33. Um oceano de sentimentos

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Abri a porta do quarto onde minha mãe se arrumava.  Sorri ao ver ela já com seu vestido. Minha mãe é uma das mulheres mais bonitas que já conheci, ela para acompanhar a vida social do meu pai aprendeu a ser elegante, requintada, mas não perdeu sua essência no caminho. Ela tinha os cabelos escuros presos e tinha um vestido delicado e elegante todo de renda, dessa vez ela não optou por branco e sim por um champanhe bem clarinho. A maquiadora estava dando os últimos retoque e o fotografo tirava algumas fotos. 

-Você está linda, mãezinha – falei carinhosa. Sentei na ponta da cama, perto de onde ela estava sentada. 

Estávamos na casa de Hamptons que a família tinha. Fazia um ótimo dia de verão lá fora e uma leve brisa do mar entrava pelas portas da sacada. A festa seria durante o dia no jardim da casa, tendas já estavam montadas e todo o quintal estava muito bem decorado para a festa. 

  -Você também, querida – ela disse alegre e então finalmente foi liberada pela maquiadora. 

Convenci minha mãe a me deixar usar um vestido vinho, ele era delicadinho. Era feito todo com tecido de voal, era leve e deixava uma boa parte das minhas costas de fora, já que a parte da frente era bem fechadinha. Meu cabelo que agora estava mais curto, tinha alguns cachos feitos e estava para o lado preso por um enfeite dourado de florzinhas. Minha maquiagem era leve e meus saltos por incrível que pareça confortáveis. 

-Seu pai está bem? - minha mãe perguntou enquanto analisava a maquiagem leve também que a maquiadora tinha feito. 

-Sim, acho que ele foi receber o padre ou algo assim - falei e sorri ao observar todos os buques de flores que estavam na cama da minha mãe. Meu pai pediu minha mãe em casamento às 10h da manhã em uma viagem que eles fizeram juntos e desde às 10h da manhã ele estava mandando um buque de flores por hora. 

Escutamos três batidinhas na porta e meu pai colocou a cabeça para dentro em seguida. Abriu um sorriso bobo quando viu sua esposa. Minha mãe por sua vez abriu um sorriso envergonhado como de uma adolescente. Acho que o amor era igual em qualquer idade. 

-Tão linda quanto ha 25 anos atrás, Mary - meu pai disse e entrou no quarto. 

Nos viemos na quinta-feira para cá e meus pais estavam no maior chamego. Meu pai normalmente era mais fechado e meio sem graça para algumas coisas, mas nos últimos dias ele estava se puxando, tenho certeza que ele tinha planejado o lance das flores muito tempo anos com a ajuda do meu tio. 

-Você está linda, joaninha - meu pai olhou pra mim e piscou me chamando por um apelido que só ele usava. 

-São meus genes - minha mãe falou brincalhona e deu de ombros. Meu pai concordou e percebi que ele escondia uma única rosa atrás de si. 

Um fotógrafo entrou disfarçadamente no quarto. Infelizmente, eles não deixaram nenhum conhecido ser seu fotógrafo da festa. Contrataram uma equipe que meu avô recomendou mas que não eram próximos a família. Ela disse que não queria ninguém trabalhando e sim aproveitando a festa com ela. Mas eu trouxe minha câmera porque era uma extensão de mim. 

-Chegou a última hora e a última flor - meu pai disse e ficou bem na frente da minha mãe. 

Levantei da cama e fui pegar minha câmera que estava no criado mudo. E notei que meu pai segurava uma rosa amarela na mão, minha mãe riu e a pegou. 

-Esta está muito melhor que a original, é para mostrar nossa evolução - ele trocaram um olhar cúmplice - eu de dei uma dessas no nosso baile de formatura, foi a noite que reparei que definitivamente você era a mulher da minha vida. Eu roubei ela do jardim da minha mãe porque você achava brega aquelas pulseiras de flores de baile e eu não queria chegar de mão abanando. E além disso tinha gastado todo meu dinheiro alugando o smoking que combina melhor com seu vestido. 

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