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— Você tem certeza? – Me senti obrigado a perguntar. Alec me olhou com os olhos tímidos e ainda vermelhos do choro. Eu suspirei, como algo tão belo pode sentir tanta dor?

— Por que? Você não tem? – Ele perguntou, se encolhendo. Eu quis me bater por fazer ele sentir-se dessa maneira.

— Claro que tenho. Eu apenas não quero fazer algo que o deixe desconfortável. – Respondi, sendo sincero. Sempre sincero com Alexander.

— Isso é por causa de Camille? Porque ela não pareceu importar da última vez. – Ele gaguejou. Eu tive a impressão de que Alec pensa que eu sou apaixonado por Camille. Que garoto tolo! Será que ele não vê que eu sou apaixonado por ele?

— Não tem nada a ver com ela. – Digo, não quero tocá-lo. Mesmo com toda a confiança dele sobre mim eu vejo como ele trata as outras pessoas e eu não quero me tornar uma delas. Não quero perder a confiança dele. — Isso realmente tem a ver apenas com você.

— Eu não quero ser tratado como um boneco de porcelana. – Ele diz baixinho, lágrimas começaram a sair dos seus olhos. — Eu me sinto tão fraco. Odeio o que ele fez comigo. Odeio o que me tornei por causa dele.

— Alec... Você não tem culpa de nada. – Eu disse mas Alec apenas continuou chorando, quebrando o meu coração com cada soluço que saía de sua garganta. — Você não deve pensar isso sobre si mesmo.

— Eu não quero ser tão frágil. – Ele diz, ainda chorando. — Eu não quero sentir que não tenho poder sobre nada, que todos me controlam.

Senti meu coração apertar. Ele não deveria sentir isso, não deveria passar por isso. Ele deveria ser um garoto comum de 16 anos que vai a festas e se diverte com os seus amigos. Não deveria sofrer tanto. Não ele, justo ele. Então eu tive uma ideia, uma maneira de tentar ajudá-lo.

— Quero que pense no que eu vou dizer. – Digo a ele, seus lindos olhos azuis viram-se na  minha direção e mesmo com o peito ardendo eu continuo a falar. — Você tem controle de tudo dentro desse quarto. Foque nisso.

Alec suspirou e olhou em volta, ele estava focando.

— Você pode trocar qualquer coisa de lugar, pode quebrar ou colar qualquer coisa. – Alec sorriu, meu coração falhou duas batidas. — Está vendo aquele quadro?

Alec balançou a cabeça concordando. Era um quadro barato da banda Panic! At The Disco que ele havia ganhado de mim no último natal, sendo que ele era grande fã da banda.

— Ele é seu. Apenas você pode trocar ele de lugar. Você tem controle sobre ele. – Pego o pequeno quadro que tem ao lado da cama dele. Sorrio antes de o mostrar. — Está vendo esse quadro?

Alec afirma novamente, as lágrimas já haviam cessado. Era um quadro de foto normal, onde eu e Alec estávamos sorrindentes para a câmera e Alec estava com um lindo rosa nas bochechas. Era o único quadro de foto no quarto de Alec.

— Ele também é seu. – Digo, olhando o quadro e o segurando em minhas mãos.

— Tenha cuidado com ele. – Ele sussurrou baixinho. Eu sorri.

— O que você quer fazer com ele? – Perguntei, estendo o quadro para Alec que me encarou antes de falar:

— Quero pôr ele de volta no lugar. – Ele me respondeu, eu estendi o quadro e ele o pegou, sorrindo.

— Então faça. Você está no controle.

E com um sorriso enorme, Alec colocou o quadro ao lado da cabeçeira da sua cama.

— Agora... – Sussurrei nervoso. Eu estava sentado ao lado dele e quando ele se inclinou para me olhar quase estávamos frente a frente na cama. — Se você quer mesmo que eu te beije, vamos fazer isso diferente.

Alec me olha curioso e eu apenas abro os braços um pouco.

— Você tem controle sobre mim. – Digo. Era a maior verdade que já saiu da minha boca. Alec tinha controle de mim. Ele tinha controle sobre cada pequena célula que fazia parte do meu corpo, de cada gota do meu sangue. — Você está no controle, faça o que quiser.

Alec sorriu vermelho e respirou fundo, nervoso.

— E se eu fizer algo que você não vai gostar? – Ele pergunta tímido. Impossível. Eu pensei.

— Eu digo. – Respondi verdadeiro. — E se você quiser que eu faça algo, peça.

— Quero que você corresponda ao beijo. – Ele diz tão vermelho quanto a um tomate.

— Isso é claro que eu vou fazer. – Digo sorrindo. Ele não me olha nos olhos, ficando tímido e sorrindo também. Eu vou perder a minha mente e a culpa vai ser toda sua, Alexander.

— Okay. – Alec disse. — Você vai fazer tudo que eu mandar? Contanto que não o faça desconfortável?

— Exatamente. – Digo, mal conseguindo controlar o meu nervosismo. Ele sorriu e se aproxima de mim.

— Feche os olhos. – Ele diz, sussurrando contra os meus lábios e fazendo os cabelos da minha nuca se arrepiarem. Eu estou completamente doido e entregue a ele. Sempre estive. Alec é dono de mim, sempre foi e sempre será. Sempre será apenas ele.

Eu fechei os olhos, minhas mãos tremiam. Senti o colchão afundar quando ele se aproximou mais de mim, respirando contra a minha face. Ele não me tocou em nenhum outro lugar além do selinho leve que me deu e apenas com isso, meu corpo todo pegou chamas. O toque leve e suave de seus lábios vermelhos contra os meus foi uma prova do paraíso. Uma sensação leve como as ondas do mar sob o amanhecer, quando não há ninguém na praia para ver a água chegando na areia. Eu queria o puxar para mais perto, mas não faria isso. Ele estava no comando.

Percebi que ele estava nervoso, ele arfou contra os meus lábios e eu segurei o lençol com força entre os meus dedos. Eu estou tão apaixonado por ele. Ele abriu a minha boca com a sua, lentamente e deixando a sensação de paz e prazer tomar conta de mim. A sensação de amor, um amor tão leve e puro que era fino como uma folha mas forte como uma pedra. Quando eu senti a sua língua na minha, o choque de eletricidade correndo o meu corpo foi tão forte que eu pensei que realmente estivesse levando um choque, mas não estava. Era apenas Alec com sua boca sobre a minha, beijando-me e me dando a melhor sensação do mundo. Eu correspondi ao beijo, mais rápido do que um piscar de olhos e ele gemeu contra os meus lábios. O mar havia pegado fogo. Nada mais era suave. Era forte e necessitado. Eu não o toquei com as mãos, embora quisesse. Só faria o que ele pedisse. Sentir a língua de Alec na minha era a melhor sensação do mundo, era a paz que eu nunca tinha, era o amor que eu sempre quis. O desejo que não esteve presente. Era meu coração acelerando a cada movimento que nós dois fazíamos, sincronizados, como em uma dança. Uma dança de lábios quentes e macios, o toque necessitado da língua dele com o apaixonado da minha. Quando Alec pegou as minhas duas mãos e levou – um pouco relutante – a sua cintura eu gemi de agradecimento. Foi um som totalmente ao acaso, não queria assustar ele com isso mas Alec pareceu gostar então eu deixei outro escapar quando toquei a sua pele e Alec forçou minhas mãos lá. Então eu o trouxe para perto e nossos corpos se colaram, Alec roubou todo o meu fôlego e eu não o queria de volta.

— Deite. – Ele sussurrou contra os meus lábios.

Quando as mãos de Alec lentamente me empurraram em direção a cama, eu quase gritei. Não podia ser real. Mas realmente era. Alec estava deitando sobre mim e me beijando como ninguém nunca havia beijado. Eu continuei com as mãos na cintura dele e nós continuamos nos beijando, uma, duas, três vezes, e mais outra... Passamos horas ali, naquele lugar aconchegante. Não fizemos nada além de nos beijar calmamente, conhecendo um ao outro e quando fomos chamados para ir jantar, Alec sussurrou um “Obrigado por me ajudar” para mim. E eu sorri apaixonado, com certeza estando cada vez mais louco por ele.

Delicate (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora