Angel, de caçadora à conselheira do inferno.

Compactuando com escórias

A noite anterior tinha sido boa para Ed, para Angel nem tanto que teve que escutar as confissões do anjo sobre sua noite de amor com a tal da Castidade. Voltaram para a universidade de táxi, pois Angel não tinha condições para dirigir, e não entregaria seu carro para Ed.
Angel acordou com o toque alto de seus celular.

- Alo?- Falou sonolenta

- Bom dia, Angel. É o Benjamin! Sei que esteve aqui na boate ontem, e provavelmente deve estar de porre, mas preciso de sua ajuda aqui e rápido. - Disse Benjamin Bittencourt, dono da boate que Angel e Ed estiveram.

- Já vi que deu merda por aí, neh? Vou tomar uma banho. Chego em 15 minutos.

- Venha logo, antes da polícia de preferência. Te espero, até. - dito isso, desligou o telefone, deixando uma caçadora apreensiva.

- O que aconteceu?- Ed perguntou fazendo Angel olhar pra trás.

- Você não dorme não?- perguntou.

- Não. Estou fraco mas ainda sou um anjo. E você não respondeu minha pergunta- Ele deu um sorriso

- Tenho um caso pra resolver. Aconteceu algo na boate depois que saímos. Quer ir ?- Falou se levantando e indo ao banheiro.

- Sim. Vou só tomar um banho.

- Tá. Enquanto tomo o meu, pega na minha mochila que está debaixo da cama, uma adaga de prata por favor- Ela gritou do banheiro enquanto tomava banho.

Não demorou nada e Angel sai do banheiro deixando Edward entrar. Ela se vestiu e e esperou o anjo.

- Vamos logo, Ed. Quero chegar lá entes daquele delegado metido a sabe tudo.- Angel estava afoita. Mais uma morte tinha acontecido ao redor da universidade.

- Vamos, antes que você tenha um troço.- Respondeu saindo do banheiro já vestido.

Saíram da universidade feito bala, para ir a boate. Internamente, a menina torcia para que fosse mais uma das façanha da vampira. E dessa vez ela não iria escapar.
Angel pediu um táxi, já que seu carro tinha ficado lá perto da boate. Pediu ao motorista que dirigisse o mais rápido que pudesse, e o caminho que era para ser feito em 30 minutos, foi feito em apenas 10 minutos. Pagou a corrida e saiu do carro acompanhada do anjo que estava mais branco que o normal. Deu uma passada de olho em seu carro que estava do outro lado da rua, inteiro e reluzente.

- Tá tudo bem? Parece que viu um fantasma.- Angel perguntou rindo

- E você queria o que? Aquele homem está dirigindo feito um retardado- Respondeu rindo também

- Só você... Vem,vamos entrar. - Disse já entrando na boate, que nem parecia a mesma da noite anterior, tudo estava bem claro e vazio, exceto por alguns seguranças, o dono da boate, o corpo no chão e um homem que analisava o corpo.

- Que bom que você chegou,Angel. Logo isso aqui estará cheio. A reputação da minha boate está a mercê disso agora.- Ele disse com descontentamento

- Não acho que deva ser preocupar com o bom funcionamento da boate, Benjamin. Ele ficará visado, sim. Mas isso será bom. Vai atrair ainda mais clientes. O povo adora um lugar polêmico, ainda mais se tem tragédia.- Disse se aproximando mais do corpo no chão, onde também estava um homem abaixado, analisando minuciosamente a vítima.

- E quem é ele,Benjamin? O que ele tanto analisa o corpo? É da perícia? - Perguntou curiosa.

- Se diz parente do tal homem. Tentei impedir, mas ele disse que faria um escândalo. Então deixei entrar. - Ele respondeu.

- hum, okay. Vou até lá ver o que aconteceu . Vamos, Ed! - Ela se aproximou o suficiente do corpo para ver o que não esperava. Os olhos da vítima foram queimados, sinal de que algum anjo tinha passado por ali e a pergunta era por que?

- O que faz aquí, garota? - Angel ainda não tinha reparado no tal parente da vítima. E era ninguém menos que o futuro rei do inferno.

- Eu que te pergunto. Você não tem nada a fazer aqui, saia!- Ela disse impaciente.

- Tenho mais a fazer aqui do que você, Se alguém aqui tem que sair, não sou eu.- Josh retrucou já impaciente. Ele não queria estar ali, mas era necessário. Tratava - se de um demônio de alto escalão no inferno. E Josh como o futuro rei tinha que descobrir quem o matou e o por que. Mas ele sabia que não seria fácil fazer isso sozinho.

- Olha aqui seu diabo loiro, se quiser ficar, fique. Mas não atrapalhe meu trabalho. - Angel já estava quase espumando de raiva. Como ele ousava falar com ela dessa forma?

- Vem, Angel. Foque na vítima .- Disse Edward puxando a caçadora para outro lado.

- Esse diabo oxigenado tinha que aparecer? Tem uma coisa muito sinistra acontecendo por aqui. Caso contrário, ele não sairia da bolha que vive, não se arriscaria tanto só por uma pessoa. Precisamos saber quem é esse é o por que um anjo veio mata - lo.- Angel falou aos tropeços, andando de um lado para o outro.

-Mas para saber de tudo isso temos que ficar na cola do diabão ali.- Disse o anjo, apontando para Josh

- Certo! Mas como faremos isso sem levantar suspeitas?- Perguntou a ele.

- Licença, perdoem - me por estar atrapalhando a fofoca de vocês, mas tenho uma proposta para fazer- Disse Josh interrompendo a caçadora e o anjo, que se surpreenderam com a atitude de Josh.

- O que você quer? - Perguntou Ed, tomando frente da conversa.

- Quero oferecer uma troca. Uma troca de ajuda benéfica para ambos.- Ele explicou todo cheio de gestos, do jeitinho Josh de ser.

- Seja direto.- Angel disse sem rodeios

- Bom, eu preciso saber o que aconteceu. Mas como sei que sabe, não posso fazer isso sem ficar em evidência. Já você, ficou mais do que nítido que é uma caçadora, e como tal, pode me ajudar, nos ajudar.- Respondeu.

- Até agora só vi você sendo beneficiado com isso. Onde ganho nessa história?-Perguntou curiosa.

- Assim que o delegado chegar, vai levar o corpo. O caso se tornará federal, pelas proporções a que ele se remete. Só terá acesso a ele às pessoas que eu permitir, caso contrário, sem minha ajuda, você não saberá nem o nome dele. Então, eu te ajudarei a concluir seu trabalho, que de certa forma vai me ajudar também.

Angel pensava seriamente no que lhe fora dito. Ela sabia que ele tinha razão. Seu desentendimento com o delegado fecharia algumas portas para as investigações dela.

- Aceito a proposta. Embora não me agrade nenhum pouco trabalhar ao seu lado. Não tenho o costume de compactuar com escórias - Angel disse revirando os olhos

- Bla bla bla... corta essa moralidade toda. Te mandarei o que precisa saber para começar esse caso. Até lá, nos falaremos.- Disse já se virando para ir embora.

Nenhum dos dois estavam satisfeitos com esse acordo temporário. Mas de um simples caso, surgiria algo tão grandioso que nem eles poderiam imaginar.