Rise Of Olympus

625 6 0
                                    

    Sabe o ruim de ser um semideus? Esquecemos dos problemas reais de um mortal. Esquecemos da família, dos conflitos de um adolescente.
Por termos habilidades notáveis e ocupações maiores, nunca estamos dentro de uma nova moda. Não tocamos em nenhum outro aparelho celular. Não falamos "tipo assim", e também não temos tempo para postar no Twitter como foi o dia. Lidamos também com brigas e dramas, por isso, encontrar um braço amigo é algo raro. Apenas vivemos uma vida dura e difícil.
    Me chamo Gary Madison. Tenho 16 anos e sou completamente lento. Estou passando momentos estranhos com a família, e maioria acha que eu estou louco. Minha mãe se chama Helena e tem 47 anos, trabalha em sua loja perto do Central Park, a loja Madison, de nossa família, que era da minha avó e da bisa avó.
    Semana passada, era ação de graças. Novamente tivemos uma reunião familiar na casa do meu tio Frank. Ficamos todos no gramado do quintal conversando e falando sobre como eu cresci desde a ultima vez que todos se reuniram. Meu tio contou piadas sem graça e me vi no interesse de fazer algo diferente.
Ele adora colecionar revistas de super heróis, e então, decidi ler algumas enquanto não ia para casa. Aquela casa era cheia de regras, por isso, antes de pegar nas revistinhas eu tinha que desinfetar as mãos. Me levantei da mesa e andei até o banheiro, girei a torneira e a água saiu. Coloquei minhas mãos em baixo, levando-as molhadas para o meu rosto. No momento em que levantei minha cabeça olhando para o espelho, fitei meus olhos no reflexo do espelho. Percebi algo na minha pupila. Era grande e cobria quase todo meu olho. Quase uma cor, uma camada estranha que se movia como um líquido escuro. Inexplicável. Confuso com o próprio devaneio, me senti em um sonho. E algo cresceu em meus pés, como uma grama molhada, e finalmente vi uma pessoa caminhando.
Assim que a minha visão ficou basicamente "HD", vi que era uma mulher. Comecei a sentir um formigamento intenso em meus dedos, e novamente a sensação de água, mas a água era completamente real. Quando eu voltei a ver o meu reflexo, percebi que tinha deixado a torneira aberta, e o chão do banheiro alagado. Assim que fechei a torneira cessando a água, percebi em minha direita, minha mãe encostada na porta. Ela olhava para mim, um pouco triste, assustada, mas sempre com uma expressão de que estava escondendo algo.

— Vamos para casa, — disse ela lançando um olhar triste — amanhã tenho que acordar cedo para o trabalho, e você escola.

    Eu ia secar aquilo mas percebi que todos da família estavam muito entretidos nas histórias piadas do meu tio.
Corri até lá e me despedi. Fui para o carro e sentei no banco ao lado do motorista. Olhei para ela esperando alguma bronca ou pergunta sobre o que tinha acontecido no banheiro, mas ela não devolveu o olhar. Observava a estrada dirigindo em silêncio até em casa.
    Desde pequeno ela dirigia correndo, olhando para os lados, desconfiava de tudo e nunca abria a janela para nenhum pedinte. Eu achava que aquilo era normal de mãe, mas naquele dia, tudo estava muito intenso.
Fui até meu quarto e deitei na cama e com os próprios pés, tirei os sapatos. Me movi varias vezes até conseguir tirar toda roupa do meu corpo e finalmente tentar dormir. Mas um grande receio de que aquele sonho real poderia voltar, ficou em minha cabeça. Passei quase toda noite adivinhando o que poderia significar, mas já era muito tarde para dormir, meu despertador tocou e eu tinha que correr para a escola. Minha mãe já tinha ido para o trabalho. Coloquei o uniforme e tomei o café da manhã, e desci as escadas e montei na minha bicicleta.
    Era um dia feio surgindo na manhã. Eu pedalava calmamente até a neblina começar a passar, e aquele mesmo pensamento se tornava mais forte e alto. Fitava os prédios e depois a estrada. Sacudi minha cabeça, e minha visão começou a clarear de uma forma que de segundo em segundo quase esbranquiçava. Depois o branco foi se transformando em nuvens, um azul se desenvolveu como 'fade in''. E olhei para baixo, vendo árvores que cresciam junto com um gramado, e pedras, pássaros e um portão sujo e antigo, cheio de videiras em volta.
Ouvi um barulho de carro vindo na minha direção e acordei. Virei para a esquerda rapidamente, e minha bicicleta colidiu-se em umas caixas de tangerinas, o que fez eu cair.
    Uma menina de 1,65 de altura, cabelos loiros pouco cacheados e olhos quase cinzas veio em minha direção.

Rise Of Olympus - Primeira TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora