Cap.28 || Eu não odeio você!

4.1K 294 31
                                    

Júlia Collins

Esses últimos dias que se passaram nesse acompanhamento foram terríveis.

Além de ter colocado em prática a difícil missão de me afastar do idiota proibido, briguei novamente com Gustavo por conta dos nossos pais, dos Moore e como sempre é pauta em nossas conversas/brigas, drogas. A conversa foi horrível, se a gente já estava sem se falar, agora não olhamos nem na cara um do outro.

E isso dói. Perdi as contas de quantas vezes chorei sozinha, no meio da noite.

Jennifer: Será que dá pra você calar a boca? – ouço Jennifer dizer, enxuguei minhas lágrimas com a palma da mão.

– Cuida da sua vida. – sussurrei ainda fungando.

Jennifer: Eu quero dormir, sua idiota. – ela resmungou, se virando pra me encarar ainda deitada em sua cama.

– Fecha os olhos e se concentra nos seus carneirinhos, simples. – falei enquanto me sentava na cama.

Jennifer: Deixa eu adivinhar... – ela diz se sentando na cama também. – O motivo das suas lágrimas é a família, o coração ou é tudo tempestade em copo d'água?

– Jennifer...por favor. – resmunguei dobrando meus joelhos e colocando minha cabeça entre eles. Eu não a suporto e esse comentário era o suficiente para que eu transfomasse esse quarto num furacão mas hoje eu não estou afim de brigas.

Já era tarde e nem com reza Nanda acordaria para separar uma possível briga entre a gente. Por esse e outros motivos, decidi não dar bola.

Jennifer: Uau. Pra você não me atacar, a coisa deve estar bem ruim aí. – ela diz debochando.

– Tá péssima. E nem você vai ser capaz de me irritar.

Jennifer: Você já nasceu irritada, Julinha. – debocha. E, por incrível que pareça, sorri.

– Você é mesmo muito desnecessária. – resmunguei voltando a me deitar.

Jennifer: E você é muito dramática. – ouço ela bufar.

– O quê?

Jennifer: Você tem uma vida que qualquer garota gostaria de ter. Tem uma família unida, irmãos que te admiram só pelo olhar e principalmente, não precisa correr atrás de ninguém pra atrair olhares. E com tudo isso, só reclama, reclama, reclama. Eu não te entendo.

Ela para de falar e me viro para encará-la. Jennifer ainda estava sentada na cama mas não me encarava.

– Você tá bem? – perguntei a ela. Um silêncio de mais ou menos dez segundos pairou no ar.

Jennifer: Pra estar tendo um diálogo com você? Não, não estou. – ela respondeu ainda sem me encarar.

– Pode falar. – sussurrei me repreendendo no instante seguinte. Ela me encarou com a sobrancelha arqueada, dei de ombros e me sentei na minha cama. – Vamos aproveitar esses preciosos minutos sem brigar.

Jennifer suspirou e dobrou os joelhos, voltando a encarar o nada.

Jennifer: Eu sou filha única. Não tenho irmãos, irmãs, primos, tios. É só eu e minha mãe. Pai? Nunca nem vi. – sorrimos em uníssono da sua referência com o meme. – Minha mãe nunca foi muito presente, apesar de sermos só nós duas. Parecia que sempre faltava algo, sabe? Eu não sei se ela sentia falta do meu "pai" ou se ela nunca quis me ter... – a sua voz falha. Abracei meus joelhos e vi de relance ela limpar o canto dos olhos. – Aí eu cresci carente de atenção. Não que isso justifique eu ter pegado a escola inteira ou quase...mas o amor, o carinho, é algo que sinto falta. E ao invés de procurar isso nos garotos em geral, eu deva apenas conversar com minha mãe e...

Eu Odeio Você - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora