Ideias e Incertezas

327 29 0
                                    

Não sei quanto tempo passou, só sei que senti braços fortes me abraçando.

— Ok, estou aqui agora. - E eu apenas o segui até o carro.

O silêncio no carro era quebrado apenas por algumas fungadas minhas.

— Quinnie? - Eu olhei pra ele. - Você precisa de mais tempo?

— Obrigada, Tommy. - Respondi virando o rosto pra janela.

— Ela está pirando, Q. Está muito preocupada com você. - Ele estacionou o carro. -Quando você estiver pronta, podemos subir, pois vocês são ameaçadoras! - Ele fez cara de assustado e eu apenas dei um meio sorriso, mas pela expressão dele deve ter saído uma careta. - Ela me ameaçou por eu não deixar ela vir comigo.

— Como Frannie está? - Essa hora já tinha parado de chorar.

— Com as mãos amarradas e trancada dentro do apartamento. - Ele parou pra pensar como se tivesse esquecido de algo. - Amordaçada... Bem que a essa hora já deve ter se liberado e pensando em fugir pela escada de incêndio. - Ele falou essa parte como se fosse mais pra ele do que pra mim. - Você entra primeiro, assim, sei que estarei vivo por mais algumas horas. - Ele fez cara de assustado e dessa vez abri um sorriso.

— Vamos? - Falei já abrindo a porta.

— Fica bem melhor com um sorriso... Mas, pra que tanta pressa? Quem irá enfrentar a cova dos leões sou eu. - Ele piscou pra mim e olhei seria pra ele. - Quem liga se Tommy vai morrer? Mulheres são todas apressadas. - Ele fingiu estar resmungando, eu sabia que era só pra me distrair.

Quando chegamos no apartamento, ele realmente me fez entrar primeiro. Olhava de um lado para o outro e me fez de escudo humano até chegarmos a sala.

— Thomas Samuel! - A voz de Frannie mostrava que estava muito brava, mas bastou olhar pra mim e ela mudou completamente. - Quinnie! - Ela jogou uma corda no chão e correu pra me abraçar, e aí eu chorei mais uma vez. - Estou aqui agora meu bebê, conte o que aconteceu. - Ela fez com que me deitasse no sofá com a cabeça em suas pernas, me fazendo cafuné.

— Fiz burrada. - Falei baixinho e ela parou com os movimentos.

— Oh, meu Deus, você esta grávida? - Ela falou assustada.

— Nãooo! Você sabe que sou... - Acabei ficando vermelha.

— Ufa! - Ela suspirou, como se tivesse tirado um peso das costa . - Sou muito nova pra ser mãe, imagina ser tia.

— Você tem 27 anos, não é tão nova assim. - Ela fez careta. - E deveria ser mãe, pois quero ser titia. - Ela aumentou a careta. - E pare de ficar mudando o assunto.

— Eu???

— Sim, Francine. - Me sentei direito no sofá e encarei ela. - Eu aqui tentando falar que fiz a maior burrada do mundo e você vem perguntar se estou grávida? - Ela fez cara de inocente. - E não me olhe assim não, está vendo? - Apontei para meu braço. - Ele abriu na pior situação possível.- E as lágrimas já se acumulavam novamente.

— Você o matou e quando ia enterrar o relógio abriu? - Ela fez cara de chocada.

— Não, Francine! - Agora estava andando de um lado para o outro em sua frente. - Não é ele, é ela. E não matei ninguém.

—  Até agora não vejo problemas. - Ela falou baixo, mas ainda sim escutei.

— É uma menina, Frannie! - Ela concordou como se não fosse nada demais, e olha que ela também foi criada numa família conservadora, quer dizer, ela é minha irmã e vocês entenderam. - Eu esperava um menino, não uma menina. - Sentei ao seu lado e ela me abraçou.

Destiny ClockOnde histórias criam vida. Descubra agora