12 ( 2° temporada )

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J I M I N

"Fui abusada em uma madrugada de frio"

"Cuide dele"

"Não sinta nojo"

"Não me procure"

Aquelas palavras rondavam em minha cabeça como se houvesse um telão. Ali, em um restaurante, enquanto encarava meu almoço, não conseguia raciocinar sobre isso. Já faz exatamente duas semanas que aquelas palavras me perturbavam.

O que farei? Direi a polícia que vi a mãe de Samuel? Eles iriam entregar ele para ela? Não, não, eles veriam que ela não tem condições, isso só iria alongar o processo de adoção. Mas isso não é egoísmo? Não, claro que não, foi ela quem pediu pra cuidar dele. Mas e se ela precisar de ajuda também? Certo, ela me pediu pra não procurá-la.

Tudo bem, eu não posso salvar a todos, Infelizmente.

Se eu mostrar esse bilhete ao juíz ele vai ver que é uma prova de que a mãe do Samuel quer que ele fique comigo. Certo, irei fazer isso.

— O que há de errado, Jimin? Parece abatido já faz dias — Dongho, o advogado, perguntou.

Nós parecíamos mais colegas agora, é um rapaz inteligente e que trabalha muito bem, tenho certeza que se não fosse por todo o seu esforço as coisas não teriam acontecido tão rápido, sem ele eu realmente não teria ideia de como fazer isso, nem me importo mais com a fortuna que devo.

— Ah... — Balancei a cabeça e arrumei a coluna — Não há nada de errado. Não se preocupe.

— Tem certeza? — Ele me olhou de cima a baixo com uma cara estranha — Você tá... Sei lá.

— Só estou preocupado com umas coisas — Suspirei e deixei os ombros caírem.

— Isso tem a ver com o bebê? — Suspendeu uma sobrancelha.

Mordi o lábio e o encarei mais uma vez antes de levar a mão até o bolso e puxar de lá o bilhete. Sua expressão ficou ainda mais confusa quando me viu arrastando o papel pela mesa até deixar em sua frente.

— O que é isso? — Ele pegou o papel e entortou o nariz.

— Eu vi ela, a mãe do Samuel. Ela estava em frente minha casa de novo e...

— Mas como? A polícia rodou a cidade inteira atrás dessa mulher.

— Apenas leia.

Não demorou quase nada pra ele ler aquilo e assimilar as coisas.

— Meu Deus — Arregalou os olhos — Isso é muito grave, essa mulher precisa de ajuda.

— Esse é o problema, acho que nunca mais vou ver ela, sem contar que ela pede pra não procurá-la.

— Tsc... Que situação — Ele passou a mão pela testa.

— Dongho, você acha que se eu mostrar esse bilhete ao juíz ele vai finalmente me dar o Samuel? — Perguntei esperançoso.

— Não — Respondeu simplista — Ele vai mandar te prender por tentar mentir pra ele.

— Mas eu não estou mentindo! — Minha voz se elevou um pouco e percebi os olhares estranhos pra mim — Eu não estou mentindo, veja, você não acredita em mim?

— Sim, Park. Eu acredito totalmente em você, mas se levar esse papel ao juíz vai ser como tentar mentir pra ele, afinal, qualquer pessoa pode ter escrito isso, como você irá garantir pra ele que foi a mãe de Samuel que escreveu?

Autistic Heart ▶ Ji KookOnde histórias criam vida. Descubra agora