capítulo 30

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Fato número 31 - eu já fiquei internada por 3 dias por conta da alergia do corante (Carol de 2021 avisa que esse Record foi quebrado e ano passado fique uma semana internada 🤗)

- Pode me contar agora?
- Contar o que?
- Como você ficou grávida. Poxa mamãe, pesei que você e minha mãe iriam se casar de novo... Mas ai você ficou gravida, e agora? - Parecia decepcionada.
Como eu iria lhe explicar? As palavras queriam sair, mas tinha um nó lhe impedindo. Era tenso esse sentimento. Como ela iria reagir? Eu nem sei ainda por que ela está aqui de novo, como ela conseguiu, não sei qual é o intuito da sua vinda ao brasil... Estava muito confusa, mas sim, precisava responder a todas aquelas perguntas. Não tinha como fugir.
- Estou gravida...
- Isso eu sei. - Revirou os olhos.
- Calma, deixa eu concluir. - Bufei. - O pai não é um pai e sim outra mãe a sua mãe.
Disse de uma vez, antes que não conseguisse falar porra nenhuma. A mesma reação que ela teve ao me ver, ela estava tendo agora. Os lábios novamente pálidos, os olhos arregalados, me olhando surpresa.
- Como... Como assim?
- Amy, estou grávida e a mãe do meu filho é a Lauren. Bem, você ainda é pequena para eu te explicar como o rumo das coisas foram tomados. Você pode ter virado mocinha, ok. Mas ainda é uma criança de 9 anos, não vamos discutir. Apenas estou grávida e a mãe é ela. Agora se ela não teve a audácia de lhe contar, isso não é culpa minha.. - Falei tudo e tomei fôlego para continuar. - Sinto Muito, por não ter condições psicológicas para quem sabe, tem contar a algum tempo atrás.
- M-minha... Minha mãe sabia? - Hesitava, assustada.
- Desde o primeiro instante. - Eu não era acostumada a mentir.
- Então... - Ela encostou no sofá, olhando para as próprias mãos, bastante decepcionada. - Então ela te largou aqui?
- Não.
- Não? - Me olhou, desolada.
- Bem... Não, largar, largar, ela não largou. Apenas não iriamos dar certo mesmo, e foi apenas uma noite juntos. Foi descuido tanto meu quanto dela.
- Descuido, igual a mim? - Sua voz agora era falha e chorosa.
- Claro que não. - Levei uma mão para o seu rosto. - Você não foi um descuido.
- Ah, não? E você me deixou porque era muito pobre. - Soou irônica.- Isso não me incomoda nenhum pouco. Isso... O fato de eu ter sido um descuido.
- Você está muito adulta pro meu gosto, cade a minha menininha sapeca?
- Não vem mudar de assunto não. Vou ligar pra minha.
- Espera. - Franzi o cenho, lembrando-me de lhe fazer algumas perguntas. - Como você veio? Por que? Quando chegou?
Ela estava desconfortável. Com ela mesma, com os pensamentos dela. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e eu via a luta dela para não chorar. Igualzinha a mim!
- Entrei de férias, passei por média e ai Lauren deixou eu vim. - Falou rápido. - Por que você não respondeu meus e-mails?
- Porque fiquei com medo de te envolver em assuntos meus e te magoar.
- Vou ter um irmão, e você ficou com medo de me envolver em assuntos seus? Seus e da minha mãe né.- Virou o rosto desviando o olhar de mim. Vi ela suspirar fundo com os olhos fechados.
- Amy, Lauren não tem nada a ver, com essa criança. - Disse tentando lhe fazer entender, mas isso seria impossível. A campainha tocou, segurei sua mão e lhe fiz olhar para mim. - Conversamos sobre isso depois, pode ser? Deve ser a Dinah
Deixei ela no sofá, e caminhei lentamente até a porta.Continuo repetindo... Estou muito pesada! Deduzi que fosse a Dinah, e era ela mesma.
- E ai, gatinha é Está bem? Dormiu bem? E essa barri... - Ela sempre chegava afobada, mas ai quando levou o olhar para Amy, que estava de costas ainda em transi, se calou e franziu o cenho.
Sorri suave, segurando seu braço. Me estiquei e empurrei a porta, que fechou sozinha. Então caminhei com Dinah, que estava sem entender nada mas suspeitava. Afinal ela vê jornais e revistas principalmente as que falam ao meu respeito.
- Amy...
Ela virou e me olhou. Seu olhar estava desolado, desamparado. Ela estava decepcionada e eu não poderia fazer nada. Dinah esboçou um sorriso suave e agachou diante dela.
- Amy Lee?
- Oi. - Respondeu, com aquela voz doce, porém triste.
- Tudo bem com você?
Dinah adorava crianças, mas Amy não era qualquer criança... Ela iria adorar mais ainda.
- Não tudo, mas logo fica. E você, tudo bem? Quem é você? Amiga da Camila?
- Sim. - Sorriu. - Estou bem, eu sou Dinah Jane, e sim sou amiga da Camila. - Dinah me olhou e eu pisquei para ela. - Você parece bastante com a sua mãe, sabia.
Amy me olhou, franziu o cenho e negou com a cabeça.
- Sou branca, e ela é morena.
- É? - Dinah riu. - Você é linda, isso sim.
- E outra, eu também não oculto as coisas. igual a ela. Falo bem na cara. - Quando ela queria soltar indireta, era mestra. - E outra também, não sou burra igual a ela.
- Ei!!- Me defendi. - Não sou burra.
- Ah, não? E o que é isso na sua barriga? Não me diga que é sintoma de inteligência... Faço questão de ficar grávida para ficar inteligente também.
- Amy!- Lhe repreendi.
Dinah ficou boquiaberta. Só ela? Todos que conviviam 1 segundo com a Amy, acabavam ficando boquiabertos. Aquela menina vinha com uma, que ninguém esperava. Soltava cada uma que, me deixava constrangida.
- Ela é sua filha mesmo. - Mel tinha os olhos arregalados, se pós de pé, e colocou a mão na cintura. - Muito, sua filha.

Treinando A MamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora