Capítulo Vinte e Oito - A noite antes da verdade.

3.4K 397 366
                                    

(Música na mídia)

Ressay colocou o ponto final no seu diário e então, olhou para a extensa biblioteca de livros de seu pai. A tragédia o fez desistir da literatura, mas a biblioteca permanecia intacta. Sentiria saudades desse local, mas uma viagem para Estocolmo era necessária ou para a Malásia. Se bem que ele gostaria de viajar pelo mundo inteiro se pudesse.

Guardando o diário na estante, ele subiu as escadas. As empregadas vestiam a cor negra em suas túnicas brilhantes, fazendo a mansão parecer cada vez mais triste. Uma das empregadas fechou a porta do quarto de Principessa.

—  Como está ela? 

A empregada abaixou a cabeça.

— Ela está chorando, meu senhor. Não come e não dorme. Está preocupada.

Ressay deu de ombros e a empregada saiu. Ele esfregou o local da ferida recém cicatrizada pela bala maldita de seu amigo, e encostou-se na latente da porta.

Aos 16 anos de idade, Ressay era muito mais homem do que qualquer outro. Ombros largos e olhos claros, cabelos negros bagunçados e vestido com uma túnica e calças escuras, ele era o ponto alto da beleza dos Lamik's. 

Abrindo a porta, ele encontrou sua amada, com um exemplar de Orgulho e Preconceito entre as mãos. Ela olhava a chuva fina que escorria pela janela, demonstrando uma tristeza intensa, sob uma nuvem de desventuras que estava ocorrendo em tão pouco tempo. O entardecer maldito estava fazendo ela sentir medo de alguma coisa, como se um monstro estivesse para surgir e a devorar lentamente. 

Rihza estava calado, Ressay estava distante. Ela não se virou quando o cheiro de Alfa puro invadiu seu quarto. 

— Zahra.

Ela não se virou.

— Zahra, minha querida — Ele ronronou — Porque não desce para comer algo? Vamos sair em minutos, ainda está aqui.

— Não tenho fome.

— E não dorme.

— Não sinto sono.

— Principessa...

— Ressay, diga-me que não quer se casar comigo.

Ele espantou-se.

— Porque acha isso?

— Fui desonrada. Geoff me deflorou enquanto estava fora. A culpa é minha, não deveria tê-lo deixado se aproximar.

— Não sabia o que estava acontecendo. Foi seu primeiro heat, amada...

— Eu fui a desgraça para sua vida e família. A culpa disso tudo, desse casamento ir ao fracasso é minha.

Ressay se aproximou de Principessa, e acolheu seus lábios em um beijo doce e calmo, onde a jovem menina apenas abraçou seu amado, e entre lágrimas, saboreou o gosto rude de um Alfa.

— Jamais será desonrada para mim. Não somos arcaicos, Zahra. Para mim, sempre estará sendo pura e casta, bela e tenra. 

— Mas, meu ventre...

— Ele é livre, ele é teu. Não posso ordenar que faça algo com teu corpo, pois ele é teu. Sou apenas um usufrutuário dessa beleza esculpida por Deus. Me prometa que jamais voltará a pensar assim.

Ela o encarou, olhos vívidos para uma dama linda e uma jovem inocente.

— Mas... Se algo acontecer? Não vai querê-lo...

Secret Love (Ziam/AU!)Onde histórias criam vida. Descubra agora