Capítulo Quatro

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Alíce Guimarães

Abro os olhos lentamente e vejo a claridade do sol entrar pela janela. Tento me mexer e sinto um peso sobre mim, a respiração quente na parte de trás do meu pescoço me causa arrepios e sinto o coração acelerar. Fecho os olhos respirando fundo e com cuidado me viro repetindo mentalmente.

"Não é o Olavo. Não é o Olavo..."

Encaro os olhos azulados do Lucca, ele aparenta uma leve confusão mas depois sorri passando a mão nos olhos de um jeito infantil mas ao mesmo tempo sexy. Me afasto do peito dele um pouco constramgida e ele retira a mão que descansava em minha cintura.

- Dormi a noite inteira... - Murmura olhando pro teto. - Não durmo uma noite inteira a anos!

- Sei como é! - Respondo virando pra mesma direção. - Depois do acidente?

- Sim, e você? - Indaga virando pra mim e fico de frente pra ele. - Desde quando?

- A morte dos meus pais... - Conto e ele engole seco. - Cinco anos!

- Sete... - Ele murmura antes de suspirar. - É estranho não é?

- O que? - Pergunto confusa e ele sorri.
- Acordar pelo menos três vezes por noite com os piores pesadelos do mundo, e de repente conseguir dormir, ao lado de alguém que mal conhecemos!

- É, é muito estranho. - Concordo rindo e ele me acompanha.

- Talvez eu apareça aqui novamente, essa noite! - Ele diz tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

- Talvez seja bom... - Sinto a respiração acelerar enquanto ele se aproxima.

- Se não quiser que eu te beije precisa dizer agora! - Ele sussurra olhando meus lábios perto demais.

Fixo os olhos nos dele e involuntariamente levo a mão até seu rosto, observo ele fechar os olhos sentindo a carícia e o puxo pra mim. Sinto o coração bater acelerado e quase posso ouvir o som das batidas enquanto ele movimenta os lábios macios sobre os meus. Levo a mão aos cabelos macios e ele aperta meu quadril com força me arrancando suspiros.

Tento pensar com clareza mas simplesmente não consigo raciocinar estando tão perto dele. Sinto o corpo pesado em cima do meu fecho os olhos sentindo os beijos e mordidas em meu pescoço. Ele pressiona o corpo contra o meu e segura meu pulso acima da cabeça.

De repente um pavor toma conta de mim e me desvencilho dele ficando sentando. Passo a mão no rosto limpando as lágrimas que começam a descer e ele toca minhas costas subindo e descendo a mão enquanto garante que está tudo bem!

***

Lucca Albuquerque

Leva alguns minutos até que ela volte a respirar normalmente, toco o rosto delicado limpando as lágrimas que ela deixou cair e ela me olha triste. Sorrio tentando fingir que está tudo bem mas isso não parece funcionar.

- Está tudo bem Alíce, acontece... - Murmuro antes de levantar. - Vou deixar você sozinha, deve estar querendo respirar.

- Obrigada... - Ela murmura ficando de costas e suspiro me afastando.

- Vou passar no trabalho, preciso resolver uns problemas, mas trago algo pro almoço! - Aviso da porta e ela apenas afirma.

Deixo o quarto apressado e vou direto pro banho. Sinto a água gelada descer pelo corpo e fecho os olhos tentando acalmar o coração acelerado e o calor extremo que sinto correr pelas veias. Tento afastar da mente qualquer lembrança dos últimos minutos mas simplesmente não consigo me acalmar.

Reaprendendo a Amar - Série:AMORES Onde histórias criam vida. Descubra agora