Capitulo 4 - 2

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Danilo

Acordei de um cochilo rápido e lá está o sol entrando sorrateiro pelos vãos da janela fechada. Já era hora de levantar, valeu a pena pensei rapidamente até me lembrar do por que não consegui pregar os olhos quase a noite toda... Maldito Skullrion. O meu coração sentiu o baque da falta de descanso. A pressão caiu repentinamente, então permaneci deitado. Não era hora de ir ao médico. Mas acabei indo...

Joguei o atestado médico no balcão de Alessandro, que recolheu o comprovante e o guardou na minha mesa. Maldito assassino, tirou meu sono a noite toda, mas minha manhã dormi feito um anjo. Passei mal com a pressão, o médico me tratou com um remédio que dava sono. Dormi toda a manhã. Michelle me cumprimentou de longe.

Um de meus amigos me entregou um documento, assinado pelo médico legista, descrevendo as marcas encontradas no corpo da vítima. Fiquei feliz em ver que a vítima foi arrastada, e amarrada. Prova o sequestro. E as feridas no joelho, prova que a vítima ficou rendida perante o seu algoz.

Olhei para o lado, e vi Alessandro tomando café em um copo plástico, sentado sobre a borda de uma das escrivaninhas do escritório. Ele gesticulava bastante, contando novamente sobre o dia que perseguiu e derrubou um assassino. Foi por isso que ele era meu assistente. Ele investigou por conta própria, o homicídio de duas garotas, no parque central. Eram menores de idade e foram estupradas. Um crime hediondo. Os investigadores da época estavam para aposentar e não tinham mais o mesmo pique para capturar bandidos. Ele se esforçou bastante encontrando pistas e as apontando para a perícia. Foi um trabalho inteligente, pois se ele mesmo removesse as provas e as guardasse, qualquer advogado de defesa refutaria suas provas. Foi por isso que ele muito esperto usou a equipe de perícia para isso. Juntou as peças do quebra cabeças, vendo que o suspeito principal tinha um bom álibi, descobriu sobre um sorveteiro ambulante que vendia picolés, o mesmo estava muito bem escondido pelo horário da morte das vítimas. Alessandro conseguiu uma testemunha que viu o sorveteiro olhando as garotas no período noturno depois de seu horário de ronda. Com isso ele foi capturar o suspeito para interrogatório. O homem correu assim que ele ergueu a voz de prisão. Na perseguição o homem puxou um revólver e atirou contra ele enquanto perseguido. Alessandro devolveu o presente com sua pistola automática. O suspeito foi atingido, tropeçando sobre um taxi estacionado. Como em um filme, o criminoso agarrou o taxista que fumava do lado de fora do veículo e o colocou de refém. Apontando o revólver contra a cabeça da vítima. Alessandro de maneira ousada e muito arriscada atirou na mão do assassino e o algemou em seguida. O taxista deu depoimentos a polícia pra salvar a pele de Alessandro, e por fim o homem recebeu seu mérito pela força na investigação. Tornou-se investigador da polícia. Mas pra ser bem sincero a princípio foi desconfortável. Pois foi ele quem armou aquele meu trauma do lago durante a academia. Porém venci isso e me deixei ser seu amigo. Sorri pra ele e acenei para que soubesse que eu estava vendo seu momento de lazer.

Na sala de reuniões de equipe, eu aguardava a chegada de todos os membros, tanto da perícia, quanto os policiais de reforço. Alessandro aguardava atentamente as minhas instruções. No quadro branco coloquei uma imagem de um rosto negro, com uma interrogação no centro. Nosso Skullrion ainda sem rosto. Estiquei setas em todos os crimes que ocorreram, e suas localidades e neles coloquei fotos, e memorandos com o que sabíamos de cada um. Depois destaquei abaixo do suspeito o último crime, de João Ferreira. O depoimento da mãe, a casa e o primeiro contato do assassino com a polícia. Fiquei analisando o quadro, e quando dei por mim a sala já está lotada. Alessandro me olha como uma criança curiosa, apta a aprender o que lhe ensinarem!

- Senhores policiais. Agradeço a força tarefa que tem nos apoiado nessa investigação, com o que podemos chamar de força bruta. E precisamos disso! - Arranquei risos dos rapazes, que se alegraram com o elogio - E também agradeço a perícia, que incansavelmente tem se esforçado em colher o máximo de provas, e detectar o mais minucioso detalhe. Quase como nos seriados de televisão, mas lá eles mentem pra caramba... - Novamente consegui quebrar o gelo, tirando risos da equipe de peritos. Eles precisam desse incentivo, eu precisaria, já que não saímos do lugar até agora. - Mas devo salientar que hoje, tentaremos avançar no caso. Hoje só sairemos daqui quando tivermos uma ideia. Estamos nas mãos do assassino, e isso é mau. Podemos ser ótimos, mas ele é melhor. Então temos que ser perfeitos! E com certeza seremos. Vou solicitar apoio da mente de vocês agora. Somos uma equipe, não resolvo o caso sozinho, e por isso, acredito que vocês merecem participação em todo o processo. - Vi muitos ficarem interessadíssimos, outros nem tanto. Mas o nem tanto já era bom - Vamos rever os crimes um a um agora. Alessandro descreva. - Pedi enquanto pegava um copo de água para beber.

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