Capítulo 16 - G.B.

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Vitória foi embora aos prantos, confesso que tive um pouco de pena, e olha só, passou. Estávamos no quarto de Léo, e ele contava a Joaquim o que falara com Vitória, me levanto da poltrona e saio do quarto, esse assunto me trouxe lembranças que quero esquecer, estou na varanda observando os alunos e de repente sinto duas mãos em minha cintura

- Porque saiu do quarto? - Léo fala ao mesmo tempo que me viro, estamos próximos demais

- Aquele assunto... Não me fez bem! - digo sem conseguir desviar o olhar dos olhos dele

- Por acaso está com ciúme? - ele debocha e o encaro incrédula

- Ciúmes? De você? Se toca! - digo o empurrando

- Não te culpo, sou irresistível! - ele ri

- Você é um idiota, isso sim! - digo um tanto irritada

- Mesmo assim, você gosta! - ele diz se aproximando novamente

- Como? - falo surpresa e não consigo me desviar dele

Ele ri e eu fico com cara de paisagem, gente o que eu perdi? Paro de tentar entender e saio, vou em direção ao cercado onde os cavalos estão pastando, alguns minutos depois escuto:

- Lia?

- O que foi Léo? - impossível não reconhecer, só ele me chama de Lia

- Vamos jantar fora?

-Não

- Ah qual é, vamos por favor! - ele choraminga

- Você não vai desistir não né - ele nega com a cabeça - Ok, eu aceito, mas promete que não vai se afastar de mim

- Prometo, mas porque?

-Não quero outro safado tentando me apalpar como naquele dia! - digo rindo e ele fica perdido em pensamentos

Fico o observando e aos poucos vejo um sorriso aparecer e logo virar uma risada, acho que ele lembrava do dia em que deu um soco no cara que tentou me agarrar.

-Bom vou precisar resolver umas coisas, passo no seu quarto as sete em ponto - acinto com a cabeça

Léo saiu e me deixou só e comecei a pensar no que Sam havia dito sobre talvez eu gostar dele, mas logo meu subconsciente me recorda que não posso me entregar a esse sentimento, não posso sofrer de novo, me recuso.

- Oi Giulia - alguém me trás ao mundo real novamente

- Ol... - travo assim que vejo Otávio

- Calma, tá tudo bem, vim com meus pais, e vim aqui pedir desculpas pelo que fiz

- Hum... Sei... - me afasto

- Espere, estou falando sério, eu sei que fui um idiota, e fiz tudo aquilo devido uma aposta, mas acho que estou gostando mesmo de você

- Olha só, acho ótimo ter vindo se desculpar, mas não confio em você, e creio que esse sentimento não é real e se for não é reciproco

- Eu sei, só vim me desculpar mesmo, e entendo que esteja com medo, meus pais estão com vergonha do que fiz e viemos pegar meu cavalo, vamos mudar de haras.

- Espero que encontre alguém legal e que saiba se importar com a pessoa, desejo que seja feliz.

- Obrigado, posso te dar um abraço?

- Tudo bem, mas se tentar alguma gracinha eu te mato - digo em tom ameaçador, mas por dentro to com medo

Otávio e eu nos abraçamos e realmente sinto que ele está arrependido, mas não posso confiar, alguém me puxa brutalmente.

- Se afasta dela - Léo esbraveja

- Calma Léo - fico entre os dois

- Como entrou aqui? - ele me ignora

- Léo ele veio com os pais e veio me pedir desculpas, e pegar seu cavalo, ele vai embora - digo com as mão no peito de Léo na tentativa de segura-lo

Lé me puxa para um abraço e beija o topo de minha cabeça, não sei porque, mas me sinto protegida quando ele faz isso.

- Já pediu desculpa, pode ir. - ele diz mais calmo

- Léo... - falo baixinho e Otávio me corta

- Olha cara, não tem com que se preocupar, nunca terei nada com Giulia, ela já foi bem clara. Não pretendo me meter novamente com ela.

Sorrio para Otávio que retribui e olha sério para Léo, logo em seguida ele vai embora.

- Porque fez aquilo? - pergunto

- Aquilo o que?

- Agiu como se eu fosse seu animalzinho e que fosse totalmente indefesa.

- Desculpa, só achei que ele pudesse te fazer algum mal

- Acho que se eu estivesse em perigo, não estaria abraçando ele, estaria me afastando não acha?

- Você está certa! Me desculpa!

- Te perdoo, e obrigada por se preocupar. - rimos

Passei o resto do dia trancada no meu quarto e até que acabei dormindo acreditam, acordo assustada com meu celular tocando o olho e vejo que era o despertador que indicava 18:45h, dou um pulo da cama e corro para o banheiro, assim que saio do banho coloco um vestido azul de mangas longas e um pouco acima dos joelhos, coloco um cinto fino na cintura para marcar, uma bolsa preta e um salto, corro para o espelho e passo um batom nude e rímel, escuto baterem na porta e grito que já vou, solto rapidamente o cabelo me avalio e corro para a porta.

- O-oi... - ele diz e acho que to ficando vermelha

- Oi - olho para o chão

- Você está linda - o olho e sorrio envergonhada

- Obrigada, mas você está bonito também - ele está usando calça jeans azul marinho, sapato e blusa social e as mangas estão arregaçadas

- Vamos - ele diz me dando o braço para segurar

- Claro - digo passando meu braço pelo dele

-Joaquim e Samanta nos convidaram para uma balada, quer ir?

- Tudo bem - sorrio me aconchegando ao seu lado e ele beija o topo de minha cabeça

[...]

O jantar está muito agradável, parecemos duas hienas rindo, e as vezes as pessoas nos olhavam como se fossemos loucos, contávamos situações ridículas da nossa infância.

- Morar sozinha aos 12 anos foi horrível, eu estava num país estranho e ninguém falava minha língua, paguei tanto mico - rimos novamente

-É, quando você viajou eu cheguei de viagem, lembro de ter ido ao haras e meus pais perguntarem de você e os seus falaram que haviam lhe mandado para Florença - sorrio e ele retribui

Terminamos o jantar e fomos para a tal balada, lá estava lotado e sinceramente já estava perdendo a vontade de entrar lá

- Acho que não to afim de entrar - digo e Léo ri

- imaginei, vamos para casa.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora