Subman - Origens

Conheçam Leôra, a Argentina

   Uma família de classe média com quase tudo muito bem limpinho e organizado em seu devido lugar eram os mais novos moradores de Buenos Aires Argentina. Tradicionais em direito já traziam de longa data a vocação ímpar para advocacia que exerciam sempre com muita habilidade e afinco. Atendiam em seu mais novo endereço  recém inaugurado na principal avenida da cidade no número 1427 apt. 41. Lugar perfeito dentro de uma cidade onde ninguém os conhecia. Melhor assim.
Eles tinham uma filha de dezesseis anos que não se ajustava ao padrão de nenhuma sociedade e já à algum tempo sabiam eles isso nunca iria acontecer. Ela era muito diferente. Na verdade ela era um evento da natureza ou acaso. Sendo o problema da menina do tipo raríssimo e não tendo à quem recorrer de ajuda eles resolveram então tratar a coisa como sempre fora, um segredo de família.  Por conta disso viviam se mudando de cidade em cidade e era assim sempre que alguém desconfiava de alguma coisa. Essa menina que aliás de rara beleza mas nunca antes vista por ninguém em lugar nenhum tinha um talento muito especial e por conta disso cresceu uma menina triste sempre apartada de todo mundo. Seus pais cientes de que ela precisava ter contato com o mundo a prepararam para também desde criança para conviver no cotidiano comum das pessoas. Agora pela primeira vez ela estava radiante e feliz. Pela primeira vez estava estudando junto as outras meninas da mesma idade. Pela primeira vez se viu inserida a uma vida comum entre os adolescentes como ela, só que infelizmente na cidade errada. Sem se dar conta o casal facilitou o trabalho para os agentes americanos que já de algum tempo investigavam todo o mistério em torno da garota. Buenos Aires era justamente onde eles ficaram sua central de inteligência. Sua missão era capturar a menina levando-a para o Estados Unidos. Lá certamente ela iria ser pesquisada como um verdadeiro ratinho de laboratório.

A sorte ou azar do casal e filha é que esses agentes americanos também sem saber estavam sendo espionados pela polícia Federal Brasileira e que depois de descobrirem toda a operação dos americanos decidiram não repassar a situação para seus superiores em Brasília.

- Nós não podemos deixar isso acontecer. - disse Erika dos olhos azuis, porém mesmo concordando com ela De Souza de um metro e noventa de altura se virou para Dos Santos diante de um munitor concluindo o que parecia mais uma previsão:

- Isso vai dar merda. - sencibilisados com a situação da pequena assumiram entre eles a partir daí uma nova missão... proteger a menina.

Foi numa sexta feira quando a garota na escola lia um livro na hora do recreio sentada mais afastada das outras. Naquele momento seus pais não puderam trabalhar. Os americanos não deicharam. O plano era relativamente fácil... A menina ia ser recebida com um disparo daquelas pistolas de shoque e toda a família ia viajar forçadamente pra terra do Tio Sam, só que não, nada ocorreu como o esperado. A Federal arrombou a porta bem daquele jeito Federal de ser:

- Polícia federal! Polícia federal... Ninguém se mexe!... - a polícia federal quase sempre domina qualquer situação sem dar um único tiro, mas os americanos surpreendidos acabaram reagindo e isso promoveu um pequeno tiroteio no apartamento que teve como saldo os quatro americanos mortos e infelizmente os país da menina que ficaram na linha de tiro.
Diante dos corpos espalhados pela sala a federal ficou sem saber o que fazer, não era pra ter acontecido assim, a coisa fugiu do controle. Não era comum esse tipo de desfecho em suas operações, mas o apartamento foi invadido novamente agora por outros agentes americanos que davam cobertura aos anteriores. Nova gritaria de um lado e de outro dominaram a sala novamente, as armas nervosas se faziam apontadas para todo lado. Só depois de se descobrirem quem era quem naquela gritaria toda é que eles se deram conta do tamanho da besteira que haviam feito. O que aconteceu alí foi uma merda tão grande e mal feita que fedida cadeia pra todos eles.

Diante desse quadro os americanos decidiram encerrar a missão depois é claro de limparem minuciosamente toda aquela bagunça que eles mesmos começaram, aliás eles são muito bons nisso... fazer a merda e botar uma pedra em cima de tudo. Os americanos forjaram um bilhete como que tivera sido escrito pelos pais da agora órfã explicando uma suposta viagem e deixaram em cima da mesinha de centro, mas um vento entrou pela janela jogando o papel pra debaixo do sofá. Quando ela chegou não havia nem aquela explicação mentirosa sobre o desaparecimento dos pais que ela esperou por dias e dias.

Depois que os americanos foram embora os brasileiros tentaram ainda ajudar a menina, mas ela sempre sumia diante deles como que por encanto. Esse era o tal probleminha da família, ela tinha o dom de desaparecer sempre que quisesse. Parecia mágica, uma espécie de poder. Os federais insistiram no contato para compensa-la de alguma maneira mas ela sempre se valia do conselho de sua mãe:

- Não confie em ninguém desse planeta! - daí ela continuou fugindo deles e foi assim até que eles foram convidados pelos policiais argentinos a se retirarem do país. A menina passou a viver de pequenos furtos pra sobreviver e nunca mais voltou pra casa. Deduziu que um dia seus pais iam se cansar dela e esse dia chegou. Também não os procurou, pois sempre se sentiu  um fardo pra eles e não queria mais isso. Quando começou virar a lenda da garota fantasma da cidade um homem de sobretudo cinza conseguiu aborda-la e a convidou para uma nova vida em um mundo diferente dali onde as pessoas eram parecidas com ela.
Assim como os federais brasileiros ele também teve muito trabalho para ganhar a atenção dela e só conseguiu quando a livrou das mãos dos americanos, isso mesmo... eles voltaram, só que foram atrapalhados mais uma vez.

   A partir daquele dia Leôra foi viver em outro planeta onde se integrou a um grupo com mais quatro jovens também terráqueos e assim como eles passou a  aprimorar seu dom. Sentiu que agora sim estava no lugar certo. Alí ela estava em casa. Enfim encontrou a felicidade. Os meses passaram rápido e um dia ela passou pelo homem que seria o grande amor de sua vida. Olhos nos olhos, mente na mente... É sempre assim que começa. Mas isso... Já é uma outra história...