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Atravessava o hall indo até o escritório onde Aimee me aguardava, segurava um lápis que achei perdido pelo caminho e tentava a todo custo me esquecer da bagunça que foi o almoço. Eu havia pedido lebre cozinhada e servida com caldo de tomate seco.

A cozinheira fez peixe com molho branco e Declan claro faltou cuspir os espinhos em mim. Eu falei que não sabia romeno e ele disse: " Para que possa viver aqui tem que aprender pelo menos o essencial se não coisas assim acontecerão todos os dias".

Lógico que ele escolhera Emogen e Aimee para me ensinar. Embora, o lápis não fosse para fazer anotações sobre isso, mas, sim, rabiscar informações sobre meu plano de fuga e possíveis máquinas que poderiam me levar ao futuro de volta.

Entrei no escritório e de imediato notei que Emogen não estava ali.

Sorri satisfeita. Seria mais fácil focar em meu plano de fuga sem Emogen por perto. Ela era muito curiosa e estava claro que desconfiava de mim. Se soubesse que eu não era uma espiã, mas sim uma Viajante do tempo mesmo — eu própria não acreditando nisso.

— Está pronta para seu primeiro dia de aula?

Ri.

— São só algumas palavras e expressões. O básico para que a sua cozinheira não ponha pimenta no suco de laranja ou cogumelo no bolo de chocolate. — falei me acomodando na cadeira de couro de Declan. 

Nossa, não era atoa que ele se sentia poderoso sentado nela. Você tinha uma visão de boa parte do escritório e ainda seu traseiro ficava acomodado em um estofamento fofo e macio. Declan tinha bom gosto, eu não podia negar.

— Ainda está magoada com o almoço, não é? — Aimee me olhou condescendente enquanto eu folheava o livro que havia trazido junto. Era sobre a teoria de viajem no tempo de ninguém menos que Albert Einstein. Oras, o homem era um gênio e eu poderia encontrar alguma coisa importante ali.

— Gosta de física?

— É um assunto interessante admito.

— É mesmo. Meu avô costumava falar sobre a teoria da relatividade. Eu não entendia nada mas o modo em que falava lhe fazia ficar sem fôlego.

— Seu avô deve ter sido um grande homem.

— Sim, ele foi. Começou os negócios da família quando ainda tinha 14 anos.

— Nossa, tão novo.

— Não muito. 

Enquanto ela falava sobre como muitos homens começavam seus negócios ainda novos, eu marcava coisas importantes no caderno que Aimee me arranjara mais cedo para fazer anotações sobre seu idioma. Eu separei algumas folhas para disfarçar e comecei a escrever sem que percebesse.  Ela estava imersa a pensamentos enquanto eu fingia estar ouvindo tudo o que falava.

— Ham... Declan tem guardas em todo o redor da casa? — perguntei como quem não queria nada.

— No bosque que rodeia a mansão e na entrada da ponte. Porque quer saber? — ela respondeu com outra pergunta e dei de ombros anotando a informar.

— Não é por nada. Só estava lembrando do dia em que me encontraram no bosque haviam vários homens.

— É Declan não poupa esforços para protegeria a casa.

— Percebo.

— Mas, só no ano passado que ele comprou cães de guarda para ficarem no bosque com os guardas. — ela empurrou a cutícula e percebi que era costume de quando estava entediada.

Traveler - Destinados a se encontrarOnde histórias criam vida. Descubra agora