Angel, de caçadora à conselheira do inferno.

O protetor

Sentada ali, à beira da piscina a menina estava... perdida em pensamentos e milhares de perguntas sem respostas.

- Pensando na vida,baby? - Uma voz rouca, interrompe o silêncio de Angel, que ao ouvir a pergunta, se vira e olha para trás dando de cara com o jovem bonito que há pouco, babava no travesseiro.

- Talvez, babão! - Ironiza ela, que não perde uma oportunidade de ser antipática e debochada.

- Haha! Engraçadinha ela... Não sabia que caçadores tinham senso de humor. - respondeu ele no mesmo tom da moça, tentando demonstrar superioridade.

Ela estava ali de forma clandestina. Era uma universidade cheia de monstros, ela não poderia ser descoberta assim, não tão facilmente.
Em um movimento ligeiro, ela pegou a faca que estava em seu coturno e se levantou, partindo para cima do rapaz pondo a faca na altura de seu pescoço.

- Quem é você? Como sabe quem eu sou? Quem te mandou aqui ? Fala logo ou rápidinho vai estar no chão se afogando com seu próprio sangue. - Certeza que faltava muito pouco para os olhos dela saltarem para fora da órbita. Ela não brincava em serviço, e não deixaria um moleque babão que brilhava feito a sininho,  estragar sua missão... Mesmo que ele fosse uma gracinha. 

- Calma, docinho! Não sou nenhuma ameaça. Sou um anjinho comportado, e sei quando tem um humano por perto.

- Ta precisando fazer melhor o seu dever de casa. - Desdenhou ela, já que o "anjinho comportado" não sabia a verdade.

- O que quer dizer com isso? - Ele perguntou curioso

- Nada,anjinho. Não quis dizer nada. - Ela tirou a faca de seu pescoço ainda com um sorriso no rosto, pois viu que por enquanto ele não oferecia nenhuma ameaça a ela.
Porém era estranho ele não saber da verdade. Talvez tenham mandado ele antes dela, ou talvez ele estava apenas se fazendo de bobo. E se fosse isso, ela iria descobrir.

- Mas fala aí, babão. O que te trouxe aqui? - Ela estava realmente curiosa e não iria sossegar até descobrir a verdade.

- Primeiramente, não me chamo babão. Meu nome é Eduard! Eduard Halle, muito prazer! E respondendo a sua pergunta, dar um passeio na terra é que não foi, neh?! Fui mandado para uma missão, mas acho que fui esquecido aqui. Ainda tenho poderes, porém não como antes... Também não consigo retornar aos céus, tampouco fazer contato. A única coisa que me disseram quando eu estava para vir é que eu saberia a hora de agir. - Ele explicou tudo detalhadamente, olhando para o nada como se estivesse passando flashs em sua mente.

-Ata! - Respondeu ela seca, sem esboçar nenhuma reação. 

- Só isso que vai falar? Abro meu coraçãozinho pra você e me responde um "ata"? - Ele disse revirando os olhos e gesticulando, fingindo estar muito ofendido com a frieza da jovem.

- Primeiro, tenho certeza que esse não é o seu nome, provavelmente é o nome da pessoa que você possuiu. Segundo, você não tem coração, sua casca sim e terceiro, para de viadagem.

-Aí pai, para. Estou impactada! - Ele riu, fazendo e menina rir também.  E foi a primeira vez naquele dia, que ele reparou o quanto ela era linda. Ele notou que ela tinha algo diferente , algo que logo os outros notariam também e isso talvez a deixasse em perigo.
E foi naquele momento, com esses pensamentos que ele descobriu qual era sua missão. Ele estava ali para ser o protetor, para ser o anjo da guarda dela. E faria isso, mesmo estando fraco. Ele abraçou aquela missão como se fosse a última da vida dele, e talvez, realmente fosse.