Cap.42 || Destinos interligados.

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Acordei do meu desastroso desmaio com a minha cabeça explodindo. Levantei e me sentei na cama, já era dia e o sol escaldante declarava que já passava do meio dia. Fiquei confusa se só desmaiei ou se aproveitei para dormir também.

Olhei para os lados e nenhuma das meninas estavam no quarto. Por breve segundos acreditei que tivesse sonhado. Que tudo o que aconteceu na noite anterior, só passou de um sonho.

Mas a realidade caiu quando Karyne saiu da varanda.

– Não acredito. – sussurrei e imediatamente coloquei a mão na cabeça. – Me diz que foi uma brincadeira, por favor.

Karyne: Eu queria que fosse. – sussurrou. Ela veio até mim e me entregou um comprimido. Peguei o copo de água que estava ao meu lado e o bebi.

– Karyne...eu não consigo acreditar...como assim grávida? Você contou para a mamãe?

Karyne: Não! – resmungou e estreitei os olhos. – Eu não consegui. Fiquei com medo. E além do mais eu nem sei se estou mesmo.

– Quando? – sussurrei me lembrando de um detalhe. Não, os Moore não podem estar envolvidos em mais essa história.

Karyne: No dia da festa dos calouros, eu e o Steve tivemos uma briga ridícula. E não tem nada a ver com o fato de você ter contado pra ele da rixa das famílias, ok que ajudou, mas nós estávamos em crise há muito mais tempo. Mas, no dia seguinte, eu mandei uma mensagem pra ele e...ele foi me buscar lá em casa de madrugada, a gente saiu, fez as pazes e...

– Droga, Karyne! – me exaltei de repente me esquecendo da dor de cabeça. Isso que está acontecendo é mil vezes pior, e eu diria que até morte é capaz de causar. – Você tem merda na cabeça?

Karyne: Achei que você não ia me julgar. – se levantou enfurecida.

– E não estou te julgando! – gritei. – Eu só...se você estiver...Já falou com o Moore?

Ela negou, arregalei os olhos e praticamente caí na cama.

– Você sabe que tem que contar né?

Karyne: Sei, é claro que eu sei. – suspirou e limpou o rosto. – Mas eu queria contar se tivesse certeza.

Coloquei as duas mãos no meu rosto. Sinto meus olhos queimarem. Karyne está perdida, eu estou perdida.

– Ok. Então como nada é certeza ainda, vamos nos acalmar. – falei firme. A olhei com os olhos inchados e meu coração partiu. – Vem cá.

Ela praticamente correu até os meus braços. E para minha surpresa, ela se debruçou em lágrimas. Karyne nunca chora. E essa já está sendo a segunda vez. É, milagres acontecem.

– Vocês nem cogitaram em se proteger? – sussurrei e ela negou. – Meu Deus Karyne, você vai fazer 16 anos daqui a algumas semanas. Tem ideia do inferno que vai virar a sua vida?

Karyne: Eu sei, eu sei. Mas a criança não tem culpa do meu descuido. – ela sussurrou enquanto soluçava.

– O maior obstáculo não vai ser a criança, meu bem. – sussurrei. – o maior obstáculo vai ser a nossa e a família dele.

Karyne: Não, nossos pais não podem saber. – se alarmou e se levantou. Sorri e neguei.

– E você acha que vai conseguir esconder?

Karyne: Não, mas nós dois podemos fugir e aí quando a criança nascesse...

– Karyne, acorda! – me levantei e peguei na sua mão. – Fugir não é uma opção. Nosso pai é prefeito de Campos e graças a isso ele tem a miséria de conhecer quase todas as cidades da região afora. Se você fugisse, ele iria te achar em menos de vinte e quatro horas e tudo ia ficar ainda mais difícil.

Eu Odeio Você - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora