que faz trilha de bicicleta pela região ali da antiga usina de pinga, viu um rastro de sangue. Nosso cara está ficando descuidado. - Alessandro terminou a frase empolgado. Pobre rapaz... Mal sabe ele que nossa presa está mudando o jogo.

- Deixou alguma mensagem? - Perguntei pois se o "modus operandi" foi alterado, ele pode também ter mudado a forma de deixar o corpo. Se estava a vista e fácil de ser encontrado, então é possível que ele queria que víssemos esse corpo...

- Na barriga do cara estava escrito "Julgamento Justo". Você entende? - Ele questionou confuso. Burro.

- Qual o nome da vítima? Temos identificação?

- João Ferreira, corretor de imóveis bem sucedido. Tem esposa, filhos. Um cara normal. Só acho estranho a carteira com todos os documentos ainda estarem no corpo. - Alessandro está tentando entender a mensagem. Eu por outro lado entendo que ele quer que saibamos por que João Ferreira está morto. Skullrion quer nos colocar ao lado dele, ou apenas despistar...

- Alessandro, colete o máximo de informações e provas do local, ele quer deixar uma trilha para seguirmos e é exatamente isso que faremos. - Avisei desligando em seguida. Levantei de mau humor. Que coisa irritante acordar com uma notícia dessa. Seria bom acordar com o dia de folga e a Cabo Michelle ao meu lado com aquele sorriso lindo...

Fui até o banheiro e lavei o rosto. Olhei no espelho e vi aquela pele branca e jovem, substituída por uma beirando os 35 anos. Alguns sinais surgindo na pele, com barba despontando alguns fios compridos. Estava na hora de afeitar. E o cabelo jogado pra trás, num estilo mais conservador com certeza me trazia boa sorte com as garotas. É eu não sou feio, só tô acabado mesmo.

Passado o dejejum matinal, resolvi alinhar todos os crimes de Skullrion em minha mente. Até agora 9 mortes, todas as vítimas degoladas. Nenhuma pista ao redor da vítima no local até agora. A maioria homens desconhecidos uns dos outros. Sem qualquer ligação como parentesco, afinidade, conhecidos, ou que morassem próximos. Todos distintos um do outro. Não havia semelhança na pele, ou no sexo, opção sexual, deficiência, absolutamente nada que os distinguisse dentre a multidão, como se fossem sortidos. Até hoje, para a polícia seu critério para assassinar é irregular, sem padrão de vítima. Para meus amigos da polícia, é por acaso. Para mim um enigma a ser desvendado, pois sempre existe um critério para psicopatas. E esse novo corpo nos leva a outro nível. Agora finalmente saberemos qual o seu critério para a escolha das vítimas. E isso é o primeiro erro de nosso assassino. Logo o teremos sobre custódia.

SkullrionOnde histórias criam vida. Descubra agora