capítulo 40

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Pov Camila
Cheguei em casa acabada. Exausta mesmo! Precisava de um banho de banheira bem quente e relaxante. Uma cama deliciosa e em seguida comer... Comer muito. Estava com muita fome. Estacionei o carro na gargarem do prédio e subi para o meu apartamento.
- Tchuco e Tchuca, a mamãe chegou... Entrei falando alto para que onde eles estivessem, me ouvissem. Tranquei a porta e quando virei, já vinha Dylan, saindo do seu quarto. Um toquinho de gente que ainda andava tropeço.
- Meu amor, que saudades de você... - Larguei a bolsa no sofá e lhe peguei no colo. - Sentiu falta da mamãe?
Assentiu com a cabeça, pegando no meu cabelo. Dylan era mais esperto que a Luna em relação a falar mais rápido, andar. Ele era bem mais independente sabe? Ela era mais preguiçosa.
- Cade a sua irmã? No quarto? vamos lá ver ela... - Lhe beijei na bochecha e coloquei no chão. Segurei pela sua mãozinha e seguimos para o quarto deles.
Luna estava deitadinha na cama, e Stela estava sentada na beirada lhe acariciando o rosto dela. Larguei a mão do Dylan, que sentou-se no chão e ao seu redor tinha todos os brinquedos espalhados.
- Algum problema, stela? - Caminhei, desviando daqueles brinquedos no chão.
- Ela está resfriada, dona Camila.
- Assim, do nada?
- Passou a tarde quietinha, não quis almoçar e teve um pouco de febre. Mas já dei remédio, agora ela já está bem melhor. - Disse me olhando.
- Mamãe... - Dylan me chamou, virei para olhá-lo, e soltei um beijo para ele. Em seguida agachei diante da cama. Afagando o cabelo da Luna.
- Dona Lua... Eu estava esperando a Senhora chegar, para pedir permissão para ir para casa. Minha filha está sentindo as contrações. - Disse levantando-se da cama.
- Ah... Sim, sim. - me pus de pé também. - Vai Stela, pode ir. Eu dou conta. - Sorri tocando seu ombro. - Boa sorte para a Amandinha... Que o Iago venha com muita saúde.
- Muito obrigada.
Ela se despediu dos meninos e foi embora. Estava eu e meus dois amores. Agora eu teria que dar conta... Juro que ainda me assustava em ficar sozinha com eles, tinha medo de não dar conta. Ainda mais quando um deles ficava doente. Eles já estavam de banho tomado, o Dylan já teria comido e a Luna pegou no sono, deixando-me com o coração apertado. Odiava ver um deles doente. Levei Dylan comigo para o quarto e ele ficou no banheiro comigo mexendo em tudo que ele poderia tocar. Tomei um banho rápido... Meu banho de banheira iria ficar para outra ocasião infelizmente.
- Toma... É arroz. - Enquanto eu jantava, sentada no sofá, ele tentava pegar a colher da minha mão. - Não quer? então me deixa comer.
- Arroz... - repetiu o que eu falei.
- Quer? - Insisti, mas ele só estava me enganando, não queria comer nada.
Então deu para ouvir o choro manhoso da Luna. Levantei as pressas, colocando o prato no centro da sala. Deixei o Théo no sofá com o controle remoto na mão enquanto corri até o quarto.
- Já vou meu amor... Já to indo. - Falei alto, chegando no quarto.
Era muito complicado ser mãe de gêmeos quando você não tem ninguém para lhe ajudar. Ela estava erguida na cama, com o rosto molhado de lágrimas. acendi a luz e sentei na cama.
- Ow... Não chora, olha eu aqui já. - Lhe peguei no colo. - O que foi? a cabeça da doendo? Fala pra mamãe onde tá doendo.
- Doendo.... - Ela disse, chorando sem me falar onde.
- Aqui? - Toquei sua testa.
- Aqui. - Repetiu.
Era engraçado por uma parte, ver que tanto ela quanto o Dylan, repetia tudo que eu falava, ou que alguma outra pessoa falasse.
Peguei um remédio de dor, infantil. Li a bula e dei para Luna. Ninei ela por aguns minutos na sala, enquanto Dylan trocava de canal, por pura diversão. Então a campainha tocou. Luna não tornou a dormir, mas estava mais calma, talvez a dor teria passado. Com ela em meus braços, Segui para a porta. Abri.
- Nossa, sua cara está péssima. - dinah entrou. Fechei a porta, e então ela pegou Luna dos meus braços, que choramingou um pouco. - O que ela tem?
- Tá resfriada, gripada... Não sei, dei remédio para dor de cabeça. E agora ela está mais calma. - Disse, me esticando. Meu corpo estava todo dolorido. Seguimos em direção ao sofá, eu sentei perto do Dylan e ela permaneceu de pé.
- Hospital que é bom nada não é? - Usou de repressão. - Sai agora do clube acredita?- Olhou para Luna em seu braço.- Cê tá dodói, coisa linda da Dinda?
Eu suspirei fundo e tirei o controle da mão dele,que resmungou então antes que começasse a chorar, lhe entreguei de volta.
- Ele domina você.
Ele sabia que estávamos falando dele, e sorriu faceiro.
- Dinah, to exausta. - Disse encostando a cabeça no sofá.
- Tó vendo. Cade a Stela? - permanecia ninando Luna, que estava cochilando em seus braços.
- Amandinha sentindo contrações... E outra, a Stela só fica aqui das 9 ás 19. Me sinto exausta do mesmo jeito.
- Camila, você já sabe o que eu acho sobre isso.
Dinah costumava achar demais. Nas vistas dela, eu tinha que ligar para Lauren, pedir ajuda, suplicar? nem morta. Aprendi a dar conta sozinha. Ela jogou na minha cara que eu nunca iria mudar, nunca iria crescer, que eu era igual a minha mãe. Pois bem, não iria ser agora que eu ia precisar dele, e nem os meus filhos precisariam também.
- Você acha demais.
- Ela é mãe caramba, tem que ajudar. Não é simplesmente você contratar uma babá que durma aqui, que cuide dos seus filhos pra você, e que eles aprendam a chamá-la de mãe. NÃO. - Me encarou. - Simplesmente, ela é mãe e tem que ajudar, responsabilidades divididas.
- Jura Dinah? - Franzi a testa. - Eu devo mesmo cobrar dele, uma coisa que ele não cobrou de mim? Cara, enxerga isso. - Peguei o Dylan nos braços e levantei do sofá. - Eu consigo enxergar a burrada que eu fiz, e hoje eu já perdi 13 anos da vida da Amy, 13 anos. Isso pesa muito Dinah. - Antes de entrar no meu quarto, virei para fitá-la.
Entrei no quarto e ela veio atrás de mim, com Luna nos braços. Coloquei Dylan na minha cama e virei olhando-a, coloquei as mãos na cintura e respirei fundo.
- Ela simplesmente impôs que você ficasse longe dela, e você não questionou.
- O que eu iria questionar? Abandonei elas Dinah, deixei, não me importei, fui uma burra, uma... Dinah você não entende? - Desviei o olhar, tentando não chorar. Dylan nos olhava, aliás ele adora escutar conversas alheias. Luna já dormia nos braços da Dinah.
- Mas você se arrependeu e tem direitos sobre a menina, Camila! Você sofre dia e noite desde que conheceu... Ah, porra! - Ela suspirou raivosa. - Você é mãe.
- Não sei o que fazer..
- Ouviu falar em contato? Então... Talvez ela esteja precisando e você mais do que nunca, e por puro orgulho você se distanciou mais ainda dela Camila.
Eu não falei mais nada. Talvez a Dinah estava certa. E fiz o que Lauren impôs. Larguei mais uma vez a minha Amy, e pior é que eu me apeguei a ela, e sim sofro muito com a ausência dela na minha vida. Agora eu tenho os gêmeos, é complicado cuidar deles sozinha. Minha vida virou de cabeça para baixo em tão pouco tempo que eu não sabia mesmo o que fazer.

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