Capítulo Treze

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Alíce Guimarães

- Acho que você é minha filha... - paro de andar ao ouvir a frase descabida de Hector. - Tenho fortes motivos para acreditar nisso!

Me viro pra ele e encaro os olhos profundamente azuis que tem um carinho melancólico ao me encarar. Sinto pena, não deve ser fácil e perder a esposa e agora a garotinha por quem ele se afeiçoou, mas daí a dizer que sou sua filha, é meio doentio, no mínimo.

- Não sei de onde tirou essa ideia Hector, mas essa possibilidade é nula! - Aviso. - Minha mãe jamais me esconderia algo assim.

- Eu não estou condenando sua mãe Alíce, mas ela já mostrou pra mim, que é perfeitamente capaz de mentir. - Acusa firme e por algum motivo sinto o peito apertar. - Eu não pretendo destruir a imagem que tem dos... seus pais. Mas acredito que eu tenha o direito de saber a verdade. Nós dois temos!

- Se existisse a chance eu concordaria, mas isso não tem cabimento. - Respondo categórica, me virando para sair. - Até amanhã Hector.

- Alíce... - Lucca me chama parecendo indesiso sobre ir embora e o encaro confusa, ele realmente acredita nesse absurdo?

- À vinte e dois anos atrás sua mãe ainda era minha namorada! - Hector conta chamando minha atenção. - A verdade, é que não tem vinte e dois anos completos desde que terminamos. Com isso, se somarmos a sua idade atual, mais os nove meses da gestação, acho que você vai descobrir, que quando ela foi embora, já estava grávida!

- Isso é impossível... - sussurro assustada. - Ela, ela não...

- De que mês você é? - Ele pergunta se aproximando e me aperto ao Lucca. Confusa demais pra chegar perto dele. - Alíce eu não...

- Setembro. - Murmura contando-o.

- Não precisa ser muito inteligente não é... - Ele ri irônico, sentando no sofá. - Ela engravidou em Dezembro, foi embora em fevereiro. Quando ela me deixou já estava grávida.

- Oh meu Deus... - Olho pro Lucca em busca de socorro e ele toca meu rosto.
- Precisa se acalmar, sei que é muita informação, mas acho justo que descubram a verdade! - Assinto mesmo sem saber como agir.

- Ela pode ter te traído, por isso acabou indo embora, porque descobriu que teria um bebê com meu pai.

- Pode ser que sim. - Ele responde ainda de cabeça baixa mas depois volta a me olhar. - Mas você acredita nisso? Acredita que ela dormia com dois homens ao mesmo tempo? Acredita que seu pai era conivente?

- Eu não sei, eles eram jovens. - Murmuro sentando a sua frente. - Vocês eram.

- Mesmo que eles tenham feito algo assim, isso não muda os fatos. - Ele contesta. - Até fevereiro de 1996, sua mãe dormia comigo, na minha cama, ao meu lado. E não quero desrespeitar de forma alguma a memória dela, mas posso garantir, que nunca tivemos problemas na nossa vida sexual. Éramos jovens, os hormônios gritavam em nossas veias, eram raros os dias em que nada acontecia!

- Alí... - Lucca chama, sentando ao meu lado. - Imagino que seja difícil pra você sequer cogitar algo assim. Mas basta fazer uma conta simples para intender que a suspeita do Hector tem sim fundamento. E eu sinto em dizer isso meu anjo, mas se for verdade, eu duvido que Otto e Claire fossem inocentes nisso. Eles sabiam!

Reaprendendo a Amar - Série:AMORES Onde histórias criam vida. Descubra agora