Capítulo 11

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          Rebeca percebeu uma pequena comoção conforme se aproximavam do jardim da mansão e tinha certeza que havia mais gente que o habitual entrando e saindo. Miguel franziu o cenho enquanto estacionava e desceu do carro sem dizer nada. Gabriel veio imediatamente em sua direção.

- A mansão foi atacada – Rebeca ouviu o outro dizer assim que se aproximou. Gabriel olhou para ela com preocupação e continuou – Nos atacaram pouco cdepois do anoitecer.

- Estão todos bem? – Miguel perguntou sério.

- Ariel se feriu. Nada grave – completou lendo os pensamentos do amigo – Estão todos bem.

- O que eles queriam? – Miguel estava com os braços cruzados e seu rosto estava tenso.

         Gabriel hesitou um pouco. Seu olhar passou de Rebeca para Miguel e depois novamente para Rebeca. – Sangue – respondeu vendo que o outro aguardava em silêncio. Rebeca tapou a boca com as mãos, assustada.

- Droga! - Miguel exclamou fechando os olhos e pressionando a parte alta do nariz entre eles sem acreditar no que ouvia.

- Eles queriam a garota – Ariel apareceu com o braço pendurado em um tipo de tala – Vocês estão entendendo? Eles vieram buscar a garota! É uma loucura mantê-la aqui, nossas suspeitas estavam certas, eles podem vê-la, podem ouvi-la.

- Ariel... – Gabriel fez um sinal para que se calasse. Os olhos de Rebeca estavam marejados. Eles vieram procurar por ela... Então o sonho... Era isso.  Agora todo mundo corria perigo, incluindo Miguel.

- Não me importa se ela conseguiu um milagre que salvou a alma de Rafael! O que é uma alma perto da possibilidade de perdermos toda a missão? Você não viu o que aconteceu aqui... A parte de baixo da casa está completamente destruída! Eles não sabiam da casa, não sabiam gente, agora sabem de tudo Miguel, de tudo! E você ainda insiste nessa loucura!? – exclamou apontando para Rebeca como se esta tivesse alguma doença contagiosa ou algo do tipo.

- Aqui não é o melhor lugar para conversar – Gabriel era sempre calmo e ponderado. Conduziu Ariel para dentro sem evitar que ela lançasse um olhar fulminante para Miguel

- Depois não diga que não avisei – Rebeca a ouviu dizer antes de entrar.

- Nina – Miguel disse ao ver a menina se aproximar – Fique com a Rebeca preciso resolver umas coisas com Gabriel. – Sua voz estava mais grave do que de costume.

- Você também está com raiva de mim? – Rebeca perguntou a amiga secando uma lágrima – Ele nem falou comigo antes de entrar. – lamentou.

- É claro que não – sorriu de um jeito meio bobo – Estou preocupada, é só isso.

- Juro que eu não queria que nada disso estivesse acontecendo... – disse sentando-se em um dos degraus da escada de entrada. – Estou com vergonha de olhar para os outros, estou com vergonha até mesmo de você. – confessou.

- Todos nós estamos assustados e fugir é a primeira reação, mas você precisa ficar. Rafael te deu uma missão não deu? – Nina sentou-se ao seu lado. Sempre se vestia de um jeito muito infantil e usava a cabeça raspada. Era difícil presumir sua idade, mas quando dizia coisas como aquelas parecia muito mais velha do que todos os outros.

- Acho que pode-se dizer que sim – respondeu desolada. – Mas você sabe o que aconteceu ontem não sabe?

- Sei, mas se eles tivessem tanto acesso e poder sobre você porque não foram te buscar lá? Porque atacar a casa? – questionou pensativa.

A Última Lágrima do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora