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Pesadelo narrando

O movimento na boca tava pesada e hoje nosso informante da polícia avisou que eles iria pacífica o morro minha única preocupação era a Bianca, por isso já avisei pra ela que era pra ficar em casa, tinha deixado ela no pai dela.

Cheguei na boca, fui direto pra minha sala, chamei menor, olhei e com ele tava Felipe ele veio do alemão pra me ajudar hoje.

_entao seus viados descobriram alguma coisa?

_sim e já resolvi, peguei o sargento que tava de bico no morro mandei ele pro inferno.

Menor é o melhor mermo muleke foda.

_hum, e tu já fez os bagulho.

_claro né fi, armamento pesado já botei os novatos pra treinar, já avisei pros morador que não é pra ninguém sair a noite, agora sai quem quer.

_ta certo agora vamo lá ver os pivete que tava roubando.

Cheguei no galpão e tinha umas três crianças.

_então fiquei ligado que uns trutas meu me falou que vcs tava roubando morador?

Olhei prós menor que tinha o olhar amedrontados.

_BORA PORRA QUEM TAVA ROUBANDO.

_foi...eu

O moleke branquelo revelou.

_então, bom vc sabe que não quero roubo na minha favela né,vamo resolve esse bagulho logo tá ligado, tu escolhe pivete mão ou pé.

_não porfavor senhor eu nunca mais assalto, perdão.

_pede perdão pra Deus ele perdoa eu não.estende mão.

Peguei a mão dele e dei um tiro.

_aiiiii

_isso é pra tú ficar ligado essa porra tem regra, se roubar de novo já era.

Sai e fui pra boca, comecei a fumar e cheirar.

_oi amorzinho.

Olhei pra puta que tava alí.

_quem deixou tú entrar,sai.

_calma vim fazer uma visitinha.

Peguei minha arma e dei um tiro na perna da puta,que saiu mancando, não pegava essas pragas daqui do morro a única foi a Bianca, e agora nosso filho.

Tava de noite já,ouvi o barulho dos fogos,corri peguei minha fuzil vesti meu colete, sai descendo quem não era dos nossos eu descia bala vi a Lara uma mina que trabalha pra mim na boca.

_ae Lara vai pra rua doze sobe lá na base e desce bala de lá.

Dei um tiro no que tava na minha frente,vi um vapor meu caído com um tiro, peguei o muleke e coloquei ele na varanda de uma casa

_ae continua precionando o pano na perna.

_valeu patrão.

Sai descendo era óbvio que nois tava ganhando dava nem tempo dos caras reagir, os vermes tava tudo caindo.vi o rádio tocar.

.....fala porra.

.....ae seu bandido de merda eu volto te pego na bala ainda.

.......já é po brota aqui,seu viado corno manso.

.....sua mulher aquela gostosa.

.....VAI FILHO DA PUTA, SEU PAI TEM GONORRÉIA, VACILÃO.

corri pra base tava uma chuva que se eu não tivesse nessa situação eu me ajoelhava e agradecia a Deus, desci as escadas e o rádio tocou de novo.

.....que é desgraça.

.....ae chefe sua mina ta parindo.

....que tá Loka.

.....vem aqui na principal rápido.

Sai disparado cheguei lá e vi uma mulher deitada era ela.

_que aconteceu,Bianca porque tu não tá em casa, meu deus.

_ai Pedro meu amor tá doendo muito,nosso filho vai nascer...aí eu não aguento mais.

_ae chefe tira a calcinha dela vai ter que ser aqui mesmo.

_ta Loka Lara aqui não...no meio da guerra,calma tá.

Mano tava me tremendo o vento frio junto a chuva, fazia um cenário de filme, como eu iria fazer isso aqui, meu deus me ajuda, olhei pro lado e menor e Felipe tava aqui.

_ae não deixa ninguém passar por esse beco,ela tá tendo o muleke.

Pedi pra Lara acender a lanterna do celular, abri as pernas dela agradeci por ela estar usando vestido, cheguei a calcinha dela pro lado.

_faz força mano.

_ai não dá TA DOENDO MUITO.

_calma,vai tenta fazer força.

Cada grito dela era a força que ela ponhava, meu deus parecia que eu tava sentindo aquela dor, via a cabeça do muleke se Loko ela continua fazendo força até que ela parou.

_bora mais um pouco.

_não da... não..da mais... não aguento.

Dei um empurrão na barriga dela e o muleke quase deu um pulo pra fora puxei ele,mais ele não chorava.

_da um tapa na bunda patrão.

Dei um tapinha na bunda e ele chorou.

Naquele exato momento o barulho de tiros pararam, e o único som era do Choró dele a guerra havia acabado e quando eu olhei pra baixo, em meio a chuva sentia as lágrimas quente escorrer junto aos meu olhos, era um menino porra um muleke.

olhei pro lado e todos os meus vapor olhava a cena.

_É...UM MULEKE PORRA É UM MULEKE.

Eles deram tiros pro alto e gritaram comemorando.

Enrolei ele numa roupa e cortei o cordão, meu sorriso se desfez ao ver minha mulher ali com a boca branca.

_bianca meu amor, calma tá vai ficar tudo bem.

Levei o bebê pro carro e peguei ela nos braços, coloquei ela no carro e sai dali pro hospital nem ligo se eu for preso.

Não posso deixar o amor da minha vida morrer.

Propriedade De TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora